🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

Estamos no meio de uma segunda bolha das ações de tecnologia?

Tech é quase sinônimo de bolha, e bolha é quase sinônimo de estouro. Não vejo a menor possibilidade de uma bolha que atinja apenas as techs. Se estourar, puxa todos os ramos de atividade em sua cola

21 de abril de 2021
6:37 - atualizado às 14:27
homem tenta furar bolha financeira
Bolha financeira - Imagem: Shutterstock

Os profissionais do mercado financeiro costumam chamar de “bolha” uma subida aparentemente exagerada das cotações de determinado ativo ou setor de atividade que poderá (eu escrevi “poderá”, pois nem sempre acontece) terminar numa tragédia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Esse suposto revés aconteceria de repente, justamente quando os especuladores estariam mais entusiasmados com a perspectiva de fazer fortuna rapidamente e pondo todo seu patrimônio em jogo na parada.

Bolha é coisa antiga. Em meu livro Os mercadores da noite, por exemplo, relato três: tulipomania, Compagnie d’Occident e The South Company.

Eis como narro esses episódios:

Desde o século XVI, quando mercadores de Veneza, Florença e Gênova criaram os primeiros negócios futuros de bens e moedas, de tempos em tempos os mercados eram assolados por grandes febres especulativas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O primeiro desses surtos cíclicos ocorreu na década de 1630, quando toda a população da Holanda dedicou-se a especular com… tulipas. Tulipas! Em 1636, um único bulbo de tulipa chegou a valer o equivalente a uma carruagem, devidamente acompanhada de sua parelha de cavalos. Diversas bolsas de valores foram instituídas para negociar bulbos e tulipas. No auge da especulação, um exemplar mais caro chegou a trocar de mãos por 3 mil florins, correspondentes, hoje, a mais de 20 mil dólares.

Leia Também

O desastre veio em 1637. A fúria especulativa transformou-se em pânico quando, subitamente, os homens se deram conta de que eram apenas… tulipas!

Menos de 100 anos depois, mais precisamente na década de 1710, agora tendo Paris como cenário, um escocês, de nome John Law, para uns gênio das finanças, para outros espertalhão, falsário e, até mesmo, assassino – batera-se em duelo, de maneira não muito leal, em Londres, em 1694 −, estabeleceu a Compagnie d’Occident. Esta foi agraciada pela coroa francesa com os direitos de exploração de ouro no território da Louisiana, na época pertencente à França.

Law ofertou ações da nova companhia ao público. A aceitação foi fantástica, embora não houvesse nenhum indício da existência de ouro na Louisiana. Uma investigação mais apurada mostraria que a Compagnie d’Occident nem mesmo chegou a iniciar uma prospecção. Mas isso era um detalhe irrelevante para os especuladores parisienses. Lançaram-se ávidos à compra e venda dos novos papéis, no velho mercado de valores da Rue Quincampoix.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em 1720, o mercado vacilou. Um príncipe, De Conti, suscitara algumas dúvidas sobre a existência daquele ouro. John Law respondeu aos rumores contratando centenas de mendigos nas ruas de Paris. Equipou-os de pás e picaretas. Fê-los marchar pela cidade, como se dirigissem à Louisiana. Mas, quando, algumas semanas depois, os especuladores viram os pedintes de volta, em seus pontos tradicionais, perderam as esperanças. O mercado desabou, lançando na miséria milhares de investidores.

Enquanto em Paris as pessoas se lançavam em busca de fortuna fácil, em Londres não se fazia por menos. A South Sea Company, fundada por Robert Harley, conde de Oxford, vendia ações ao público, acenando-lhe com a possibilidade de lucros gigantescos, a serem obtidos na exploração das riquezas da costa ocidental da América do Sul. Relegava-se a um segundo plano o fato de que a Coroa de Espanha, soberana das terras em questão, autorizara a South Company a fazer uma única viagem anual à região.

A febre tomou conta dos investidores ingleses. Entre janeiro de 1720 e o fim do verão daquele ano, quando sobreveio o crash, as ações da South Company pularam de 128 libras para mil."

Nenhuma bolha especulativa impactou tanto a humanidade como um todo como a ocorrida nos Esfuziantes Anos Vinte (The Roaring Twenties) quando, em 29 de outubro de 1929, data mais conhecida como Terça-feira Negra (Black Tuesday), o sonho de que os Estados Unidos estavam erigindo uma sociedade onde todos seriam ricos virou papel picado no pregão da New York Stock Exchange.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Não é exagero dizer que dali surgiu a Grande Depressão e, em consequência desta, a Segunda Guerra Mundial.

Se as fortunas perdidas podem ser medidas em bilhões de dólares daquela época, o saldo de mortos (contando a guerra) somou aproximadamente 75 milhões, entre militares e civis.

Bolha "made in Brasil"

Entre 1968 e 1971 tivemos no Brasil uma bolha diferente.

Embora quase toda a classe média e alta tivesse se envolvido no mercado de ações, e os prejuízos dos investidores fossem tremendos, essa perda se deu aos pouquinhos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao invés de estourar, a bolha de 1971 sofreu apenas um furinho. Por ele, o dinheiro foi escapando, aos poucos, ao longo de uma década. Mas muita gente jamais voltou a comprar ações depois daquela experiência.

Em 19 de outubro de 1987, data carimbada como Black Monday (eles gostam desses títulos politicamente incorretos; o que é que eu posso fazer?), aconteceu justamente o contrário.

Naquela segunda-feira, a Bolsa de Valores de Nova York abriu em breakaway down gap, o Dow Jones e o S&P500 perdendo um terço de seu valor, com o estouro da bolha criando uma das maiores oportunidades de compra de ações de todos os tempos.

O mesmo não se pode dizer da crise do subprime, uma bolha no mercado americano de imóveis.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nessa ocasião, hipotecas hipervalorizadas provocaram uma crise que fez as bolsas mundiais caírem ao longo de dois anos (2007 e 2008).

Uma segunda bolha de tecnologia?

Agora comenta-se a respeito da possibilidade de ocorrer um segundo episódio de ruptura de bolha no mercado de ações de empresas de tecnologia.

O primeiro aconteceu a partir de 1996, quando uma febre fez que com os especuladores comprassem techs a torto e a direito na bolsa Nasdaq.

Com medo de que aquela alta desmedida contaminasse os demais setores da economia, o então chairman do FED, Alan Greenspan, durante uma palestra no American Enterprise Institute, disse (se referindo às ações de tecnologia) que o mercado estava vivendo uma exuberância irracional (irrational exuberance).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As ações de fato levaram um tombo, mas que foi contido naquele setor específico (techs), não se espraiando para as demais bolsas de ações.

Tech é quase sinônimo de bolha, e bolha é quase sinônimo de estouro.

É difícil acontecer uma bolha nas utilities (concessionárias de serviço público), nas empresas automobilísticas, nas companhias aéreas, etc.

Com dois ou três mil dólares, um jovem pode criar, na oficina do quintal da casa de seu pai, um programa de informática que irá revolucionar o mercado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Estou me referindo a uma ferramenta de busca mais rápida, um programa, supercriptografado, de intercâmbio de nudes entre namorados nesta época de pandemia e distanciamento, um site de empregos em regime de home work, etc., etc.

É nesse meio criativo que surgirão os novos Bill Gates, Steve Jobs, Jeff Bezos, etc.

Hoje em dia, Google é sinônimo de site de busca.

As pessoas dizem:

Vê aí no Google quanto terminou o jogo da Champions.”

Ou seja, Google virou substantivo como Gillette, Jeep, Xerox, Band-Aid e outras marcas.

Antes do Google, eu fazia buscas no Alta Vista e no Yahoo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem é muito jovem, nem se lembra do navegador Netscape, que todo mundo usava há tempos atrás.

E o I seek you, mais conhecido por sua abreviação, ICQ? E o My space?

E do Napster? Pirata, mas era lá que se ouvia música. Até que surgiu o Spotify.

Twitter. Quem poderia imaginar sua importância? Sem contar outras celebridades, e só para ficar em dois exemplos, foi através do Twitter que políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro puderam ignorar a imprensa tradicional. Passaram a falar diretamente com seus seguidores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quer fazer um novo amigo? Procure o Tinder.

Em 1996, quando estourou a primeira bolha das ponto.com, empresas como a Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet, Tesla, Facebook, PayPal, Netflix, etc., não eram a potência que são hoje.

Não vejo a menor possibilidade de uma bolha que atinja apenas as techs. Se estourar, puxa todos os ramos de atividade em sua cola.

Claro que existe a hipótese do FOMC – Federal Open Market Committee (Comitê Federal de Mercado Aberto), começar a elevar a taxa básica (está entre 0,00% e 0,25%) para matar, no nascedouro, um novo ciclo inflacionário que começa a se desenhar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No entanto, acredito que, se o fizer, será através de movimentos suaves, espaçados, cirúrgicos (soft landing). Sem provocar um estouro. Isso para quem acha que estamos vivendo uma bolha.

Mas suponhamos que eu esteja errado. Uma bolha está para explodir a qualquer momento e não estou percebendo.

Aproveitem a oportunidade porque o mundo agora é das techs. Quem puder comprar esses papéis baratinhos, que o faça imediatamente.

Nós não estamos mais na época de especulação com tulipas, Compagnie d’Occident e The South Company.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por favor, durmam sem mais essa preocupação.

Leia também

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
VAI COMEÇAR O BARATA-VOA?

Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro

17 de outubro de 2025 - 17:25

Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas

AUMENTOU O RISCO BRASIL?

Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras

17 de outubro de 2025 - 13:03

Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil

QUANDO HÁ UMA BARATA…

Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA

17 de outubro de 2025 - 9:49

O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje

REGIME FÁCIL

B3 se prepara para entrada de pequenas e médias empresas na Bolsa em 2026 —  via ações ou renda fixa

16 de outubro de 2025 - 0:05

Regime Fácil prevê simplificação de processos e diminuição de custos para que companhias de menor porte abram capital e melhorem governança

INVESTIMENTO CONSCIENTE

Carteira ESG: BTG passa a recomendar Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) por causa de alta no preço de energia; veja as outras escolhas do banco

15 de outubro de 2025 - 18:58

Confira as dez escolhas do banco para outubro que atendem aos critérios ambientais, sociais e de governança corporativa

TOUROS E URSOS #243

Bolsa em alta: oportunidade ou voo de galinha? O que você precisa saber sobre o Ibovespa e as ações brasileiras

15 de outubro de 2025 - 13:30

André Lion, sócio e CIO da Ibiuna, fala sobre as perspectivas para a Bolsa, os riscos de 2026 e o impacto das eleições presidenciais no mercado

NOVIDADE NA APOSENTADORIA

A estratégia deste novo fundo de previdência global é investir somente em ETFs — entenda como funciona o novo ativo da Investo

15 de outubro de 2025 - 10:19

O produto combina gestão passiva, exposição internacional e benefícios tributários da previdência em uma carteira voltada para o longo prazo

SD ENTREVISTA

De fundo imobiliário em crise a ‘Pacman dos FIIs’: CEO da Zagros revela estratégia do GGRC11 — e o que os investidores podem esperar daqui para frente

15 de outubro de 2025 - 6:07

Prestes a se unir à lista de gigantes do mercado imobiliário, o GGRC11 aposta na compra de ativos com pagamento em cotas. Porém, o executivo alerta: a estratégia não é para qualquer um

FECHAMENTO DOS MERCADOS

Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq

14 de outubro de 2025 - 17:55

A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)

CORTANDO CAMINHO

IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor

14 de outubro de 2025 - 6:03

Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação

NÃO PARAM DE SUBIR

Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas

13 de outubro de 2025 - 18:25

Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata

CARTA MENSAL

Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno

13 de outubro de 2025 - 17:15

Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda

MEDINDO A TEMPERATURA

Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro

13 de outubro de 2025 - 13:20

Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso

CRIPTOMOEDAS HOJE

Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?

13 de outubro de 2025 - 10:15

A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação

MERCADOS

Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram

11 de outubro de 2025 - 14:14

Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos

FUGA PARA AS MONTANHAS

Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco

11 de outubro de 2025 - 13:15

A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities

EM ALTA

Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás

10 de outubro de 2025 - 14:00

Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes

EM NOVA ROTA

FII RBVA11 avança na diversificação e troca Santander por nova locatária; entenda a movimentação

10 de outubro de 2025 - 12:36

O FII nasceu como um fundo imobiliário 100% de agências bancárias, mas vem focando na sua nova meta de diversificação

ENTUSIASMO EXAGERADO?

O mercado de ações dos EUA vive uma bolha especulativa? CEO do banco JP Morgan diz que sim

9 de outubro de 2025 - 19:32

Jamie Dimon afirma que muitas pessoas perderão dinheiro investindo no setor de inteligência artificial

DESTAQUES DA BOLSA

O que fez a Ambipar (AMBP3) saltar mais de 30% hoje — e por que você não deveria se animar tanto com isso

9 de outubro de 2025 - 12:41

As ações AMBP3 protagonizam a lista de maiores altas da B3 desde o início do pregão, mas o motivo não é tão inspirador assim

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar