Kraft Heinz estuda separação, pondo fim ao ‘sonho grande’ de Warren Buffett e da 3G Capital, de Lemann
Com fusão orquestrada pela gestora brasileira e o Oráculo de Omaha, marcas americanas consideram cisão, diz jornal
Mais um "sonho grande" da 3G Capital, dos investidores brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, pode estar perto do fim. Segundo o jornal The Wall Street Journal, a Kraft Heinz estuda uma separação das suas operações uma década depois que a gestora e o bilionário Warren Buffett fundiram as duas marcas.
Um dos planos considerados inclui separar grande parte do portfólio tradicional de produtos da Kraft em uma empresa com valor estimado em US$ 20 bilhões, o que incluiria refeições prontas, queijo processado e carnes embaladas.
O restante do negócio, que incluiria o catchup e demais condimentos Heinz, a mostarda Grey Poupon e uma gama mais ampla de molhos, permaneceria na estrutura atual da companhia.
- E-BOOK GRATUITO: O evento “Onde Investir no 2º Semestre” reuniu as melhores apostas para a segunda metade de 2025 — baixe o resumo com todos os destaques
Segundo as fontes ouvidas pelo WSJ, esta fatia da empresa estaria mais preparada para um crescimento rápido, devido às mudanças nos gostos dos consumidores, que vêm evitando os alimentos processados, em busca de um estilo de vida mais saudável.
Este, aliás, é um dos motivos por trás do mau desempenho da Kraft Heinz nos últimos tempos, ao lado da inflação e da crescente concorrência com marcas próprias de redes de supermercado. Em maio, a empresa já havia dito que estava considerando várias opções para reverter seu baixo desempenho.
As ações da companhia caem 70% desde os pico em 2017, quando era vista como uma pioneira na indústria. Ontem, após a notícia da possível cisão, os papéis fecharam em alta de mais de 2,50%.
Leia Também
Ainda segundo o WSJ, os executivos da companhia acreditam que, separadas, as empresas poderiam valer mais que seu valor de mercado atual de US$ 31 bilhões.
As fontes ouvidas pelo jornal, no entanto, enfatizaram que nenhuma decisão final havia sido tomada e que ainda era possível que a Kraft Heinz simplesmente optasse por vender alguns ativos e permanecer como uma única entidade.
“Conforme anunciado em maio, a Kraft Heinz tem avaliado potenciais transações estratégicas para desbloquear valor para os acionistas”, disse a empresa. “Além disso, não comentamos sobre rumores ou especulações”.
O ponto final em mais um 'sonho grande' de Lemann
Uma cisão na Kraft Heinz marcaria o fim de mais um "sonho grande" do trio de brasileiros Lemann, Telles e Sicupira.
Embora a 3G Capital não tenha mais posição na empresa de alimentos desde 2023, a separação das marcas é simbólica ao desfazer o acordo orquestrado pela gestora em 2015, por meio do qual a Heinz comprou a Kraft.
Na época, os investidores brasileiros e Warren Buffett eram amplamente vistos como pioneiros na recuperação de marcas de consumo em dificuldades, graças à sua estratégia agressiva de corte de custos.
No Brasil, tal estratégia é bem exemplificada em dois dos principais investimentos de Lemann e seus sócios, e que hoje também enfrentam dificuldades: a Americanas, abalada em 2023 por um escândalo de fraude contábil, que reduziu e empresa de tamanho drasticamente; e a Ambev, cujo negócio atualmente vê dificuldades para continuar crescendo.
A parceria entre a 3G Capital e a Berkshire Hathaway, empresa de investimentos de Buffett, começou em 2013, quando o grupo fechou o capital da Heinz em um acordo de US$ 28 bilhões.
Dois anos depois, o grupo assumiu o controle da Kraft em um acordo avaliado em US$ 63 bilhões, incluindo um dividendo especial de US$ 10 bilhões que a Berkshire e a 3G financiaram para os demais acionistas da Kraft.
Em 2015 ocorreu a fusão das duas empresas, o que deu aos investidores da Heinz o controle majoritário dos negócios combinados, com os acionistas da Kraft retendo uma participação de 49% da empresa de capital aberto.
A 3G deixou o quadro acionário do conglomerado em 2023, mas a Berkshire ainda detém cerca de 27% da companhia e não respondeu aos pedidos de comentário da imprensa norte-americana.
- SAIBA MAIS: As apostas mais promissoras do mercado financeiro para o 2º semestre estão organizadas em um e-book gratuito do Seu Dinheiro; baixe gratuitamente
Os reveses da Kraft Heinz
Após a fusão, a Kraft Heinz sofreu uma série de reveses, incluindo a rejeição da Unilever a uma oferta de aquisição por US$ 143 bilhões e um escândalo contábil.
Em 2019, Buffett chegou a admitir que pagou caro pela Kraft e disse que havia "errado de algumas maneiras na Kraft Heinz". Na época, a Berkshire chegou a realizar um ajuste contábil de US$ 3 bilhões relacionado ao investimento na empresa de alimentos.
*Com informações do Financial Times e do The Wall Street Journal
Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner
Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.