🔴 AÇÕES PARA INVESTIR EM JULHO: CONFIRA CARTEIRA COM 10 RECOMENDAÇÕES – ACESSE GRATUITAMENTE

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

CHAOS A.D.

O que está em jogo na invasão da Ucrânia pela Rússia e qual o papel dos EUA no conflito

Gás, zonas de influência externa e segurança norteiam os mais recentes movimentos de Moscou e Washington no tabuleiro de xadrez internacional

Ricardo Gozzi
24 de fevereiro de 2022
11:53 - atualizado às 6:31
Rússia mantém tropas na fronteira da Ucrânia e bolsas reagem hoje
Vladimir Putin, presidente da Rússia, autorizou ação militar contra a Ucrânia

O alvo dos bombardeios é a Ucrânia, mas a guerra é entre Rússia e Estados Unidos.

Gás, zonas de influência externa e segurança norteiam os mais recentes movimentos de Moscou e Washington no tabuleiro de xadrez internacional.

Vamos explorar nos próximos parágrafos cada um desses aspectos para entender melhor os desdobramentos que levaram a Rússia a atacar a Ucrânia na madrugada desta quinta-feira.

Resquícios da Guerra Fria

Antes, porém, é preciso recuperar um pouco da história.

Como chegamos até aqui, afinal?

Já se vão mais de 30 anos desde o fim da Guerra Fria. Mas seu espectro ainda vaga pelo mundo.

Leia Também

Até o início dos anos 1990, duas grandes alianças militares garantiam que a Guerra Fria não esquentasse ao ponto de levar Estados Unidos e União Soviética a um conflito nuclear.

Os EUA formaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A URSS estabeleceu o Pacto de Varsóvia.

Nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, as zonas de influência de EUA e URSS na Europa constituíam a fronteira física e também uma zona tampão entre as duas superpotências.

Um ataque a qualquer um de seus membros pelo bloco rival seria considerado uma agressão a todos. Apesar da tensão permanente, a tão temida guerra de destruição mútua não ocorreu.

Fonte: The Washington Post

Bloco esfacelado

A dissolução da URSS permitiu aos EUA emergirem como a única superpotência global. Por muito tempo comprou-se a ideia de que a queda da Cortina de Ferro traria consigo o fim da história.

Uma a uma, as repúblicas socialistas que compunham a URSS ganharam independência e precisaram trilhar caminhos próprios para ingressar no sistema internacional.

Enquanto algumas se aliaram quase imediatamente ao bloco ocidental - caso dos países bálticos -, outras permaneceram alinhadas com Moscou.

Fim do Pacto de Varsóvia e expansão da Otan

Em meio ao processo de dissolução da URSS, o Pacto de Varsóvia foi extinto em março de 1991. Já a Otan, que tinha entre suas funções “deter o avanço do comunismo”, seguiu não apenas existindo, mas também se expandindo.

Inicialmente, Moscou conseguiu de Washington garantias verbais de que a Otan não seguiria em expansão. A promessa norte-americana, porém, não se manteria.

De país em país, a Otan continuou crescendo. Ela passou a incorporar antigos membros do Pacto de Varsóvia. Até praticamente cercar a Rússia com bases militares e sistemas de mísseis.

Agora que a Ucrânia manifestou a intenção de se associar à Otan, somente a Bielorrússia e a Finlândia separam fisicamente a Rússia da aliança militar ocidental.

Fonte: The Economist

É disso que Vladimir Putin se queixa quando exige garantias firmes por parte da Otan. Com a Rússia praticamente cercada por bases militares hostis, a ausência de respostas a seus temores levou Moscou a buscar alternativas. Analistas consideram que, para Moscou, a saída militar tornou-se menos custosa do que a diplomacia.

"A pergunta que deveríamos nos fazer é por que a Otan continuou existindo mesmo depois de 1990? Se a Otan deveria deter o comunismo, por que agora ela está se expandindo em direção à Rússia?"

Noam Chomsky, filósofo e linguista norte-americano, sobre a expansão da Otan

E o gás?

Tão importante quanto os temores russos diante da expansão da Otan é a questão do fornecimento de gás à Europa.

A Rússia terminou de construir no ano passado o Nord Stream 2. Trata-se do segundo ramal de um gasoduto que liga a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico.

Além de aumentar a oferta, o gasoduto barateia o custo do gás fornecido à Europa, pois vai direto do fornecedor ao consumidor.

Este é, inclusive, um dos pontos de atrito com a Ucrânia. Os ramais do Nord Stream permitem à Rússia contornar países que cobrariam royalties pela passagem da tubulação por seus territórios, como Ucrânia e Polônia.

A Europa na encruzilhada

No início da semana, porém, o aumento da tensão na Ucrânia forçou o chanceler alemão, Olaf Scholz, a adiar a inauguração do ramal.

O governo dos EUA tenta dissuadir a Alemanha de conceder os alvarás restantes e afirma estar em busca de alternativas para garantir que a Europa não fique sem o fornecimento de gás, crucial principalmente nos meses de inverno.

A Casa Branca alega que o Nord Stream 2 deixará a Europa muito dependente da Rússia para suas necessidades energéticas.

Ao mesmo tempo, os EUA mobilizam-se para se transformarem nos maiores exportadores mundiais de gás natural liquefeito. O plano no momento é aumentar a produção de GNL em 20% até o fim do ano.

E agora?

Durante a madrugada, Putin autorizou uma “ação militar especial” do exército russo no leste da Ucrânia. Hoje, múltiplas explosões eram ouvidas em diferentes partes do país, e não apenas no leste. Em Kiev, autoridades locais impuseram lei marcial e ordenaram que somente trabalhadores de serviços essenciais tivessem autorização para circular pela cidade.

Neste momento, tentar prever os desdobramentos é impossível.

Na melhor das hipóteses, Putin estabelecerá uma conexão terrestre entre o Rostov e a Crimeia pelo leste da Ucrânia, garantindo contiguidade territorial e controle sobre uma área onde os laços étnicos e culturais com a população local são um fato.

Na pior, estamos diante dos primeiros movimentos de uma guerra em grande escala. Entretanto, o fato de a Ucrânia não ser membro pleno da Otan torna essa possibilidade improvável.

Também é improvável um envolvimento direto dos EUA, que, depois da conturbada saída do Afeganistão, no ano passado, encontra-se em seu primeiro período sem envolvimento em guerras desde o ano 2000.

“A Ucrânia está à própria sorte. A reação do ocidente será na forma de sanções econômicas e não num embate armado”, acredita João Beck, economista e sócio da BRA.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
GUERRA COMERCIAL

Lula tira do papel a Lei da Reciprocidade para enfrentar Trump, mas ainda aposta na diplomacia

15 de julho de 2025 - 14:08

Medida abre caminho para retaliação comercial, mas o governo brasileiro segue evitando o confronto direto com os Estados Unidos

AGENDA DE RESULTADOS

Temporada de balanços 2T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências

15 de julho de 2025 - 7:00

A temporada de balanços do 2T25 começa ainda em julho e promete mostrar quem realmente entregou resultado entre as principais empresas da B3

O QUE ESPERAR AGORA

Tarifas de Trump jogam balde de água fria nas expectativas para a economia brasileira; confira os impactos da guerra tarifária no país, segundo o Itaú BBA

14 de julho de 2025 - 11:51

O banco ressalta que o impacto final é incerto e que ainda há fatores que podem impulsionar a atividade econômica do país

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Inflação, Livro Bege, G20 e PIB chinês; confira os indicadores mais importantes da semana

14 de julho de 2025 - 7:03

Com o mercado ainda digerindo as tarifas de Trump, dados econômicos movimentam a agenda local e internacional

ANÁLISE

É improvável que tarifa de 50% dos EUA às importações brasileiras se torne permanente, diz UBS WM

13 de julho de 2025 - 17:03

Para estrategistas do banco, é difícil justificar taxação anunciada por Trump, mas impacto na economia brasileira deve ser limitado

'FRUSTRAÇÃO'

Bolsonaro é a razão da tarifa mais alta para o Brasil, admite membro do governo dos EUA — mas ele foge da pergunta sobre déficit comercial

13 de julho de 2025 - 13:46

Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, falou em “frustração” de Trump em relação à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro ante a Justiça brasileira, mas evitou responder sobre o fato de os EUA terem superávit comercial com o Brasil

LOTERIAS

Sem milionários, só Lotofácil fez ganhadores neste sábado (12); Mega-Sena acumula em R$ 46 milhões. Veja resultados das loterias

13 de julho de 2025 - 9:53

Lotofácil fez quatro ganhadores, que levaram R$ 475 mil cada um. Prêmio da +Milionária agora chega a R$ 128 milhões

BOMBOU NO SD

Banco do Brasil (BBAS3), ataque hacker, FII do mês e tarifas de 50% de Trump: confira as notícias mais lidas da semana

12 de julho de 2025 - 18:10

Temas da semana anterior continuaram emplacando matérias entre as mais lidas da semana, ao lado do anúncio da tarifa de 50% dos EUA ao Brasil

GUERRA COMERCIAL

Tarifas de Trump podem afastar investimentos estrangeiros em países emergentes, como o Brasil

12 de julho de 2025 - 14:36

Taxação pode ter impacto indireto na economia de emergentes ao afastar investidor gringo, mas esse risco também é limitado

OLHO POR OLHO?

Lula afirma que pode taxar EUA após tarifa de 50%; Trump diz que não falará com brasileiro ‘agora’

12 de julho de 2025 - 11:28

Presidente brasileiro disse novamente que pode acionar Lei de Reciprocidade Econômica para retaliar taxação norte-americana

MOTIVAÇÕES POLÍTICAS

Moody’s vê estatais como chave para impulsionar a economia com eleições no horizonte — e isso não será bom no longo prazo

11 de julho de 2025 - 19:30

A agência avalia que, no curto prazo, crédito das empresas continua sólida, embora a crescente intervenção política aumenta riscos de distorções

TRUMP VS. EMERGENTES

O UBS WM reforça que tarifas de Trump contra o Brasil terão impacto limitado — aqui estão os 4 motivos para o otimismo

11 de julho de 2025 - 17:25

Na última quarta-feira (9), o presidente dos EUA anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, que devem entrar em vigor em 1º de agosto

APÓS ESCÂNDALO

Governo vai abrir crédito de R$ 3 bilhões para ressarcir vítimas da fraude do INSS; confira como vai funcionar o reembolso

11 de julho de 2025 - 14:01

Entre os R$ 3 bilhões em crédito extraordinário, R$ 400 milhões vão servir para ressarcir as vítimas em situação de vulnerabilidade e que não tenham questionado os valores descontados

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Trump é a maior fonte de imprevisibilidade geopolítica e econômica da atualidade — e quem diz isso pode surpreender

11 de julho de 2025 - 7:02

Gustavo Loyola, ex-presidente do BC, falou com exclusividade ao Seu Dinheiro sobre a imposição, por Donald Trump, da sobretaxa de 50% às exportações brasileiras para os EUA

SEM ENDEREÇO CERTO

De Galípolo para Haddad: a carta do presidente do BC ao ministro da Fazenda deixa alerta sobre inflação

10 de julho de 2025 - 18:59

Embora Galípolo tenha reforçado o compromisso com a convergência, foi o que ele não disse que chamou atenção

GUERRA COMERCIAL

O Brasil pode escapar dos impactos das tarifas de Trump: economista-chefe da ARX revela estratégias — e diz por que a retaliação não é uma delas

10 de julho de 2025 - 16:06

Segundo Gabriel Barros, Lula teria uma série de opções estratégicas para mitigar os efeitos negativos dessa medida sobre a economia; confira a visão do especialista

DISPUTA INTERNACIONAL, CRISE INTERNA

Tarifa de Trump sobre produtos do Brasil acirra guerra política: PT mira Eduardo Bolsonaro, e oposição culpa Lula e STF

10 de julho de 2025 - 13:48

Sobretaxa de 50% vira munição em Brasília; governo estuda retaliação e Eduardo, nos EUA, celebra medida como resposta ao ‘autoritarismo do STF’

O QUE ESPERAR AGORA?

Trump cortou as asinhas do Brasil? Os efeitos escondidos da tarifa de 50% chegam até as eleições de 2026

10 de julho de 2025 - 13:41

A taxação dos EUA não mexe apenas com o volume de exportações brasileiras, mas com o cenário macroeconômico e político do país

E AGORA, GALÍPOLO?

Dólar disparou, alerta de inflação acendeu: tarifa de Trump é cavalo de troia que Copom terá que enfrentar

10 de julho de 2025 - 13:07

Depois de meses de desvalorização frente ao real, o dólar voltou a subir diante dos novos riscos comerciais para o Brasil e tende a pressionar os preços novamente, revertendo o alívio anterior

BC PRESSIONADO

Meta de inflação de 3% é plausível para o Brasil? Veja o que dizem economistas sobre os preços que não cedem no país

10 de julho de 2025 - 9:39

Com juros nas alturas e IPCA a 5,35%, o Banco Central se prepara para mais uma explicação oficial, sem a meta de 3% no horizonte próximo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar