Tesouro Educa+: como investir para a faculdade do seu filho com o novo título do Tesouro Direto – e como o resto da família pode ajudar
Tesouro Nacional e B3 lançaram nesta terça novo título público voltado para a educação, nos mesmos moldes do bem-sucedido Tesouro Renda+; veja como vai funcionar

O Tesouro Direto lançou, nesta terça-feira (1º), um novo título público destinado especificamente à poupança para a educação de crianças e jovens: o Tesouro Educa+.
Seguindo os mesmos moldes do bem-sucedido Tesouro RendA+, voltado para a aposentadoria, o Tesouro Educa+ possibilita aos pais e responsáveis investirem mensalmente para a faculdade dos filhos e, no futuro, obter uma renda mensal, corrigida pela inflação, por um prazo de cinco anos.
O objetivo é que esse rendimento seja utilizado para pagar as mensalidades de um curso superior ou, pelo menos, ajudar o jovem a completar os estudos numa universidade.
Um dos grandes diferenciais do novo título em relação ao RendA+ é que, a partir de outubro, ele também irá possibilitar que outras pessoas da família ou mesmo amigos contribuam para a poupança de um mesmo jovem, num verdadeiro investimento coletivo.
“Trata-se de um produto provocador, que vai ajudar a levar a discussão do planejamento financeiro para dentro das famílias”, disse o Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, durante a cerimônia de lançamento do título na sede da B3, a operadora da bolsa brasileira.
O Tesouro Educa+ já está disponível para negociação e também já é possível simular o investimento no site do Tesouro Direto. O investimento inicial é de apenas R$ 30, assim como qualquer outro investimento no Tesouro Direto.
Leia Também
Com renda fixa em alta, B3 lança índice que acompanha desempenho do Tesouro Selic
Leia também
- Tesouro RendA+: título público para a aposentadoria irá substituir a previdência privada?
- Renda de R$ 5 mil por 20 anos com um investimento de R$ 175 por mês? Como usar o Tesouro Renda+ para planejar sua aposentadoria
- Tesouro RendA+: o que acontece ao título público da aposentadoria se o investidor morrer?
Como o Tesouro Educa+ vai funcionar
O Tesouro Educa+ vai funcionar nos mesmos moldes do Tesouro RendA+, título voltado para a aposentadoria lançado pelo Tesouro Direto no início deste ano: são diversos vencimentos, com diferentes datas de conversão, para que o investidor escolha aquela que corresponda à data em que o jovem deve iniciar os estudos.
Durante alguns anos, o investidor fará aportes periódicos no título escolhido e receberá uma rentabilidade prefixada mais a variação da inflação medida pelo IPCA, seguindo a mesma lógica do Tesouro IPCA+, título público indexado à inflação.
Na data de conversão, os aportes cessam. Começa, então, o pagamento da renda, sempre mensal e também corrigida pela inflação, por um prazo de cinco anos, ao final dos quais o título finalmente vence.
Hoje, há 16 títulos Tesouro Educa+ disponíveis para compra no Tesouro Direto, com datas de conversão para todos os anos de 2026 a 2041.
Os pagamentos começam sempre no mês de janeiro de cada ano. Assim, o título com data de conversão em 2026, por exemplo, pagará uma renda mensal de janeiro de 2026 a dezembro de 2030, data do seu vencimento.
Considerando um jovem que entre na faculdade aos 18 anos, já é possível começar a poupar até mesmo para um bebê recém-nascido. Já o vencimento mais próximo pode se destinar, por exemplo, a um adolescente que esteja hoje com 15 anos e no primeiro ano do Ensino Médio.
Liquidez diária e carência
Apesar de ser um investimento de longo prazo, o Tesouro Educa+ pode ser vendido a qualquer momento de volta para o Tesouro Nacional, caso o investidor precise reaver o dinheiro antes do vencimento.
Ele tem liquidez diária após um prazo inicial de carência de 60 dias, como ocorre com o Tesouro Renda+.
É importante ter em mente, no entanto, que o Tesouro Educa+ segue a mesma lógica de remuneração e precificação do Tesouro IPCA+, o que significa que a venda antecipada se dá a preço de mercado e pode resultar em ganhos ou perdas para o investidor, a depender das condições econômicas no momento da venda.
- Está preparado para os próximos 6 meses do ano? Os repórteres do Seu Dinheiro entrevistaram dezenas de profissionais do mercado financeiro para saber quais são os investimentos mais indicados para o 2º semestre. Veja AQUI o que eles falaram.
Investimento pode ficar isento de taxas
Outra semelhança com o Tesouro RendA+ é que o Tesouro Educa+ também pode ficar isento de taxa de custódia, cobrança que remunera a B3 pela guarda dos títulos.
Logo, se o investidor optar por uma corretora que não cobre taxa de administração para o investimento no Tesouro Direto, o Tesouro Educa+ pode ficar totalmente isento de taxas, sujeito apenas à cobrança de imposto de renda sobre os rendimentos.
O IR, por sua vez, será de 15% e cobrado na fonte na época do recebimento da renda, podendo ser mais alto (17,5% a 22,5%) apenas se o investidor vender o título com lucro em um prazo inferior a dois anos.
Para garantir a isenção da taxa de custódia no Tesouro Educa+ é necessário que o investidor fique com ele até o vencimento e receba, após a taxa de conversão, uma renda mensal de até quatro salários mínimos, o equivalente, hoje, a R$ 5.280.
Caso os rendimentos superem este valor, será cobrada uma taxa de custódia de 0,10% ao ano – ainda inferior à taxa normal do Tesouro Direto, que é de 0,20% ao ano – proporcional ao valor que exceder o equivalente a quatro salários mínimos.
A taxa de custódia só será mais alta que isso em caso de venda antecipada do título: se a venda ocorrer antes de sete anos de investimento, a taxa de custódia será de 0,50% ao ano; entre sete e 14 anos de investimento, de 0,20% ao ano; e após 14 anos de investimento, de 0,10% ao ano.
VEJA TAMBÉM — “Sofri um golpe no Tinder e perdi R$ 15 mil”: como recuperar o dinheiro? Veja o novo episódio de A Dinheirista!
Tesouro Educa+ pode virar investimento coletivo, presente e até benefício do empregador
A partir de outubro, o Tesouro Direto passará a permitir que mais de um investidor consiga fazer aportes para comprar um mesmo vencimento de título em nome de uma mesma pessoa, isto é, que vários adultos consigam contribuir para a poupança educacional de um único jovem.
Assim, será possível, por exemplo, que os pais comprem um Tesouro Educa+ para um filho e que tios, avós e até amigos possam contribuir com aportes, periódicos ou esporádicos, nesse mesmo título, tornando o investimento coletivo.
Outra novidade que será introduzida em breve são os gift cards, que possibilitarão dar um Tesouro Educa+ de presente.
Segundo o professor Arun Muralidhar, cujos estudos embasaram a criação do Tesouro RendA+ e do Tesouro Educa+, o novo título une a sociedade brasileira em torno do objetivo comum da educação e traz um senso de comunidade.
“O novo título vai permitir a toda a família investir na faculdade do seu filho”, disse Muralidhar, que também é Chairman da Mcube Investment Technologies, durante a cerimônia de lançamento do Tesouro Educa+.
O Tesouro Nacional também pretende emplacar o novo investimento como um benefício que as empresas possam dar aos empregados que tenham filhos, inclusive fazendo aportes junto com os colaboradores.
Como escolher um Tesouro Educa+ para o seu filho e começar a investir
Para começar a investir num Tesouro Educa+, o primeiro passo a fazer uma simulação do investimento no site do Tesouro Direto.
No simulador do Tesouro Educa+, você informará o nome e a idade atual do jovem, o ano em que ele começará a universidade, a renda mensal pretendida e o valor do investimento inicial – se você já tiver uma poupança para começar, mas isso não é obrigatório.
Em seguida, o sistema escolherá para você o título mais adequado para o seu objetivo, mostrará quantos títulos daquele vencimento deverão ser adquiridos e dará uma sugestão de aporte mensal até a data de conversão.
Como a simulação não inclui o valor do imposto de renda nem de uma eventual taxa de custódia, é bom deixar uma “gordura” e colocar um valor pretendido um pouco acima do realmente necessário para bancar a educação do seu filho.
O exemplo dado pelo Tesouro Nacional durante o lançamento do novo título na sede da B3 foi o da compra de um Tesouro Educa+ logo após o nascimento da criança. Com um aporte mensal de apenas R$ 80 por 18 anos, seria possível obter uma renda mensal de R$ 500 durante cinco anos, o equivalente a uma mensalidade de um curso superior à distância.
Com a Selic ainda elevada é um bom momento para começar a investir nesse tipo de título e garantir taxas gordas. Todos os vencimentos de Tesouro Educa+ atualmente estão rendendo mais de 5% ao ano acima da inflação.
Conforme os juros caiam, entretanto, os valores de aportes mensais devem aumentar, para compensar o retorno menor dos novos títulos adquiridos e garantir a renda almejada.
Feita a simulação, você já pode começar a investir. Para isso, é preciso abrir conta numa corretora de valores que dê acesso ao Tesouro Direto – de preferência uma que não cobre taxa de administração para isso – além de se cadastrar no sistema do Tesouro.
É apenas para a faculdade?
O Tesouro Educa+ nada mais é que um título que paga uma renda mensal por cinco anos após alguns anos de investimentos. Assim, ele não precisa necessariamente ser usado para pagar uma faculdade.
Outros possíveis usos para o novo título incluem cursos técnicos, de especialização, pós-graduação, intercâmbios ou mesmo apenas um auxílio financeiro para o jovem durante os anos de graduação.
Muita gente chega a se mudar de cidade para cursar uma universidade pública, e por mais que o curso em si seja gratuito, os gastos com moradia, alimentação e transporte numa situação dessa podem ser proibitivos.
Problemas de Ambipar (AMBP3) e Braskem (BRKM5) podem contaminar títulos de dívida de outras empresas, indica Fitch
Eventos de crédito envolvendo essas duas empresas, que podem estar em vias de entrar em recuperação judicial, podem aumentar a aversão a risco de investidores de renda fixa corporativa, avalia agência de rating
Tesouro Direto: retorno do Tesouro IPCA+ supera 8% mais inflação nesta quinta (2); o que empurrou a taxa para cima?
Trata-se de um retorno recorde para o título de 2029, que sugere uma reação negativa do mercado a uma nova proposta de gratuidade do transporte público pelo governo Lula
Brasil captou no exterior com menor prêmio da história este ano: “há um apetite externo muito grande”, diz secretário do Tesouro
Em evento do BNDES, Rogério Ceron afirmou que as taxas dos títulos soberanos de cinco anos fecharam com a menor diferença da história em relação aos Treasurys dos EUA
Isentas de imposto de renda ou não, debêntures incentivadas continuarão em alta; entenda por quê
A “corrida pelos isentos” para garantir o IR zero é menos responsável pelas taxas atuais dos títulos do que se pode imaginar. O fator determinante é outro e não vai mudar tão cedo
Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord
Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano
Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora
Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe
Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência
Nada de 120% do CDI: CDB e LCA estão pagando menos, com queda de juros à vista e sem o banco Master na jogada; veja a remuneração máxima
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a julho
Chamada final para retornos de 15% ou IPCA + 7%? Analistas indicam o melhor da renda fixa para setembro, antes de a Selic começar a cair
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
CDB do Banco Master a 185% do CDI ou IPCA + 30%: vale a pena investir agora? Entenda os riscos e até onde vai a garantia do FGC
Os títulos de renda fixa seguem com desconto nas plataformas de corretoras enquanto a situação do banco Master continua indefinida
Liquidação no mercado secundário dispara retorno de CDBs do Banco Master: de IPCA + 30% a 175% do CDI
Sem a venda para o BRB, mercado exige prêmio maior para o risco aumentado das dívidas do banco e investidores aceitam vender com descontos de até 40% no preço
Como ficam os CDBs do banco Master e do Will Bank após venda ao BRB ser barrada? Retornos chegam a 25% ao ano ou IPCA + 19%
A percepção de risco aumentou e investidores correm para vender seus títulos novamente, absorvendo prejuízos com preços até 40% menores
SPX diminui aposta no Banco do Brasil e vê oportunidade rara no crédito soberano da Argentina
Com spreads comprimidos travando o mercado local de títulos de dívida, a SPX afina a estratégia para preservar relação risco-retorno em fundos de crédito
Braskem, Vale, Mercado Livre… onde estão os riscos e oportunidades no crédito para quem investe em debêntures, na visão da Moody’s
Relatório da agência de risco projeta estabilidade na qualidade do crédito até o próximo ano, mas desaceleração da atividade em meio a juros altos e incertezas políticas exigem cautela
Prêmio das debêntures de infraestrutura é o menor em cinco anos — quem está comprando esse risco e por quê?
Diferença nas taxas em relação aos retornos dos títulos públicos está cada vez menor, diante da corrida aos isentos impulsionada por uma possível cobrança de imposto
A nova jogada dos gestores de crédito para debêntures incentivadas em meio à incerteza da isenção do IR
Com spreads cada vez mais apertados e dúvidas sobre a isenção do imposto de renda, gestores recorrem ao risco intermediário e reforçam posições em FIDCs para buscar retorno
Tesouro Direto vai operar 24 horas por dia a partir de 2026
Novidades incluem título para reserva de emergência sem marcação a mercado e plataforma mais acessível para novos investidores
Tesouro Direto IPCA ou Prefixado: Qual a melhor opção de renda fixa para lucrar na virada de ciclo dos juros?
Com juros em queda e inflação sob controle, entenda como escolher a melhor opção de rentabilidade para proteger e potencializar os investimentos
Debêntures da Petrobras (PETR4) e prefixados com taxa de 13% ao ano são destaques. Confira as recomendações para renda fixa em agosto
BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante das incertezas futuras
Tesouro Educa+ faz aniversário com taxas de IPCA + 7% em todos os vencimentos; dá para garantir faculdade, material e mais
Título público voltado para a educação dos filhos dobrou de tamanho em relação ao primeiro ano e soma quase 160 mil investidores