A alegria durou pouco: o que Powell disse sobre os juros que jogou o S&P 500, o Nasdaq e o Dow nas mínimas do dia — nem o Ibovespa escapou
Depois de manter a taxa de juros inalterada na semana passada e patrocinar ganhos em Wall Street e por aqui, o discurso do chefão do Fed no evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) caiu mal sobre os investidores

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, jogou um balde de água fria nos mercados nesta quinta-feira (9) — e nem o Ibovespa escapou dos efeitos das declarações do chefe do BC dos EUA sobre a inflação e os juros.
Depois de manter a taxa de juros inalterada na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano na decisão da semana passada e patrocinar ganhos em Wall Street e por aqui, o discurso de Powell no evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) caiu mal sobre os investidores.
Prova disso é que em Nova York, os índices atingiram as mínimas do dia enquanto o presidente do Fed discursava. O S&P 500 caiu pela primeira vez em nove sessões, enquanto o Dow Jones perdeu 200 pontos. Na B3, o Ibovespa acompanhou o pessimismo e também renovou mínima intradiária.
Mas o que Powell disse, afinal?
Powell disse que ele e os membros do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) estão encorajados pela desaceleração do ritmo da inflação, mas não têm certeza se fizeram o suficiente para manter os preços em uma trajetória sustentável de queda.
Segundo o chefão do Fed, mais trabalho poderia ser feito na batalha contra os preços elevados.
“O Fomc está empenhado em alcançar uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para esfriar a inflação para 2% ao longo do tempo; não estamos confiantes de que tenhamos alcançado tal posição”, disse ele.
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O discurso surge com a inflação ainda bem acima do objetivo de longa data do Fed, mas também consideravelmente abaixo dos níveis máximos no primeiro semestre de 2022.
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Pausa ou fim do ciclo de alta dos juros?
Depois de 11 aumentos de juros — no aperto monetário mais agressivo desde o início da década de 1980 —, o Fomc saiu de uma taxa referencial próxima de zero para um intervalo de 5,25% a 5,5%, o maior nível em 22 anos.
A elevação dos juros fez a inflação desacelerar nos EUA. O índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — a medida preferida do Fed para inflação — saiu do pico de 9% em junho do ano passado para 3,7% agora.
Ainda assim, Powell disse que a inflação está bem acima de onde o Fed gostaria de vê-la.
“Os meus colegas e eu estamos satisfeitos com este progresso, mas acreditamos que o processo de desaceleração sustentável da inflação para 2% tem um longo caminho a percorrer”, afirmou.
- Leia também: A bola de cristal de Powell: Fed mantém juros no nível mais alto em mais de 20 anos como esperado — o que vem agora?
Canja de galinha e cautela não fazem mal a ninguém
Assim como em discursos recentes, Powell sublinhou que, no entanto, o Fed deve ser cauteloso a partir de agora, uma vez que os riscos entre fazer muito e fazer muito pouco estão cada vez mais equilibrados.
“Se for apropriado apertar ainda mais a política monetária, não hesitaremos em fazê-lo. No entanto, continuaremos a agir com cuidado, permitindo enfrentar tanto o risco de sermos enganados por alguns bons meses de dados como o risco de aperto excessivo”, afirmou.
A aposta é de juros altos ou não?
Apesar da mínima das bolsas em Nova York e por aqui, os investidores seguem confiantes — pelo menos por enquanto — de que o trabalho do Fed em relação aos juros está concluído.
De acordo com o CME Group, há uma probabilidade de 11,9% de o Fomc aprovar um aumento final dos juros na reunião de 12 a 13 de dezembro, embora os membros do comitê em setembro tenham projetado uma elevação adicional de 0,25 ponto percentual ainda este ano.
E mais: os traders já antecipam que o Fed começará a cortar no próximo ano, provavelmente a partir de junho, ainda de acordo com dados compilados pelo CME Group.
Se isso vai acontecer ou não, não há como cravar, mas Powell observou o progresso que a economia fez e suas implicações para a política monetária.
O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA acelerou a um ritmo anualizado de 4,9% no terceiro trimestre, embora Powell tenha dito que a expectativa é que o crescimento seja “moderado nos próximos trimestres”.
Neste sentido, o presidente do Fed disse que o banco central norte-americano está “atento” ao fato de um crescimento mais forte do que o esperado poder minar a luta contra a inflação e “justificar uma resposta da política monetária”.
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