O Ibovespa cedeu à realização de lucros nesta sexta, mas ainda acumulou alta de 1,23% na semana
Após a forte alta acumulada ao longo de dezembro, o Ibovespa cedeu a um movimento de realização de lucros nesta sexta-feira. O clima para os mercados, no entanto, continua bastante tranquilo — tanto é que o dólar à vista terminou em baixa

A semana foi mais curta e menos movimentada — tivemos apenas três sessões por aqui, todas com baixo volume de negociações em função das festas de fim de ano. O que não mudou foi o comportamento dos ativos brasileiros: o Ibovespa continua avançando, enquanto o dólar à vista segue passando por uma onda de alívio.
- Convite especial: Ivan Sant’Anna trouxe uma oportunidade única para você mudar a maneira como investe
Ok, o pregão desta sexta-feira não foi exatamente positivo para o mercado acionário: o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,57%, aos 116.533,98 pontos. No entanto, foi apenas um movimento de correção que não apagou os ganhos recentes: no acumulado da semana, o Ibovespa teve alta de 1,23%.
Foi a quarta semana consecutiva de valorização do índice, que já avançou 7,67% apenas em dezembro. Assim, o Ibovespa caminha para encerrar com chave de ouro um ano que já vinha sendo bastante positivo — há apenas o pregão da próxima segunda-feira (30) antes de a bolsa dar adeus para 2019.
No câmbio, o tom foi igualmente favorável: o dólar à vista terminou a sessão de hoje em queda de 0,28%, a R$ 4,0503, acumulando perdas de 1,08% na semana.
E o que esteve por trás dessa nova rodada de ganhos para os ativos domésticos? Em linhas gerais, pouca coisa mudou nos últimos dias — o cenário externo segue positivo, e as perspectivas para a economia local continuam animadoras.
Tivemos apenas sinalizações marginais — uma declaração de Donald Trump aqui, um dado econômico mais animador ali. Fatores mais que suficientes para dar força ao mercado quando o momento é favorável.
Leia Também
Resoluções de ano novo
Aparentemente, Estados Unidos e China querem começar 2020 sem atritos: após fecharem a primeira fase do acordo comercial, as potências fizeram uma série de sinalizações amistosas — o que animou ainda mais os investidores.
No início da semana, o governo chinês anunciou o corte de tarifas sobre vários produtos de parceiros comerciais, uma medida que foi entendida como um sinal de boa fé em relação aos EUA.
Essa redução, de certa maneira, dá a entender que Pequim está disposto a amenizar as tensões para viabilizar a assinatura do acordo. E, na véspera de Natal, Donald Trump retribuiu a cordialidade, dando declarações otimistas a respeito das negociações.
Segundo o presidente americano, o acordo entre as potências já está finalizado, e uma cerimônia oficial para a assinatura será realizada com a presença dele e do presidente chinês, Xi Jinping. A data ainda não foi definida, mas acredita-se que a formalização dos termos deva ocorrer ainda na primeira metade de janeiro.
Assim, por mais que não tenhamos tido avanços concretos no front da guerra comercial nos últimos dias — a assinatura, afinal, ainda não foi concluída —, os recentes indícios fortalecem a percepção de que a relação entre americanos e chineses está menos turbulenta. E isso animou os mercados.
Nesta sexta-feira, o Dow Jones fechou em alta de 0,08%, buscando um novo recorde de encerramento. O S&P 500 (-0,01%) e o Nasdaq (-0,17%) tiveram leves baixas, mas estão perto de seus topos históricos.
De olho nos números
Por aqui, a agenda econômica foi responsável pelas maiores movimentações nos mercados. E, assim como nas últimas semanas, os dados mais recentes indicam o ganho de tração da atividade no país.
A começar pelo setor de varejo: a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop) reportou um crescimento de 7,5% nas vendas nesses estabelecimentos em 2019, superando as estimativas da própria instituição, que trabalhava com uma expansão de 5% no ano.
Nesta sexta-feira, tivemos a divulgação da taxa de desemprego, que recuou de 11,6% para 11,2% no trimestre encerrado em novembro, de acordo com o IBGE.
A queda reforça a tendência de recuperação da economia observada em outros dados, o que favorece as ações das empresas ligadas ao setor de consumo, grande destaque do rali recente da bolsa.
A melhora na atividade também se refletiu na inflação medida pelo IGP-M, que acelerou e bateu em 2,09% em dezembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O dado assusta à primeira vista, mas ficou levemente abaixo da mediana apurada pela pesquisa Projeções Broadcast, que previa alta de 2,12%.
MRV em foco
No front corporativo, destaque para as ações ON da MRV (MRVE3), que fecharam em alta de 1,90% e lideraram os ganhos do Ibovespa. Mais cedo, a construtora anunciou uma alteração na proposta de incorporação da companhia americana AHS Residential — um movimento que atendeu às demandas dos acionistas minoritários.
Veja quais foram as ações de melhor desempenho do Ibovespa hoje:
- MRV ON (MRVE3): +1,90%
- CVC ON (CVCB3): +1,45%
- Weg ON (WEGE3): +1,41%
- Cosan ON (CSAN3): +1,39%
- Azul PN (AZUL4): +1,28%
Confira também as cinco maiores quedas do índice:
- B3 ON (B3SA3): -5,23%
- CSN ON (CSNA3): -3,72%
- Via Varejo ON (VVAR3): -2,54%
- Lojas Americanas PN (LAME4): -2,10%
- GPA PN (PCAR4): -1,84%
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio