Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário

No início da tarde da última quinta-feira (14), o governador em exercício, Mateus Simões, protocolou na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) dois projetos que voltam a colocar na mesa a privatização da Cemig (CMIG4) e da Copasa (CSMG3).
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, assim como a Sabesp (SBSP3). No entanto, o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário.
No caso da Cemig e da Copasa, o estado de Minas Gerais possui participação de 50,97% e 50,03% nas empresas, respectivamente.
Em entrevista coletiva, Simões defendeu as propostas e afirmou que espera uma tramitação ágil.
“As duas estatais precisam passar por um processo de modernização. Estamos confiantes de que a discussão está madura e que será uma tramitação de semanas ou poucos meses”, afirmou.
Seja como for, ambas propostas ainda precisam passar pelas comissões e pelo plenário da Assembleia para que as empresas tenham chances reais de privatização.
Leia Também
Entretanto, os analistas que acompanham as empresas já colocaram na ponta do lápis o que o investidor precisa saber sobre o tema:
- Previdência Privada, Tesouro Renda+ ou Seguro de Vida? Guia gratuito do Seu Dinheiro ajuda a escolher a melhor opção de investimento para a sua aposentadoria
Privatização da Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3)
Voltando alguns passos, em outubro do ano passado, o governador Romeu Zema (NOVO) enviou a ALMG uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira a exigência de referendo popular para a desestatização, mas a proposta não teve apoio na ALMG.
Já a nova proposta, apresentada na quinta-feira passada, tem planos diferentes para as empresas.
Dessa forma, o plano para a Cemig envolve convertê-la em uma corporação sem acionista controlador definido, mas com o estado de Minas Gerais ainda detendo participação acionária e tendo poder de veto (golden share). Já para a Copasa, a proposta inclui a alienação total ou parcial da participação do estado.
Essas iniciativas fazem parte de uma estratégia mais ampla do estado para enfrentar a dívida de R$ 165 bilhões.
No fim das contas: bom para todos os casos
Na opinião dos analistas do JP Morgan, ambas propostas são positivas, “embora a atual gestão da Cemig tenha feito um bom trabalho administrando a empresa.”
“A privatização garantiria que essa gestão continue a administrar a empresa mesmo sob diferentes configurações políticas em Minas Gerais, aumentando a probabilidade de perpetuar as eficiências obtidas nos últimos seis anos. No caso da Copasa, a empresa tem muito mais espaço para aumentar a eficiência e melhorar o arcabouço regulatório, portanto, uma geração maior de valor”, diz o relatório.
Já os especialistas da Genial destacam que o processo de valorização das empresas é um “case de evento”, isto é, quando o valor tende a acontecer dependendo de um acontecimento específico.
“Acreditamos que a evolução desse processo deve ajudar as cotações de ambas as empresas performarem ao longo de 2025, a depender do quão bem os projetos de leis acabem por tramitar”, escrevem.
Na ponta do lápis: a privatização da Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3)
Tanto na visão dos analistas do JP Morgan quanto da Genial e do BTG Pactual, a Copasa tende a se beneficiar mais da privatização.
Isso porque a proposta para a Copasa envolve a transformação da empresa em uma companhia sem acionista de referência — diferentemente, por exemplo, do que aconteceu com a Equatorial e a Sabesp.
Ao impedir o poder de veto da golden share, os analistas enxergam que a empresa tem mais espaço para ajustes agressivos, se forem necessários.
Para o BTG, ao comparar as empresas, a Cemig está mais próxima do valor justo de negociação devido ao pagamento consistente de dividendos nos últimos anos.
No entanto, o relatório do banco afirma que, “se fosse para apostar em alguma delas, a Copasa seria a escolhida”, pois há mais dinheiro em jogo e upside para desbloquear.
Veja a seguir o potencial de valorização para cada empresa:
Companhia | Preço Atual | Upside Atual | Cenário Privatizado | Upside Potencial | Delta Privatizado vs SOE |
Cemig (CMIG4) | R$ 12,09 | 7,50% | R$ 16,50 | 36,50% | 26,90% |
Copasa (CSMG3) | R$ 24,64 | -6,70% | R$ 41,50 | 68,40% | 80,40% |
Cuidados a se tomar antes da privatização
Ainda que os analistas tenham ficado animados com a possibilidade de uma privatização, há algumas considerações que devem ser feitas antes de colocar seu dinheiro nas empresas.
Em primeiro lugar, o projeto de lei ainda não foi aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A proposta é considerada impopular pelos parlamentares e deve continuar enfrentando resistência na Casa, ainda que em 2026 ocorram novas eleições — em último caso, apenas atrasando uma potencial privatização.
Além disso, a judicialização da privatização da Eletrobras (ELET3) também é um fator que pode influenciar na desestatização da Cemig e da Copasa.
Isso porque existe uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) correndo na Advocacia Geral da União (AGU) em relação ao direito de voto da Eletrobras, o que pode afastar eventuais interessados no processo de privatização.
Privatização da Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3): o que é preciso
O governador Zema precisa de 3/5 da Assembleia para votar a favor da alteração da constituição estadual e para a eliminação da necessidade de referendo no processo.
Somente para a PEC da privatização, são necessários 39 votos dos 77 deputados. Em caso de aprovação, o governo então precisa ter o aval para o modelo e preço-mínimo para o desinvestimento na companhia.
No caso específico da Copasa, ainda será necessário a aprovação dos municípios, que são o poder concedente das cidades — semelhante ao que aconteceu com a Sabesp.
Após todas essas etapas, deve ser realizada a venda (follow-on). Todo esse processo deve acontecer até o segundo semestre de 2025, de acordo com as projeções do governo mineiro.
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), fecha contrato bilionário para decolar com seus ‘carros voadores’ nos céus de São Paulo
Atualmente, a capital paulista possui mais de 400 helicópteros registrados e cerca de 2 mil decolagens e aterrissagens diárias
“Investir sem se preocupar com impacto é quase uma irresponsabilidade”, afirma Daniel Izzo, da Vox Capital
O sócio-fundador da primeira venture capital de impacto do país conta como o setor vem se desenvolvendo, quem investe e os principais desafios para a sua democratização
Após três anos da privatização, Eletrobras (ELET3) ainda não atingiu as expectativas do mercado; entenda o que está travando a ex-estatal
A companhia do setor elétrico avanços nesse período, contudo, o desempenho das ações ainda está aquém do esperado pelo mercado
Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber
A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes
Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação
O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa
Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim
Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta
Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial
Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar
Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários
Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos
“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática
Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas
Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio
Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder
A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior
Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo
Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor
Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem
O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?
O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%
A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional
Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento
Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real
Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar
Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital
Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação
Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA
A Vamos (VAMO3) está barata demais? Por que Itaú BBA ignora o pessimismo do mercado e prevê 50% de valorização nas ações
Após um evento com os executivos, os analistas do banco reviram suas premissas e projetam crescimento de lucro para 2025 e 2026
A notícia que derruba a Braskem (BRKM5) hoje e coloca as ações da petroquímica entre as maiores baixas do Ibovespa
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o empresário Nelson Tanure falaram sobre o futuro da companhia e preocuparam os investidores
T4F (SHOW3) propõe pagar R$ 1,5 milhão para encerrar processo sobre trabalho análogo à escravidão no Lollapalooza, mas CVM rejeita
Em 2023, uma fiscalização identificou que cinco funcionários da Yellow Stripe, contratada da T4F para o festival, estavam dormindo no local em colchonetes de papelão