O poder dos fatos novos: Ibovespa reage a desistência de Biden e corte de juros na China
A bolsa brasileira tem pela frente uma agenda carregada, com os balanços da Vale e do Santander e o IPCA-15; lá fora, PCE é o destaque

A semana começa levemente positiva para os mercados financeiros internacionais. Os investidores repercutem um inesperado corte de juros na China enquanto avaliam o cenário gerado pela saída de Joe Biden da corrida pela Casa Branca.
Houve quem se surpreendesse, mas a desistência soa como o desfecho lógico da sucessão de fatos novos que inviabilizou a candidatura.
No exercício da função, Biden não fez nada que não se esperasse dele ao longo do mandato. Na era dos memes, porém, o presidente norte-americano não conseguiu esconder dos fotógrafos e dos cinegrafistas que algo não ia bem com sua saúde.
Entre aliados, isso não o impediu de levar as primárias com um pé nas costas. Até porque o sistema político norte-americano dificulta bastante a ascensão de dissidência interna contra um presidente no cargo. O problema foi quando Biden ficou exposto fora dos círculos democratas.
A ficha dos aliados de Biden caiu apenas no debate contra Donald Trump. O péssimo desempenho do presidente norte-americano diante do rival desencadeou pressões para que ele desistisse, embora não houvesse um plano B.
Leia Também
Eis que o atentado contra Donald Trump surgiu como um fato novo com poder para definir o rumo das eleições com quase quatro meses de antecedência.
Não foram apenas as chances de Biden que diminuíram. A percepção de que ele seria capaz de reagir caiu por terra.
Logo em seguida, um diagnóstico de covid-19 paralisou a campanha de Biden enquanto Trump abria vantagem nas pesquisas de intenção de voto.
Foi a gota d’água. Biden anunciou sua desistência no domingo e declarou apoio à candidatura de sua vice, Kamala Harris. Uma decisão desesperada e sem garantia de sucesso. Uma aposta no poder dos fatos novos.
A 100 dias das eleições, pesquisas indicam que Kamala tem mais chances de vencer Trump do que Biden. Mas ela não está sozinha no páreo nem é unanimidade entre os caciques democratas.
Diante disso, embora Kamala seja a favorita para substituir Biden na disputa contra Trump, a ausência de um plano B claro tende a manter algum suspense até a Convenção Nacional do Partido Democrata, prevista para ocorrer apenas daqui a um mês.
Para além do cenário eleitoral norte-americano e dos juros chineses, os investidores também repercutem hoje o acordo de leniência da Qualicorp.
Enquanto isso, a agenda da semana terá seu ápice na sexta-feira, com o último dado do PCE antes da reunião de política monetária do Fed.
Antes disso, os investidores aguardam os balanços da Vale, do Santander, da Alphabet (dona do Google) e da Tesla, além do IPCA-15 e das contas do governo central.
Confira aqui o calendário de indicadores e eventos desta semana.
O que você precisa saber hoje
ENTREVISTA EXCLUSIVA
Bradesco Asset revela cinco apostas em ações para lucrar na bolsa brasileira — e um setor para manter distância. Ao Seu Dinheiro, Rodrigo Santoro Geraldes conta que a gestora também possui quatro apostas na carteira de ações fora do Ibovespa.
DE OLHO NO FISCAL
A luta de Haddad pelo déficit zero: Governo deve anunciar corte temporário de R$ 15 bilhões em gastos no Orçamento. Dos R$ 15 bilhões a serem suspensos, cerca de R$ 11,2 bilhões serão bloqueados, enquanto os outros R$ 3,8 bilhões serão contingenciados.
POLÍTICA MONETÁRIA
O plano de Campos Neto para sabotar a economia do Brasil por meio do Banco Central, segundo o PT. Ao dar estocadas no chefe do BC, o partido avaliou que “o bolsonarismo está sem discurso” após o caso de desvio de joias envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
UMA DÉCADA DEPOIS…
Qualicorp (QUAL3) anuncia acordo de leniência de até R$ 43,5 milhões — e pode exonerar culpa do fundador em investigações de caixa 2 em 2014. O conselho de administração da empresa aprovou um acordo de leniência para colocar fim às investigações nas Operações Paralelo 23 e Triuno.
Boa segunda-feira e uma excelente semana para você!
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação
Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe
Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap
Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)
No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos
Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento
Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar
As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)
No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro
Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses
Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível
Um ano de corrida eleitoral e como isso afeta a bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta quarta-feira (1)
Primeiro dia de outubro tem shutdown nos EUA, feriadão na China e reunião da Opep
Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)
Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts
Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado
A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027
Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas
Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros
B3 deitada em berço esplêndido — mas não eternamente — e o que mexe com os mercados neste segunda-feira (29)
Por aqui, investidores aguardam IGP-M e Caged de agosto; nos EUA, Donald Trump negocia para evitar paralisação do governo