Lucro do Bradesco em 2023 pode ficar até 40% abaixo do Itaú; ações BBDC4 desabam após balanço do 4T22
Resultado do 4T22 do Bradesco foi considerado fraco, e analistas ficaram preocupados com guidance de provisões contra devedores duvidosos
O resultado fraco do Bradesco (BBDC4) no último trimestre de 2022, manchado pelas provisões contra calote da Americanas (AMER3), deixou os analistas desanimados com as perspectivas do banco para 2023.
Isto porque as estimativas de crescimento elaboradas pelo próprio Bradesco indicam que a situação deve continuar difícil neste ano, mesmo excluindo o efeito Americanas.
Caso as projeções se concretizem, a diferença do lucro do Bradesco em relação ao do Itaú Unibanco (ITUB4), seu principal concorrente, deve chegar a pelo menos 35%-40% em 2023, de acordo com os cálculos do BTG Pactual.
Esse seria um aumento relevante da diferença entre os dois - em 2021, o lucro do Itaú ficou apenas 2,5% acima do Bradesco. Isso se traduziria, ainda, numa discrepância maior entre as ações dos dois bancos na bolsa. Como o Seu Dinheiro mostrou nesta reportagem em dezembro, a distância entre os papéis aumentou no último ano.
Nesta sexta-feira (10), o mercado reage negativamente aos resultados do Bradesco, com as ações preferenciais (BBDC4) e ordinárias (BBDC3) caindo mais de 7% pela manhã.
Mais Bradesco:
- Lucro do Bradesco despenca 76% com provisões contra calote da Americanas
- Bolsa agora: Bradesco (BBDC4) e Alpargatas (ALPA4) lideram as perdas do dia após balanços
Bradesco faz mea culpa
Com o Bradesco mostrando queda no lucro e o Itaú publicando um balanço considerado irretocável pelos analistas, o momento de cada banco é claramente diferente e isso tem a ver com erros cometidos no ciclo de crédito, segundo as principais casas de análise.
Leia Também
Nesta sexta-feira, durante coletiva de imprensa, o CEO do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, reconheceu que o banco concedeu mais crédito do que deveria durante a pandemia.
“Vivemos um momento com a pandemia onde experimentamos inadimplência extremamente baixa, que não condizia com a realidade do nosso país. Em função disso, concedemos mais crédito do que deveríamos”, afirmou.
Lazari disse, ainda, que ficou o aprendizado de estar “sempre um ponto antes da curva” para que não veja o crescimento desenfreado de provisões.
“Não devemos esquecer as lições aprendidas e agora vamos arrumar a casa”, prometeu.
Resultado ruim, mesmo sem Americanas
O resultado ruim do Bradesco foi largamente motivado pela provisão de 100% da sua exposição à Americanas, que pediu recuperação judicial em janeiro. Mas não foi só isso que prejudicou os números.
Com o impacto da Americanas, o Bradesco registrou queda de 76% no lucro líquido do quarto trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021, chegando a R$ 1,595 bilhão. Além disso, a rentabilidade despencou para 3,9%, de 17,5% no quarto trimestre de 2021.
Excluindo Americanas da conta, os números ficam mais agradáveis, mas, ainda assim, mostram uma tendência de piora dos resultados. Ao descontar o efeito da varejista, o lucro do Bradesco no quarto trimestre teria sido de R$ 4,3 bilhões, ainda abaixo das projeções do mercado, de R$ 4,6 bilhões.
Mais do que o lucro em si, o ponto de atenção ficou com as provisões contra devedores duvidosos (PDD). Mesmo tirando os efeitos da Americanas, a PDD dobrou do 4T21 para o 4T22 e cresceu 23% na comparação com o período imediatamente anterior. Para completar, a projeção do banco (guidance) para a PDD em 2023 assustou os analistas.
“Isso mostra que a carteira de crédito do Bradesco está deteriorando os resultados mais rapidamente do que no Itaú e mais rapidamente do que a maioria dos analistas acreditava”, afirmou Flavio Conde, da Levante Investimentos.
O Bradesco estima que a PDD expandida deve ficar entre R$ 36,5 bilhões e R$ 39,5 bilhões em 2023. No ano passado, o montante total foi de R$ 32,3 bilhões, mas a conta cai para R$ 27,4 bilhões excluindo a Americanas.
ROE de 18% só ano que vem - ou depois
Considerando os outros indicadores projetados pelo banco para 2023, os analistas concluem que a rentabilidade medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do Bradesco deve encerrar o ano no patamar entre 10% e 15%, ainda longe do objetivo de 18% estipulado por Lazari.
Para a Genial Investimentos, o ROE de 18% só deve aparecer no balanço a partir de 2024 ou talvez 2025.
Azul (AZUL4) dá sinal verde para aporte de American e United, enquanto balanço do 3T25 mostra prejuízo mais de 1100% maior
Em meio ao que equivale a uma recuperação judicial nos EUA, a Azul dá sinal verde para acordo com as norte-americanas, enquanto balanço do terceiro trimestre mostra prejuízo ajustado de R$ 1,5 bilhão
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa
Hapvida (HAPV3) atinge o menor valor de mercado da história e amplia programa de recompra de ações
O desempenho da companhia no terceiro trimestre decepcionou o mercado e levou a uma onda de reclassificação os papéis pelos grandes bancos
Nubank (ROXO34) tem lucro líquido quase 40% maior no 3T25, enquanto rentabilidade atinge recorde de 31%
O Nubank (ROXO34) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de US$ 782,7 milhões; veja os destaques
Quem tem medo da IA? Sete em cada 10 pequenos e médios empreendedores desconfiam da tecnologia e não a usam no negócio
Pesquisa do PayPal revela que 99% das PMEs já estão digitalizadas, mas medo de errar e experiências ruins com sistemas travam avanço tecnológico
Com ‘caixa cheio’ e trimestre robusto, Direcional (DIRR3) vai antecipar dividendos para fugir da taxação? Saiba o que diz o CEO
A Direcional divulgou mais um trimestre de resultados sólidos e novos recordes em algumas linhas. O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo para entender o que impulsionou os resultados, o que esperar e principalmente: vem dividendo aí?
Banco do Brasil (BBAS3) não saiu do “olho do furacão” do agronegócio: provisões ainda podem aumentar no 4T25, diz diretor
Após tombo do lucro e rentabilidade, o BB ainda enfrenta ventos contrários do agronegócio; executivos admitem que novas pressões podem aparecer no balanço do 4º trimestre
Allos (ALOS3) entrega balanço morno, mas promete triplicar dividendos e ações sobem forte. Dá tempo de surfar essa onda?
Até então, a empresa vinha distribuindo proventos de R$ 50 milhões, ou R$ 0,10 por ação. Com a publicação dos resultados, a companhia anunciou pagamentos mensais de R$ 0,28 a R$ 0,30
Na contramão da Black Friday, Apple lança ‘bolsinha’ a preço de celular novo; veja alternativas bem mais em conta que o iPhone Pocket
Apple lança bolsinha para iPhone em parceria com a Issey Miyake com preços acima de R$ 1,2 mil
Todo mundo odeia o presencial? Nubank enfrenta dores de cabeça após anunciar fim do home office, e 14 pessoas são demitidas
Em um comunicado interno, o CTO do banco digital afirmou que foram tomadas ações rápidas para evitar que a trama fosse concluída
Família Diniz vende fatia no Carrefour da França após parceria de 10 anos; veja quem são os magnatas que viraram os principais acionistas da rede
No lugar da família Diniz no Carrefour, entrou a família Saadé, que passa a ser a nova acionista principal da companhia. Família franco-libanesa é dona de líder global de logística marítima
Itaú vs. Mercado Pago: quem entrega mais vantagens na Black Friday 2025?
Com descontos de até 60%, cashback e parcelamento ampliado, Itaú e Mercado Pago intensificam a disputa pelo consumidor na Black Friday 2025
Casas Bahia (BHIA3) amplia prejuízo para R$ 496 milhões no terceiro trimestre, mas vendas sobem 8,5%
O e-commerce cresceu 12,7% entre julho e setembro deste ano, consolidando o quarto trimestre consecutivo de alta
O pior ainda não passou para a Americanas (AMER3)? Lucro cai 96,4% e vendas digitais desabam 75% no 3T25
A administração da varejista destacou que o terceiro trimestre marca o início de uma nova fase, com o processo de reestruturação ficando para trás
Acionistas do Banco do Brasil (BBAS3) não passarão fome de proventos: banco vai pagar JCP mesmo com lucro 60% menor no 3T25
Apesar do lucro menor no trimestre, o BB anunciou mais uma distribuição de proventos; veja o valor que cairá na conta dos acionistas
Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) tomba 60% e rentabilidade chega a 8% no 3T25; veja os destaques
O BB registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,78 bilhões entre julho e setembro; veja os destaques do balanço
