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Ana Paula Ragazzi
UM BOTE SALVA-VIDAS PARA O ACIONISTA?

Mu Hak está perto de pedir água e já admite vender a Gafisa

Consultoria Alvarez & Marsal está reunindo investidores interessados em fazer uma oferta pela empresa. A intenção deles é agir rápido antes que seja necessário um pedido de recuperação judicial

Ana Paula Ragazzi
8 de fevereiro de 2019
12:51 - atualizado às 17:57
Gafisa Bote Salva Vidas
Montagem com logo da Gafisa -

Demorou quatro meses, mas Mu Hak You, dono da gestora de recursos GWI, parece admitir que não tem condições de tocar a Gafisa. O Seu Dinheiro apurou que ele já está disposto a vender sua participação de 49,9% na companhia e sinaliza que aceitará até mesmo um preço abaixo do que está na tela da B3 atualmente. As primeiras conversas com investidores interessados devem acontecer nas próximas semanas.

A GWI assumiu o comando da empresa em outubro passado e desde então a Gafisa enfrenta uma série de problemas. As medidas da nova administração depreciaram o operacional da empresa e trazem preocupações sobre a continuidade do negócio. Por outro lado, ações como a polêmica decisão de recomprar ações da companhia - e enxugar o caixa da Gafisa -  sustentaram as cotações da ação. Ainda que não seja pelo valor de hoje na bolsa, Mu Hak deve sair dessa investida atabalhoada com lucro.

O Seu Dinheiro apurou que a consultoria Alvarez & Marsal, que costuma olhar atentamente empresas em situações de estresse, está acompanhando a evolução da Gafisa nos últimos meses. A consultoria chegou à conclusão que a marca Gafisa é muito sólida e tem muitas condições de voltar a crescer diante da expectativa de retomada do setor imobiliário no Brasil, após os últimos anos de crise. A avaliação é de que Mu Hak tomou o controle da empresa por interesse financeiro, de vender com lucro sua posição. Desde então, tomou mediadas desencontradas que prejudicaram o negocio.

"A percepção é que a empresa tem problema de caixa e de pessoal, diante das demissões que ele comandou. Mas, por outro lado, pelo que se tem notícia, o landbank (banco de terrenos) da Gafisa é muito valioso e continua por lá. Ele não mexeu nisso, que é vital para a empresa, e a credibilidade da marca também se mantém", disse um dos investidores que conversaram com a Alvarez & Marsal e tem interesse em investir na companhia.

Dá para salvar a Gafisa?

Chances de recuperação do negócio se mantém desde que haja uma solução rápida e ela necessariamente tem de incluir a saída de Mu Hak da Gafisa. "Ninguem topa ser sócio dele. Ele deve ter um preço que lhe garante um retorno e vai livra-los de problemas que poderá ter se acabar com o negocio", afirma o investidor. Procurada por Seu Dinheiro, a Alvarez & Marsal não deu entrevista.

Na próxima semana, as primeiras conversas entre os investidores e Mu Hak deverão acontecer, inclusive para que possam ter um diagnóstico mais preciso sobre a saúde atual da Gafisa e se a percepção sobre suas chances de recuperação se confirmam.

“Tem gente olhando para entrar na empresa pelo preço correto. Só que tem que ser rápido, se não ele vai destruir a operação”, diz uma fonte que acompanha as negociações. "A proposta que vai ser leva a ele será basicamente dar a ele uma oportunidade de saída do negocio", diz.

O plano de Mu Hak para a tomada de controle da Gafisa foi desenvolvido ano passado e levou a ação, que estava abaixo de R$ 10 para a casa dos R$ 16 até o inicio do ano _ mas ele não encontrou um comprador a esse preço e aparentemente seu fôlego acabou. É difícil entender a mente de Mu Hak, mas é possível supor que desde o início o plano da GWI seria vender a participação para um investidor a preços elevados. Só que essa segunda parte, depois de tantas trapalhadas não será possível.

Uma eventual saída de Mu Hak é uma boa notícia para o acionista minoritário. A companhia caminha ladeira abaixo e corre o risco de entrar na fila da recuperação judicial se a GWI insistir em tocar o negócio do seu jeito.

Caminho difícil

A negociação deve ser delicada. Além do problema das cotações infladas, haverá a discussão sobre a necessidade ou não de uma oferta pública de ações para todos os acionistas (OPA) da Gafisa. Em tese, a companhia não teria um controlador definido e a chegada de alguém para exercer a função não dispararia a OPA. No entanto, com recompras e cancelamentos de ações, a GWI, involuntariamente, segundo alega, atingiu o percentual superior a 50% que torna a oferta obrigatória.

Segundo o Seu Dinheiro apurou, a ideia inicial não é levar a empresa para uma recuperação judicial. Só que essa medida depende da velocidade das negociações. A situação na Gafisa é alarmante. De acordo com fontes próxima à companhia, o caixa acabou. A atual presidente, Ana Recart, fiel escudeira das empreitadas de Mu Hak, anda abatida e já consultando advogados para saber a melhor forma de abandonar o barco: a renúncia da executiva não será uma surpresa para ninguém.

A prévia operacional da empresa para o quarto trimestre, quando a GWI assumiu o comando, decepcionou os investidores pela falta de lançamentos somado às fracas vendas de estoques. Mu Hak prega que vem fazendo uma reestruturação na empresa, mas tem destruído o negócio: mandou embora, de um dia para outro, toda a diretoria, assumiu a gestão sem nenhuma experiência no segmento imobiliário residencial e sugou o caixa da empresa na recompra.

Entre os funcionários, os comentários são de que os salários só não estão atrasados porque o dinheiro para o pagamento estaria vindo da controladora, a GWI. Os corretores que trabalhavam oferecendo imóveis da construtora estão em debandada _ nos últimos meses, o número foi reduzido a um terço. Fornecedores, sem receber, estão ajuizando ações pedindo bloqueio dos apartamentos.

Como estão as obras?

Os clientes que compraram imóveis com a Gafisa estão se organizando em grupos via redes sociais para cobrar satisfações da empresa sobre o andamento das obras. O que acendeu de vez o sinal amarelo para essas pessoas foi o fato de, em resposta a uma reportagem veiculada no jornal Estado de S. Paulo que informava que a empresas suspendera obras, a Gafisa escreveu em comunicado, encaminhado à CVM e também aos clientes, que “não tomou qualquer decisão relacionada à paralisação das obras”. Os clientes consideraram o posicionamento vago demais ou pouco convincente.

O problema, diz um funcionário, é que já há fornecedores deixando de prestar serviços para a Gafisa. “Se não houver concreto, não há como a obra continuar, em tese, nem precisa de uma decisão da empresa”, resumiu. Um dos compradores ouvidos pela reportagem revela que o grupo tem se revezado em visitas às obras e, embora não tenha identificado uma paralisação, é possível notar uma diminuição do número de funcionários trabalhando.

Outra questão que tem levado muita preocupação é a quantidade de clientes que não consegue pegar as chaves dos apartamentos já prontos. Uma explicação possível seria o fato de que para entregar as chaves a companhia precisa quitar parte dos valores em aberto principalmente das unidades não vendidas e os bancos têm de liberar as hipotecas.

Procurada pela reportagem para comentar essas questões, a Gafisa não respondeu ao pedido de entrevista.

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