🔴 5 TÍTULOS DA RENDA FIXA ‘PREMIUM’ PARA INVESTIR AGORA –  CONHEÇA AQUI

Victor Aguiar

Victor Aguiar

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais pelo Instituto Educacional BM&FBovespa. Trabalhou nas principais redações de economia do país, como Bloomberg, Agência Estado/Broadcast e Valor Econômico. Em 2020, foi eleito pela Jornalistas & Cia como um dos 10 profissionais de imprensa mais admirados no segmento de economia, negócios e finanças.

O VOO DA SELIC

Voando cada vez mais alto: Copom sobe a Selic em 0,5 ponto, a 13,25%, e dá a entender que os juros continuarão subindo

O Copom cumpriu as expectativas do mercado e reduziu o ritmo de alta da Selic; confira as sinalizações do BC quanto ao futuro dos juros

Victor Aguiar
Victor Aguiar
15 de junho de 2022
18:40 - atualizado às 19:46
Montagem de Roberto Campos Neto, como aviador dentro de um avião apoiando sua mão no painel do piloto. Campos Neto é presidente do Banco Central (BC), responsável pela reunião do Copom que define a Selic, a taxa básica de juros da economia | Ibovespa
Montagem de Roberto Campos Neto como aviador dentro de um avião apoiando sua mão no painel do piloto - Imagem: Montagem Andrei Morais / Wikimedia / José Dias/PR

Quando o comandante Roberto Campos Neto autorizou a decolagem do Copom, em março do ano passado, imaginava-se que o voo seria rápido — quase uma ponte-aérea entre juros e inflação. Mas enganou-se quem contava com uma viagem curta: passado mais de um ano, a Selic segue em alta; e, nesta quarta-feira, o BC elevou a taxa básica em mais 0,5 ponto porcentual (p.p.), ao patamar de 13,25% ao ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para quem dormiu durante o trajeto, vale um resumo da rota até aqui. Com o movimento de hoje, já são 11 aumentos consecutivos na Selic, que estava em 2% no começo de 2021 — uma decolagem quase vertical, como a de um foguete. Mais que isso: o nível atingido hoje é o maior desde o fim de 2016, quando os juros estavam em 13,75%.

Tudo isso para conter o avanço dos preços no país: o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 11,73% em maio, pressionado pela elevação no preço dos combustíveis, dos transportes e dos alimentos, entre outros fatores. Guerra na Ucrânia, reabertura econômica pós-Covid, choque de commodities — foram muitas as interferências no plano de voo.

Evolução da taxa Selic e do IPCA acumulado em 12 meses desde 2021. As reuniões do Copom são feitas a cada 45 dias; por isso, a Selic parece ficar estável na virada de alguns meses. Levantamento: Seu Dinheiro

Mas, se é que serve de consolo, o Copom parece estar próximo da altura de cruzeiro: em comunicado divulgado há pouco, o BC sinaliza que o ciclo de aperto monetário está perto do fim — a porta ainda está aberta para um novo ajuste, "de igual ou menor magnitude". Uma interrupção já na próxima reunião, no entanto, parece descartada.

Afinal, por mais que os índices de inflação ainda estejam bastante pressionados, eles já começam a dar sinais de arrefecimento: o próprio IPCA de maio mostrou uma desaceleração ante o mês anterior. Ou seja: o aumento nos juros já estaria fazendo efeito na contenção do avanço dos preços.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Naturalmente, ainda há fatores de risco no radar do Copom — no Brasil, a questão fiscal tem voltado aos holofotes desde que o governo ensaiou uma tentativa não muito clara de redução dos impostos incidentes sobre os combustíveis; no exterior, as incertezas da guerra e das oscilações das commodities seguem vivas.

Leia Também

Copom: exterior negativo, doméstico positivo

O Copom deixou o solo bem antes dos principais bancos centrais do mundo: enquanto a Selic já está em alta por aqui desde o começo de 2021, os juros dos EUA e da zona do euro estão apenas começando a subir. Ou seja: estamos falando de ciclos econômicos diferentes.

Enquanto a inflação no Brasil permanece elevada, mas já dando sinais de desaceleração, a dinâmica dos preços nos EUA mostra-se em tendência ascendente. Como resultado, o Fed promoveu mais cedo uma alta de 0,75 ponto em sua taxa de juros, pisando no acelerador da política monetária — o movimento anterior foi de avanço de 0,5 ponto.

Essa dicotomia é evidenciada pelo Copom em seu comunicado de hoje. De um lado, o BC diz que o ambiente externo "seguiu se deteriorando", com menor perspectiva de crescimento econômico global e pressões inflacionárias fortes e persistentes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O aperto das condições financeiras motivado pela reprecificação da política monetária nos países avançados, assim como pelo aumento da aversão a risco, eleva a incerteza e gera volatilidade adicional, particularmente nos países emergentes

Trecho do comunicado da decisão do Copom em 15/6

Por outro lado, o ambiente doméstico mostra-se mais comportado — uma dinâmica que não era vista há tempos. Por aqui, o BC diz que os dados de atividade têm superado as expectativas, enquanto a inflação tem surpreendido negativamente.

Aliás, falando em dinâmicas raras: num evento a la cometa Halley, o Copom promoveu um aperto monetário menos intenso que o Fed — aqui, a alta foi de 0,50 pp; lá, o avanço foi de 0,75 pp...

Campos Neto: serenidade na Selic?

Considerando tudo isso, o Copom adota uma postura cautelosa, como de costume: diz que há fatores de risco para a trajetória da inflação em ambos os sentidos. O ambiente externo mais deteriorado e a incerteza quando à dinâmica fiscal do país são apontados como potenciais vilões para os preços domésticos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A questão fiscal vale um destaque à parte. O BC é bastante explícito ao falar das contas públicas do país, citando os riscos de "políticas fiscais que impliquem sustentação da demanda agregada". Ou, em outras palavras: medidas governamentais que estimulem o consumo através de gastos extraordinários da União.

E nos possíveis fatores de baixa da inflação, o que há no radar? Bem, em primeiro lugar, há a possível reversão do aumento nos preços das commodities — a disparada do petróleo, em especial, foi um golpe duro para a inflação brasileira no primeiro semestre, dado o aumento no preço dos combustíveis e dos transportes.

E como se portar nesse ambiente cheio de incertezas?

O Comitê avalia que a conjuntura particularmente incerta e volátil requer serenidade na avaliação dos riscos

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Trecho do comunicado da decisão do Copom em 15/6

BC de olho em 2023

A Selic a 13,25% ao ano já era esperada pelo mercado — na reunião anterior, a autoridade monetária já tinha sinalizado o movimento. Vale lembrar que o Copom está suavizando a intensidade dos ajustes: em fevereiro, o salto foi de 1,5 ponto; em março, de 1 ponto; e, hoje, de 0,5 ponto.

E como ficam as próximas reuniões? Bem, como dito no começo do texto, o BC deixou a porta aberta para mais uma elevação na reunião de 3 de agosto, "de igual ou menor magnitude". Portanto, uma correção ainda mais leve, de 0,25 ponto, está sobre a mesa.

"O Comitê nota que a crescente incerteza da atual conjuntura, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação", diz o Copom, deixando claro que os ajustes na taxa de juros estão chegando ao fim.

No entanto, chama a atenção o fato de a autoridade monetária pouco falar do cenário para 2022: ao longo do comunicado, o BC cita 2023 como horizonte relevante, cujo teto da meta de inflação é de 4,75%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sendo assim, fica cada vez mais claro que, pelo segundo ano consecutivo, o BC não conseguirá cumprir os objetivos determinados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN): o teto da meta de inflação para 2022 é de 5%; o IPCA acumulado em 12 meses está atualmente em 11,73%.

"O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas".

Copom: expectativas e cenários

Em termos de expectativas, o Copom destaca que a inflação esperada para o fim do ano está em torno de 8,5%, de acordo com o boletim Focus — vale lembrar que a publicação semanal da pesquisa foi comprometida pela greve dos servidores do BC. Para 2023 e 2024, as expectativas são de 4,7% e 3,25%, respectivamente.

No cenário de referência do BC, em que a trajetória para a taxa de juros tem como base o boletim Focus e uma taxa de câmbio com dólar a R$ 4,90, a Selic deve se comportar da seguinte maneira:

  • Fim de 2022: 13,25%
  • Fim de 2023: 10,00%
  • Fim de 2024: 7,50%

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PASSOU

Rumo ao Novo Mercado: Acionistas da Copel (CPLE6) aprovam a migração para nível elevado de governança na B3 e a unificação de ações

22 de agosto de 2025 - 19:14

Em fato relevante enviado à CVM, a companhia dará prosseguimento às etapas necessárias para a efetivação da mudança

VISÃO DO GESTOR

“Não acreditamos que seremos bem-sucedidos investindo em Nvidia”, diz Squadra, que aposta nestas ações brasileiras

22 de agosto de 2025 - 18:51

Em carta semestral, a gestora explica as principais teses de investimento e também relata alguns erros pelo caminho

MERCADOS HOJE

Bolsas disparam com Powell e Ibovespa sobe 2,57%; saiba o que agradou tanto os investidores

22 de agosto de 2025 - 12:03

O presidente do Fed deu a declaração mais contundente até agora com relação ao corte de juros e levou o dólar à vista a cair 1% por aqui

VISÃO DO GESTOR

Rogério Xavier revela o ponto decisivo que pode destravar potencial para as ações no Brasil — e conta qual é a aposta da SPX para ‘fugir’ do dólar

20 de agosto de 2025 - 16:10

Na avaliação do sócio da SPX, se o Brasil tomar as decisões certas, o jogo pode virar para o mercado de ações local

FIIS HOJE

Sequóia III Renda Imobiliária (SEQR11) consegue inquilino para imóvel vago há mais de um ano, mas cotas caem

20 de agosto de 2025 - 13:23

O galpão presente no portfólio do FII está localizado na Penha, no Rio de Janeiro, e foi construído sob medida para a operação da Atento, empresa de atendimento ao cliente

VISÃO DO GESTOR

Bolsa brasileira pode saltar 30% até o fim de 2025, mas sem rali de fim de ano, afirma André Lion. Essas são as 5 ações favoritas da Ibiuna para investir agora 

20 de agosto de 2025 - 6:12

Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o sócio da Ibiuna abriu quais são as grandes apostas da gestora para o segundo semestre e revelou o que poderia atrapalhar a boa toada da bolsa

O VALOR DE UMA CAIXA SEGURADORA

Cinco bancos perdem juntos R$ 42 bilhões em valor de mercado — e estrela da bolsa puxa a fila

19 de agosto de 2025 - 20:17

A terça-feira (19) foi marcada por fortes perdas na bolsa brasileira diante do aumento das tensões entre Estados Unidos e o Brasil

TOP PICK

As cinco ações do Itaú BBA para lucrar: de Sabesp (SBSP3) a Eletrobras (ELET3), confira as escolhidas após a temporada de resultados

19 de agosto de 2025 - 18:23

Banco destaca empresas que superaram as expectativas no segundo trimestre em meio a um cenário desafiador para o Ibovespa

TOUROS E URSOS #235

Dólar abaixo de R$ 5? Como a vitória de Trump na guerra comercial pode ser positiva para o Brasil

19 de agosto de 2025 - 12:20

Guilherme Abbud, CEO e CIO da Persevera Asset, fala sobre os motivos para ter otimismo com os ativos de risco no Touros e Ursos desta semana

VISÃO DO GESTOR

Exclusivo: A nova aposta da Kinea para os próximos 100 anos — e como investir como a gestora

18 de agosto de 2025 - 18:18

A Kinea Investimentos acaba de revelar sua nova aposta para o próximo século: o urânio e a energia nuclear. Entenda a tese de investimento

NA CARTEIRA

Entra Cury (CURY3), sai São Martinho (SMTO3): bolsa divulga segunda prévia do Ibovespa

18 de agosto de 2025 - 11:03

Na segunda prévia, a Cury fez sua estreia com 0,210% de peso para o período de setembro a dezembro de 2025, enquanto a São Martinho se despede do índice

DINHEIRO NA MÃO

Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe

18 de agosto de 2025 - 8:54

Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto

OAKTREE CAPITAL

Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras

17 de agosto de 2025 - 16:55

A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS

RESUMO SEMANAL

Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana 

16 de agosto de 2025 - 11:39

A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?

CHAMOU NA CHINCHA

Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda

15 de agosto de 2025 - 18:52

Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema

ACABAMENTO FOSCO

Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?

15 de agosto de 2025 - 18:04

Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital

É COMPRA ATRÁS DE COMPRA

TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso

15 de agosto de 2025 - 10:35

Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos

TORCEU O NARIZ

Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?

15 de agosto de 2025 - 10:18

Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)

RECUPERANDO O FÔLEGO

FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa

14 de agosto de 2025 - 12:10

Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos

VISÃO DO GESTOR

“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’

14 de agosto de 2025 - 6:04

Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar