Warren Buffett mostra por que é um dos maiores investidores de todos os tempos — e diz o que pode acontecer com a quebradeira dos bancos
A Berkshire Hathaway, holding do megainvestidor, apresentou neste sábado (06) os resultados obtidos entre janeiro e março deste ano e o megainvestidor conta o que pode acontecer em meio ao colapso dos bancos regionais dos EUA

Se, no quatro trimestre de 2022, Warren Buffett se juntou aos pobres mortais e sentiu os efeitos de uma inflação sem controle e dos juros altos em seus negócios, no primeiro trimestre de 2023 ele mostrou porque é considerado um dos maiores investidores de todos os tempos.
Como faz todos os trimestres, o Oráculo de Omaha apresentou neste sábado (06) os resultados da sua holding, a Berkshire Hathaway, e, junto com os números, participou da conferência anual — que, desta vez, estava sendo bastante aguardada diante da elevada volatilidade do mercado e da crise bancária no horizonte norte-americano.
Em números, a Berkshire alcançou um lucro operacional de US$ 8,065 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 12,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O desempenho recebeu um impulso da divisão de seguros, cujo lucro chegou a US$ 911 milhões, bem acima dos US$ 167 milhões do mesmo período do ano anterior. A receita de investimentos em seguros também de um salto: para US$ 1,969 bilhão, de US$ 1,170 bilhão — um aumento de 68% em base anual.
O lucro operacional refere-se ao lucro total dos negócios do conglomerado. Buffett há muito sustenta que o lucro operacional é um reflexo melhor de como a Berkshire está se saindo, uma vez que as regras contábeis exigem que a empresa inclua ganhos e perdas não realizados de sua enorme carteira de investimentos em seu lucro líquido.
Os mercados voláteis podem fazer com que o lucro líquido do conglomerado mude substancialmente de trimestre para trimestre, independentemente de como estão seus negócios.
Leia Também
O lucro líquido da Berkshire, que inclui ganhos com investimentos de curto prazo, aumentou seis vezes, para US$ 35,5 bilhões entre janeiro e março deste ano e janeiro e março do ano passado — um reflexo da recuperação dos investimentos em ações e receitas de Buffett.
Mas a Berkshire alerta sobre o lucro líquido: “A quantidade de ganhos (ou perdas) de investimento em qualquer trimestre geralmente não tem sentido e fornece números de lucro líquido que podem ser extremamente enganosos para investidores que têm pouco ou nenhum conhecimento das regras contábeis”, diz o conglomerado em nota.
- Leia também: O preço da fake news com Warren Buffett: IRB (IRBR3) vai pagar US$ 5 milhões por informação falsa
Mas nem tudo são flores…
Nem tudo foi sucesso no primeiro trimestre: o negócio ferroviário de Buffett, a BNSF, juntamente com sua empresa de energia, registraram quedas de ganhos ano a ano.
A BNSF, por exemplo, lucrou US$ 1,25 bilhão, abaixo dos US$ 1,37 bilhão, já que o número de remessas que movimentou caiu 10% depois que perdeu um grande cliente e as importações desaceleraram nos portos da Costa Oeste.
A divisão de serviços públicos teve um ganho de US$ 416 milhões entre janeiro e março deste ano, abaixo dos US$ 775 milhões do mesmo período do ano passado.
O que realmente interessa: o caixa
O que interessa mesmo nos resultados da Berkshire Hathaway é o tamanho do caixa da empresa, que mostra a capacidade de Buffett continuar investindo.
Entre janeiro e março deste ano, o conglomerado usou US$ 4,4 bilhões para recomprar ações — US$ 1,6 bilhão a mais do que no quarto trimestre de 2022.
Diante disso, o caixa da Berkshire cresceu para US$ 130,616 bilhões no primeiro trimestre de 2023, de US$ 128 bilhões no quarto trimestre de 2022.
- VEJA TAMBÉM: Adeus, Serasa: “se eu deixar de pagar minhas dívidas por 5 anos, elas simplesmente somem e meu nome volta a ficar limpo?” Descubra a resposta para este e outros problemas envolvendo dinheiro no novo episódio de A Dinheirista, que resolve suas aflições financeiras com bom humor:
Buffett mais vendeu do que comprou
A Berkshire Hathaway vendeu bilhões de dólares em ações e investiu pouco dinheiro no mercado de ações dos EUA nos primeiros três meses do ano, já que Buffett viu pouco apelo em um mercado volátil.
O conglomerado vendeu US$ 13,3 bilhões em ações no primeiro trimestre e comprou uma fração desse valor. Em vez disso, investiu US$ 4,4 bilhões na recompra de seus próprios papéis, bem como US$ 2,9 bilhões em ações de outras empresas de capital aberto.
O comportamento tem uma razão. No mês passado, Charlie Munger — o braço direito dede Buffett — disse ao Financial Times que os investidores devem reduzir as expectativas de retornos do mercado de ações à medida que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) aumenta o juro e a economia desacelera.
Em relação às empresas, a Apple continuou sendo o grande destaque da carteira da Berkshire, correspondendo a cerca de 45% — a fabricante de iPhones foi uma das responsáveis pela disparada do lucro líquido do conglomerado após uma valorização de 30%.
Na outra ponta, a holding de Buffet reduziu em 20% os investimentos na Chevron, para 132 milhões de ações entre janeiro e março deste ano.
- Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]
Com a palavra, Warren Buffett
O bilionário de 92 anos e seus vice-presidentes Charlie Munger, Gregory Abel e Ajit Jain subiram ao palco depois da divulgação dos números da Berkshire e a primeira pergunta não podia ser outra: o que acontecerá se os bancos regionais norte-americanos não conseguirem cobrir seus depósitos?
Buffett foi direto: “Seria catastrófico”, disse ele, acrescentando: “mas não é como as coisas vão caminhar.”
O Oráculo de Omaha lembrou que a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), o FGC dos EUA, cobre depósitos até US$ 250 mil, o que poderia ser um problema em caso de um efeito cascata de quebradeira de bancos regionais.
“Não consigo imaginar que alguém no governo, no Congresso ou na FDIC queira vir a público para explicar que a cobertura é de US$ 250 mil e que, por isso, o sistema financeiro inteiro dos EUA entrou em colapso”, disse Buffett.
A primeira pergunta direcionada a Buffett sobre os bancos regionais norte-americanos não é sem razão: dessa vez, o conglomerado não fez um investimento substancial no setor bancário dos EUA, como ocorreu na crise financeira de 2008.
Na época, o capital da Berkshire ajudou a sustentar o Goldman Sachs e o Bank of America — este último é agora uma participação central na carteira de ações da empresa.
Weg (WEGE3), Azul (AZUL4) e Embraer (EMBR3): quem “bombou” e quem “moscou” no primeiro trimestre do ano? BTG responde
Com base em dados das prévias operacionais, analistas indicam o que esperam dos setores de transporte e bens de capital
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Vale (VALE3) volta ao azul no primeiro trimestre de 2025, mas tem lucro 17% menor na comparação anual; confira os números da mineradora
A mineradora explica que os maiores volumes de vendas e custos menores, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram parcialmente o impacto dos preços mais baixos de minério e níquel
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
Boeing tem prejuízo menor do que o esperado no primeiro trimestre e ações sobem forte em NY
A fabricante de aeronaves vem enfrentando problemas desde 2018, quando entregou o último lucro anual. Em 2025, Trump é a nova pedra no sapato da companhia.
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
A Vale (VALE3) vai tropeçar de novo? Saiba o que esperar do resultado financeiro da mineradora no primeiro trimestre
A companhia divulga na quinta-feira (24), após o fechamento do mercado, os números de janeiro a março deste ano
Nem Elon Musk escapou da fúria de Trump: Tesla (TSLA34) sente na pele os efeitos da guerra comercial e receita com carros despenca 20%
As tarifas anunciadas pelo governo norte-americano pesaram sobre o desempenho do primeiro trimestre e a companhia revela planos para retomar o crescimento
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)
Google teve semana de más notícias nos EUA e Reino Unido; o que esperar da próxima semana, quando sai seu balanço
Nos EUA, juíza alega que rede de anúncios digitais do Google é monopólio ilegal; no Reino Unido, empresa enfrenta ação coletiva de até 5 bilhões de libras por abuso em publicidade
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.