O pior está por vir para a bolsa? Por que Biden está comemorando o dado de emprego, mas você não deveria
A economia norte-americano criou 353 mil vagas em janeiro, muito acima da previsão de 185 mil, enquanto o desemprego caiu e o salário aumentou — números que podem atrapalhar o caminho de quem investe em ações; entenda por quê

"É uma excelente notícia para as famílias trabalhadoras que os salários, a riqueza e as vagas sejam maiores agora do que antes da pandemia", comemorou o presidente norte-americano, Joe Biden, após a divulgação do relatório de emprego de janeiro nos EUA. Mas quem investe na bolsa não tem tantos motivos para comemorar.
O chamado payroll mostrou que os empregadores criaram 353 mil vagas em janeiro nos EUA, enquanto a taxa de desemprego se manteve em 3,7%.
A agência Dow Jones esperava que o número de postos de trabalho aumentasse em 185.000 no período e que a taxa de desemprego subisse para 3,8%.
O ganho médio por hora aumentou 0,6% em janeiro e 4,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior, ambos acima das respectivas estimativas de 0,3% e 4,1%.
Um dado positivo para a Casa Branca e péssimo para a bolsa
Se o payroll mostrou para Biden que a economia dos EUA “é a mais forte do mundo”, para quem investe na bolsa, o dado pode ser uma pá de cal.
Desde o fim do ano passado, os investidores colocaram na mesa o corte da taxa de juros nos EUA em março de 2024 — o primeiro desde que o Federal Reserve (Fed) iniciou o ciclo de aperto monetário, em 2022.
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Só que o dado de emprego muito mais forte do que o esperado pode não só retirar essa possibilidade da jogada como também adiar futuras diminuições dos juros por lá.
Isso porque o relatório de hoje mostrou que as pressões inflacionistas, apesar de terem diminuído em outras regiões, ainda prevalecem no mercado de trabalho norte-americano.
“O relatório explosivo de emprego de janeiro — aumento de vagas, dos salários e a queda do desemprego — significa que o Fed não terá pressa em cortar os juros”, diz o economista-chefe internacional do ING, James Knightley.
- Leia também: Powell responde: o que o maior banco central do mundo precisa ver para começar a cortar os juros nos EUA
O susto do Fed deu nas bolsas
Na quarta-feira (1), o Federal Reserve deu um susto nas bolsas em Nova York. O banco central norte-americano manteve os juros inalterados na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas surpreendeu ao sinalizar no comunicado que o momento do afrouxamento monetário não havia chegado.
Na coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, chegou a descartar a possibilidade de corte de juros em março, embora tenha ressaltado que as decisões seriam todas reunião por reunião.
Segundo economista sênior e diretor da TD Economics, Thomas Feltmate, embora o mercado de trabalho continue aquecido, a produtividade — medida como produção por trabalhador — continuou a se firmar durante o quarto trimestre do ano passado, ajudando a conter o impulso inflacionário decorrente de um aumento salarial mais elevado e representando uma ameaça menor para as perspectivas de inflação nos EUA.
“Isto sugere que o Fed poderia argumentar que um corte nos juros em maio ainda é justificado, apesar da contínua força do mercado de trabalho”, afirma Feltmate.
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As bolsas lá fora e aqui
A reação das bolsas ao payroll em Nova York e aqui foram diferentes. Enquanto o Ibovespa opera em queda, pressionado pelo relatório de emprego nos EUA, em Wall Street a história é outra. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.
O S&P 500 e o Nasdaq operam em forte alta, mas tem uma explicação. A alta de mais de 20% das ações da Meta e de quase 10% dos papéis da Amazon, ofuscam o efeito negativo do payroll sobre os dois índices.
O Dow Jones, por sua vez, opera em queda, sentindo o distanciamento da chance de os juros caírem no mês que vem nos EUA.
Os yields (rendimento) dos títulos de dívida do governo norte-americano — o chamado Treasury — também reflete um payroll mais forte. Os juros projetados pelos papéis de dez anos, usados como referência no mercado, passaram de 4% hoje.
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