O que Powell fez dessa vez? Por que os gringos torceram o nariz para a ata do Fed de novembro — que arrastou o Ibovespa também
O S&P 500 interrompeu uma sequência de cinco pregões em alta, pressionado pelo principal documento de política monetária do banco central norte-americano
As bolsas em Nova York já não começaram o dia bem — abriram em queda, pressionadas pelo recuo de indicadores econômicos — e a esperança estava na divulgação da ata da reunião do Federal Reserve (Fed) e esse foi o problema.
Depositar esperança — ainda que cautelosa — no principal documento de política monetária do banco central norte-americano é um risco e, nesta terça-feira (21), deu errado.
O documento voltou a mostrar a disposição dos membros do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) não só em manter os juros elevados por mais tempo como de continuar a subir a taxa referencial novamente.
Isso porque os membros do Fomc não estão suficientemente confiantes de que a inflação nos EUA está realmente em uma trajetória de queda sustentável. Por isso, a ata reafirmou que as decisões sobre os juros serão tomadas a cada reunião, com base nos dados econômicos.
Embora não tenha trazido uma grande novidade, juros altos nunca agradam o mercado e a reação foi a única possível: os principais índices de ações de Nova York terminaram o dia como começaram: no vermelho. Confira a variação e a pontuação no fechamento:
- Dow Jones: -0,18%, 35.088,29 pontos
- S&P 500: -0,20%, 4.538,19 pontos
- Nasdaq: -0,59%, 14.199,98 pontos
Por aqui, o Ibovespa também não escapou. O principal índice da bolsa brasileira também terminou o dia em queda, acompanhando Wall Street. Confira a nossa cobertura dos mercados hoje.
E teve mas além do Fed
Antes da divulgação da ata do Fed, Wall Street ainda foi sacudida por um leilão que lançou os yields (rendimento) dos Treasurys nas alturas.
Os juros projetados pelos títulos de dívida de dez anos do governo norte-americano atingiram o maior nível durante o dia e foram acompanhados pelos papéis de 30 anos, que também renovaram máxima intradiária.
Os yields dos Treasurys de dez anos, usados como referência no mercado, subiram a 4,438% cerca de meia hora antes da divulgação da ata do Fed, enquanto os dos títulos de 30 anos bateram em 4,608%. Já os juros das notas de 2 anos avançaram a 4,887%.
Mas o documento do BC norte-americano não teve muito a ver com esse movimento. O avanços dos yields se deu após um leilão de títulos atrelados à inflação (Tips) de 10 anos realizado hoje com rendimento máximo de 2,180% — acima da média de 1,479%.
Mesmo com a taxa máxima mais alta do que nas últimas operações, a demanda pelos papéis foi equivalente a 2,32 vezes o volume ofertado, um resultado abaixo da média recente de 2,43 vezes.
Isso acabou refletindo no mercado de Treasurys, pesando sobre o preço dos papéis e, consequentemente, impulsionando os juros.
O dólar também acompanhou e se valorizou lá fora. O índice DXY — que mede a divisa norte-americana ante seis moedas fortes — chegou a 103,634 pontos, no maior nível do dia. Por suas vez, o mercado de ações aprofundou as quedas.
A DINHEIRISTA - Posso deixar meu marido sem herança? Estou muito doente e ele se recusa a cuidar de mim!
E na Europa, como foi o dia?
A maioria das bolsas europeias terminaram o dia em queda, com os investidores permanecendo em modo de esperar para ver.
O índice Stoxx 600 fechou em queda de 0,1% após um dia de negociações tranquilo e uma sessão estável na segunda-feira (20).
As ações de varejo lideraram os ganhos, com alta de 0,7%, enquanto as ações de automóveis caíram 1,6%.
Confira a variação e a pontuação de algumas das principais bolsas europeias:
- Londres: -0,19%, 7.481,99 pontos
- Frankfurt: -0,01%, 15.900,53 pontos
- Paris: - 0,24%, 7.229,45 pontos
Nas alturas: Dow Jones ultrapassa os 40 mil pontos pela primeira vez na história
Quando começou a operar, Dow Jones era composto apenas por 12 ações. Hoje, o índice tem ações das 30 maiores empresas dos Estados Unidos
De malas prontas: Presidente e dois membros do conselho da CVC (CVCB3) renunciam; ações caem mais de 7% na B3
Valdecyr Maciel Gomes renunciou ao cargo depois de três anos na função; movimentação acontece uma semana após balanço do primeiro trimestre
Bolsa hoje: Ibovespa sobe com NY nas máximas históricas, mas Petrobras (PETR4) limita ganhos; dólar cai
RESUMO DO DIA: Após um dia de perdas com Petrobras (PETR4), o Ibovespa tenta voltar ao tom positivo e recuperar as perdas da semana. Sem indicadores relevantes, o pregão é movimentado pela reação aos balanços e ainda certo rescaldo da saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR4). Além disso, permanece no radar […]
Bolsa hoje: Petrobras (PETR4) rouba as atenções e Ibovespa fecha em queda em dia de NY nas máximas; dólar sobe a R$ 5,13
RESUMO DO DIA: Sinal vermelho para os mercados: a repentina demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR4) pegou os investidores de surpresa e as atenções se voltaram para os desdobramentos da mudança no comando da companhia. Dado o peso de Petrobras no principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa terminou o pregão […]
Opções de venda de ações da Petrobras (PETR4) disparam mais de 1000% com ruído em torno da demissão de CEO
Investidores com posições em opções de venda de ações da Petrobras lucram com o estrago provocado pelo anúncio da saída de Jean Paul Prates
Magda Chambriard vai virar a Petrobras (PETR4) de ponta-cabeça? Veja o que pensa a indicada de Lula para suceder Prates
Compilamos as opiniões da Magda Chambriard sobre os investimentos, os dividendos e o futuro da Petrobras
Prates não sai sozinho: Petrobras (PETR4) anuncia demissão de CFO e nomeia presidente interina
A estatal confirmou Clarice Coppetti, atual diretora executiva de assuntos corporativos, como presidente interina
O que fazer com as ações da Petrobras (PETR4) agora? Saiba se é hora de vender ou se a queda abriu oportunidade
O ruído em torno da saída de Jean Paul Prates na presidência da estatal já custou a perda de mais de R$ 60 bilhões em valor de mercado
Bolsa hoje: Ibovespa avança com ata do Copom, enquanto dólar cai a R$ 5,13; Hapvida (HAPV3) e Natura (NTCO3) chamam atenção após balanços
RESUMO DO DIA: Dizem que para toda pergunta há uma resposta. Pois bem, o mercado finalmente recebeu a sua hoje, com a divulgação da ata do Copom, após a decisão dividida sobre o corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic. No documento, a explicação foi resumida por uma decisão “técnica”, nada além disso. Afastando […]
Hapvida (HAPV3) reverte prejuízo em lucro e alcança Ebitda recorde de mais de R$ 1 bilhão; ações saltam 10% na B3
A companhia superou as expectativas do mercado e reportou lucro líquido de R$ 83,4 milhões no primeiro trimestre
Leia Também
Mais lidas
-
1
O que fazer com as ações da Petrobras (PETR4) agora? Saiba se é hora de vender ou se a queda abriu oportunidade
-
2
Ex-colega de Campos Neto no BC, gestor da Itaú Asset aposta em Copom mais rígido com os cortes na Selic daqui para frente
-
3
‘100 milhões é pouco, é só 1,25% da população global’: o que vem a seguir para o Nubank (ROXO34), segundo o CEO, David Vélez