Dólar volta a ser negociado abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde junho de 2021. Por que a moeda americana não para de cair?
Com uma queda de mais de 10% no ano, a cotação do dólar segue em queda livre e rompe mais uma barreira psicológica nesta manhã

A intensa queda do dólar que tem marcado os últimos dois meses parece não ter freio e a moeda americana acaba de romper uma importante marca psicológica nesta quarta-feira (23). Com uma queda de mais de 10% no ano, a cotação da divisa está abaixo da casa dos R$ 5 pela primeira vez desde o final de junho de 2021.
Por volta das 11h, o dólar à vista chegou a ser negociado em queda de 1,07%, a R$ 4,9980, mais uma vez empurrado pelo forte fluxo de entrada de capital estrangeiro no país e beneficiado por um cenário internacional com mais apetite por risco após dias de tensão com o conflito na Ucrânia.
O cenário político logo deve ganhar mais fôlego e, dependendo de como o período eleitoral transcorrer, trazer mais pressão ao câmbio. Enquanto isso não ocorre, o real segue correndo atrás do tempo perdido. Confira alguns pontos que ajudam a explicar a nova queda do dólar.
Por que o dólar não para de cair?
Depois de subir 8% em relação ao real em 2021, a atuação do investidor estrangeiro tem sido decisiva para o alívio do câmbio e também para o bom momento vivido pela bolsa brasileira. Até o dia 18 de fevereiro, a B3 registrou um saldo positivo de R $55,8 bilhões no país. Isso significa que em apenas dois meses, os investidores estrangeiros já entraram com mais de 50% do total aplicado no ano passado.

A atratividade dos ativos brasileiros se dá diante de diversos fatores como a percepção de que a elevação de juros nos Estados Unidos é iminente, a aversão ao risco no exterior (incluindo outros mercados emergentes), perspectivas positivas para o setor de commodities e a queda expressiva dos ativos brasileiros observada nos últimos meses.
1) O pior não aconteceu
Durante o primeiro semestre de 2021, o real sofreu uma forte desvalorização frente ao dólar, repercutindo a precificação de um cenário doméstico mais difícil diante de problemas envolvendo a saúde fiscal do país.
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Nesse mesmo período, o Banco Central brasileiro iniciou o processo de aperto monetário, elevando a taxa Selic de 2% aos atuais 10,75%. Sem uma piora do cenário macro, que já havia sido precificada, o real ficou atraente.
2) A hora da bolsa
Em 2021, a instabilidade interna também refletiu em um desconto na bolsa brasileira -- com o Ibovespa recuando quase 12%. No mesmo período, os índices americanos tiveram altas superiores a 20%.
Com o real depreciado e a queda da bolsa, os investidores passaram a ver os ativos brasileiros como descontados, principalmente após as empresas seguirem apresentando bons resultados operacionais, indicando que a recuperação econômica de fato está em curso.
3) Medo do Fed
A inflação é o grande tema do mundo pós-pandemia e os Estados Unidos não escaparam dessa.
Para conter a elevação dos preços, o Federal Reserve já começou a retirar os amplos estímulos econômicos impostos durante o pior período da crise do coronavírus e uma alta de juros já é esperada para o próximo encontro do BC americano, em março.
Diante da atividade econômica aquecida e da inflação, o mercado já começa a precificar mais de duas elevações só neste ano. Com uma taxa de juros maior, ativos de menor risco como os títulos do Tesouro americano passam a ser mais atrativos. Além disso, ações de empresas de tecnologia e empresas de crescimento são encaradas como ativos de maior risco.
A migração de recursos para a renda fixa é uma realidade, mas os investidores também buscam outras oportunidades nos mercados globais e, diante do desconto das bolsas brasileiras, o Brasil passa a ser uma opção atrativa, principalmente com outros países emergentes metidos em apuros, como é o caso da Rússia, China, Turquia e Argentina.
4) Diferencial de juros
O último ponto é o do diferencial de juros. Quanto maior for a diferença entre países, mais atrativo o mercado brasileiro se torna para os investidores.
Enquanto o Fed mantém a taxa americana entre 0 e 0,25% ao ano, a Selic deve terminar o ciclo de aperto monetário acima dos 12%. Ainda que o Fed comece a elevar os juros no próximo mês, o diferencial seguirá aumentando, tornando os ativos brasileiros mais atrativos para quem busca uma maior rentabilidade.
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