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Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

ORÁCULO E A CRISE

Warren Buffett mostra por que é um dos maiores investidores de todos os tempos — e diz o que pode acontecer com a quebradeira dos bancos

A Berkshire Hathaway, holding do megainvestidor, apresentou neste sábado (06) os resultados obtidos entre janeiro e março deste ano e o megainvestidor conta o que pode acontecer em meio ao colapso dos bancos regionais dos EUA

Carolina Gama
6 de maio de 2023
12:00 - atualizado às 13:10
Imagem: Divulgação

Se, no quatro trimestre de 2022, Warren Buffett se juntou aos pobres mortais e sentiu os efeitos de uma inflação sem controle e dos juros altos em seus negócios, no primeiro trimestre de 2023 ele mostrou porque é considerado um dos maiores investidores de todos os tempos. 

Como faz todos os trimestres, o Oráculo de Omaha apresentou neste sábado (06) os resultados da sua holding, a Berkshire Hathaway, e, junto com os números, participou da conferência anual — que, desta vez, estava sendo bastante aguardada diante da elevada volatilidade do mercado e da crise bancária no horizonte norte-americano. 

Em números, a Berkshire alcançou um lucro operacional de US$ 8,065 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 12,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

O desempenho recebeu um impulso da divisão de seguros, cujo lucro chegou a US$ 911 milhões, bem acima dos US$ 167 milhões do mesmo período do ano anterior. A receita de investimentos em seguros também de um salto: para US$ 1,969 bilhão, de US$ 1,170 bilhão — um aumento de 68% em base anual. 

O lucro operacional refere-se ao lucro total dos negócios do conglomerado. Buffett há muito sustenta que o lucro operacional é um reflexo melhor de como a Berkshire está se saindo, uma vez que as regras contábeis exigem que a empresa inclua ganhos e perdas não realizados de sua enorme carteira de investimentos em seu lucro líquido. 

Os mercados voláteis podem fazer com que o lucro líquido do conglomerado mude substancialmente de trimestre para trimestre, independentemente de como estão seus negócios.

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O lucro líquido da Berkshire, que inclui ganhos com investimentos de curto prazo, aumentou seis vezes, para US$ 35,5 bilhões entre janeiro e março deste ano e janeiro e março do ano passado — um reflexo da recuperação dos investimentos em ações e receitas de Buffett. 

Mas a Berkshire alerta sobre o lucro líquido: “A quantidade de ganhos (ou perdas) de investimento em qualquer trimestre geralmente não tem sentido e fornece números de lucro líquido que podem ser extremamente enganosos para investidores que têm pouco ou nenhum conhecimento das regras contábeis”, diz o conglomerado em nota.

Mas nem tudo são flores…

Nem tudo foi sucesso no primeiro trimestre: o negócio ferroviário de Buffett, a BNSF, juntamente com sua empresa de energia, registraram quedas de ganhos ano a ano.

A BNSF, por exemplo, lucrou US$ 1,25 bilhão, abaixo dos US$ 1,37 bilhão, já que o número de remessas que movimentou caiu 10% depois que perdeu um grande cliente e as importações desaceleraram nos portos da Costa Oeste. 

A divisão de serviços públicos teve um ganho de US$ 416 milhões entre janeiro e março deste ano, abaixo dos US$ 775 milhões do mesmo período do ano passado.

O que realmente interessa: o caixa

O que interessa mesmo nos resultados da Berkshire Hathaway é o tamanho do caixa da empresa, que mostra a capacidade de Buffett continuar investindo. 

Entre janeiro e março deste ano, o conglomerado usou US$ 4,4 bilhões para recomprar ações — US$ 1,6 bilhão a mais do que no quarto trimestre de 2022. 

Diante disso, o caixa da Berkshire cresceu para US$ 130,616 bilhões no primeiro trimestre de 2023, de US$ 128 bilhões no quarto trimestre de 2022.

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Buffett mais vendeu do que comprou

A Berkshire Hathaway vendeu bilhões de dólares em ações e investiu pouco dinheiro no mercado de ações dos EUA nos primeiros três meses do ano, já que Buffett viu pouco apelo em um mercado volátil.

O conglomerado vendeu US$ 13,3 bilhões em ações no primeiro trimestre e comprou uma fração desse valor. Em vez disso, investiu US$ 4,4 bilhões na recompra de seus próprios papéis, bem como US$ 2,9 bilhões em ações de outras empresas de capital aberto.

O comportamento tem uma razão. No mês passado, Charlie Munger — o braço direito dede Buffett — disse ao Financial Times que os investidores devem reduzir as expectativas de retornos do mercado de ações à medida que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) aumenta o juro e a economia desacelera.

Em relação às empresas, a Apple continuou sendo o grande destaque da carteira da Berkshire, correspondendo a cerca de 45% — a fabricante de iPhones foi uma das responsáveis pela disparada do lucro líquido do conglomerado após uma valorização de 30%.

Na outra ponta, a holding de Buffet reduziu em 20% os investimentos na Chevron, para 132 milhões de ações entre janeiro e março deste ano.

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Com a palavra, Warren Buffett

O bilionário de 92 anos e seus vice-presidentes Charlie Munger, Gregory Abel e Ajit Jain subiram ao palco depois da divulgação dos números da Berkshire e a primeira pergunta não podia ser outra: o que acontecerá se os bancos regionais norte-americanos não conseguirem cobrir seus depósitos?  

Buffett foi direto: “Seria catastrófico”, disse ele, acrescentando: “mas não é como as coisas vão caminhar.”

O Oráculo de Omaha lembrou que a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), o FGC dos EUA, cobre depósitos até US$ 250 mil, o que poderia ser um problema em caso de um efeito cascata de quebradeira de bancos regionais. 

“Não consigo imaginar que alguém no governo, no Congresso ou na FDIC queira vir a público para explicar que a cobertura é de US$ 250 mil e que, por isso, o sistema financeiro inteiro dos EUA entrou em colapso”, disse Buffett. 

A primeira pergunta direcionada a Buffett sobre os bancos regionais norte-americanos não é sem razão: dessa vez, o conglomerado não fez um investimento substancial no setor bancário dos EUA, como ocorreu na crise financeira de 2008.

Na época, o capital da Berkshire ajudou a sustentar o Goldman Sachs e o Bank of America — este último é agora uma participação central na carteira de ações da empresa.

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