Os planos de Alexandre Birman, CEO da Arezzo: crescer no vestuário feminino e consolidar o e-commerce
Não somos varejo, somos uma gestora de marcas”, afirma o executivo, que está prestes a completar 13 anos como empresa aberta na B3
O setor de varejo teve as suas receitas pressionadas no ano passado, principalmente, pelos juros elevados e a perda do poder de compra dos brasileiros. Mas o cenário adverso parece não ter atrapalhado os planos da Arezzo (ARZZ3).
Entre as ações “queridinhas” dos analistas, a companhia tem apresentado resultados sólidos. No terceiro trimestre, por exemplo, a empresa apresentou um lucro recorrente de R$ 107,1 milhões, uma alta de 4,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Para o CEO da Arezzo, Alexandre Birman, há pelo menos um motivo para isso: a empresa, apesar de estar inserida no varejo, “é uma gestora de marcas”.
“Como ainda não estamos no setor de luxo, considerando o preço em que a gente atua, nós somos chamados de varejistas, mas não somos varejo. Varejo é quem compra e vende. Somos uma gestora de marcas, que criam desejos para as classes A e B e consegue gerar valor agregado”, afirmou Birman. “A Arezzo não é uma empresa de varejo.”
Vale lembrar que a companhia detém, além da marca que dá nome à companhia, nomes como Schutz e Vans — esta última em um modelo de licenciamento. Em 2020, o grupo adquiriu a Reserva e entrou no segmento de vestuário.
O executivo participou do Latin America Investment Conference (LAIC), evento realizado pelo banco suíço UBS.
Arezzo (ARZZ3): consolidação e expansão
Às vésperas de completar 52 anos e 13 anos de empresa listada na B3, a Arezzo hoje detém cerca de 12% do mercado de vestuário masculino, de acordo com Birman. O desafio da Arezzo agora é ampliar a participação voltada ao público feminino, ainda segundo o CEO.
Hoje, a Arezzo tem um processo de criação de produtos com duração média de 45 dias, com a possibilidade de reposição de um mesmo modelo em cerca de 30 dias, graças, segundo Birman, à verticalização da produção — ou seja, do desenvolvimento do produto à chegada nas lojas físicas da marca.
“Nós iniciamos esta ideologia no vestuário masculino e o desafio é conseguir também no feminino” disse o executivo durante painel no LAIC.
Para Birman, o atual momento é propício para a consolidação do setor de vestuário brasileiro. Principalmente no comércio eletrônico.
Isso porque cerca de 35% das vendas da companhia são via e-commerce. “Temos o e-commerce da Schutz desde 2011 e hoje toda tecnologia e verticais do digital são próprias.”
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