Putin acaba de alcançar um de seus objetivos na Ucrânia. O que esperar a partir de agora?
O estabelecimento de uma passagem terrestre entre o Rostov e a Crimeia era apontado como um dos objetivos de Putin desde a invasão da Ucrânia, pouco mais de 7 meses atrás

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acaba de alcançar um dos objetivos militares do Kremlin com a invasão da Ucrânia.
Em uma cerimônia convocada para amanhã, com direito à montagem de um imenso palanque na Praça Vermelha, a Rússia vai formalizar a anexação de quatro províncias ucranianas.
Em referendos realizados nos últimos dias, os eleitores das áreas das províncias de Lugansk, Donetsk, Zaporijia e Kherson controladas pelo exército russo decidiram deixar de fazer parte da Ucrânia.
As votações foram organizadas por autoridades locais pró-Moscou.
É claro que o governo ucraniano e seus aliados no Ocidente reagiram com indignação. Eles alegam que os habitantes da região teriam sido obrigados a votar pela anexação.
Até o momento, porém, não há nenhuma sinalização de que a anexação provoque um acirramento imediato ou uma escalada internacional do conflito.
Leia Também
Quem vai substituir Powell? Scott Bessent sai da disputa, mas Trump diz que tem outros nomes
Por que a Rússia quer anexar essa parte da Ucrânia
Os habitantes das quatro regiões em questão mantêm laços étnicos, religiosos e culturais com a Rússia.
As áreas a serem anexadas correspondem a aproximadamente 15% do território da Ucrânia.

Nos anos que antecederam a invasão da Ucrânia, ocorrida em fevereiro, as populações russas dessas áreas tornaram-se alvo sistemático do Batalhão Azov, uma força paramilitar ucraniana que ganhou notoriedade internacional pela ostentação de símbolos neonazistas por seus integrantes.
A proteção às populações de Lugansk e Donetsk foi um dos motivos alegados por Putin para justificar a invasão da Ucrânia, pouco mais de sete meses atrás.
Ainda em fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, a anexação dessas áreas era vista como um dos mais prováveis objetivos do Kremlin.
Agora, Moscou finalmente poderá estabelecer uma conexão terrestre entre o Rostov e a Península da Crimeia.
O que a Crimeia tem a ver com isso
A Crimeia foi ocupada pela Rússia em 2014.
Aquela operação militar ocorreu na esteira da revolta popular na qual o então presidente Viktor Yanukovich acabou deposto.
Desde a dissolução da União Soviética, em 1991, a Rússia mantinha na Crimeia uma de suas poucas bases militares em solo estrangeiro.
Diante da ascensão de líderes antagônicos a Moscou em Kiev na última década, o Kremlin se antecipou para não perder acesso à base, estratégica para a Rússia.
Entretanto, a península ficou isolada do restante do território russo e o acesso à região só podia ser feito por mar e ar.
Nas semanas que antecederam a invasão, o temor de que a Ucrânia pudesse tentar retomar a Crimeia fez do estabelecimento de um corredor terrestre uma prioridade militar para a Rússia.
Os referendos ocorreram, inclusive, em meio a afirmações do presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, de que Kiev tentaria recuperar a Crimeia.
Como fica a guerra entre a Rússia e a Ucrânia
Com esse objetivo alcançado por Putin, as especulações voltam-se agora para quais serão os próximos passos do líder russo.
A anexação do território torna inverossímil qualquer espécie de tentativa de negociação de paz entre Moscou e Kiev no curto prazo.
Até porque há pouco mais de uma semana, em meio à perda de territórios para forças ucranianas, Putin mobilizou 300 mil reservistas para a lutar na Ucrânia.
Já os aliados ocidentais de Zelensky dificilmente reconhecerão a anexação como legítima.
Na Europa, a maior preocupação refere-se ao controle de Zaporijia. A região a ser formalmente anexada pela Rússia amanhã contempla a maior usina nuclear em funcionamento em toda a Europa.
Situada às margens do rio Dniepre, a usina de Zaporijia foi tomada pela Rússia, mas é alvo de investidas ucranianas.
Em meio ao conflito, a Agência Internacional de Energia Atômica adverte para o risco de uma catástrofe nuclear.
“Pode falar comigo a qualquer momento”, diz Trump sobre Lula — e petista responde
Não demorou muito para o presidente brasileiro ir até as redes sociais para responder Trump; veja o que o petista falou desta vez
A renúncia no Fed que pode colocar um “presidente-sombra” no comando do maior banco central do mundo
A previsão é de El-Erian, um dos economistas mais renomados do mundo; Trump, por sua vez, comemora a saída da diretora — entenda o que está em jogo
Tarifaço de Trump pode encontrar desafio nos tribunais dos EUA, mas decisão final deve demorar a acontecer
Há hoje pelo menos sete ações que contestam as tarifas de Trump. Um desses processos é movido por um grupo de pequenas empresas. Além disso, liderados pelo Oregon, 12 Estados acionaram a Justiça
Tarifas de Trump começam a valer no dia 7 de agosto; veja a lista completa das taxas anunciadas e setores mais afetados
Já se passaram mais de 90 dias desde o tarifaço de abril, e os 90 acordos prometidos ficaram só na conversa; entenda como está o cenário das tarifas hoje
Casa Branca divulga tabela (de novo) com tarifas recíprocas; Brasil aparece com taxa de 10%
O republicano assinou na quarta-feira (30) um decreto que confirma uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, com centenas de exceções
Mais um bilionário dá adeus: Ray Dalio vende participação final na Bridgewater Associates e renuncia ao conselho
A decisão marca o fim da liderança do bilionário de 75 anos em um dos maiores fundos de hedge do mundo, criado há cinco décadas
Trump anuncia prorrogação de tarifas contra o México, e dá prazo de 90 dias para fechar novo acordo comercial
Fentanil, aço, alumínio e automóveis seguem com sobretaxas; republicano promete diálogo, mas avisa que fronteira continua sendo linha vermelha
Mercado aumenta aposta em corte de juros nos EUA em setembro. Powell responde se a previsão vai se cumprir
Para a próxima reunião do BC, a aposta majoritária é de um corte de 0,25 pp, o que levaria os juros para uma faixa de 4,00% a 4,25%, de acordo com dados compilados pelo CME Group
O que a decisão dividida do Fed pode significar para o futuro dos juros da maior economia do mundo
Comitê de política monetária manteve a taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano, mas o que chamou atenção foi a falta de consenso em torno da decisão, algo que não acontecia desde 1993
Trump assina decreto que confirma tarifa de 50% para o Brasil, mas adia entrada em vigor para 6 de agosto
Até o momento, o Brasil é o país que recebeu a maior tarifa, sem que houvesse avanços nas tentativas de negociação com os EUA
Para a ira de Trump, Powell resiste à pressão e Fed segue com os juros inalterados — mas decisão não é unânime dessa vez
Essa é a primeira vez desde 1993 que dois integrantes do Fomc divergem do voto da maioria em uma mesma reunião, de acordo com a imprensa norte-americana. O movimento está sendo visto como um aceno à Casa Branca.
Índia vira alvo de Trump e recebe tarifa de 25% — a culpa dessa vez é da Rússia, segundo o republicano
Presidente dos Estados Unidos acusa Índia de dificultar comércio e apoiar financeiramente Moscou em meio à guerra na Ucrânia.
Uns com pouco, outros com tanto: Diálogo entre EUA e China avança e trégua pode ser prorrogada de novo
Acordos preliminares entre representantes dos Estados Unidos e China ainda devem passar pela aprovação de Donald Trump; enquanto isso prazo de 1º de agosto continua em vigor para o Brasil e o mundo
Vai sobrar para todo mundo: Trump quer criar tarifa global para países que não tem acordo com os EUA
A nova taxação ficará na faixa de 15% a 20%, de acordo com o republicano, que não informou quando a medida entrará em vigor
Milei corta imposto de exportação e BTG vê efeito positivo no agronegócio da Argentina
Para o banco, tornar essa redução permanente oferece incentivos corretos que devem sustentar os volumes de exportação agrícola do país
Não pagaram para ver: veja quais países já fecharam acordo para aliviar as tarifas impostas por Trump
Japão, UE e Vietnã estão entre os que conseguiram reduzir as tarifas; Brasil segue na lista vermelha de Trump
Trégua comercial: EUA e União Europeia fecham acordo que traz alívio tarifário e promete investimentos bilionários
Novo pacto comercial reduz pela metade a alíquota sobre as exportações da UE e inclui promessa de US$ 600 bilhões em investimentos da UE na economia norte-americana.
Duelo de gigantes: China e EUA devem prorrogar trégua tarifária por mais 90 dias, diz jornal
Nos três meses de trégua, ambos países devem se comprometer em não adotar medidas que possam reacender tensões comerciais.
Comércio global em jogo: Trump e União Europeia se reúnem neste domingo para tentar destravar acordo comercial
Proposta na mesa de negociações entre EUA e UE inclui uma tarifa média de 15% sobre produtos europeus exportados para o mercado norte-americano.
50% contra o Brasil: Tarifas dos EUA entram em vigor na sexta-feira (1)
A partir de 1º de agosto, EUA vai aplicar uma alíquota de 50% sobre as importações de produtos originados do Brasil.