A Raízen (RAIZ4) formou uma joint venture com o Grupo Gera, que também atua no setor de energia, e planeja investir R$ 212 milhões em participações em empresas do grupo. A companhia também está investindo R$ 106 milhões para o desenvolvimento de novos negócios.
Ao final da operação, a Raízen deterá o controle dos segmentos de geração de energia e desenvolvimento, enquanto a Gera manterá o controle de área de soluções. A parceria envolve as seguintes operações:
- Geração de energia: atualmente com 15 plantas em 4 estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Pernambuco) e capacidade instalada para geração de 23 MW (127.000 MWh/ano), utilizando fontes limpas e renováveis como solar, hidro e biogás de resíduos sólidos urbanos;
- Desenvolvimento de novos projetos de geração distribuída de energia renovável;
- Soluções de tecnologia relacionados a contratação, gestão e consumo de energia elétrica e eficiência energética com foco no desenvolvimento e inovação para os consumidores de energia.
Segundo a Raízen, o movimento complementa a plataforma de produtos e serviços renováveis da empresa, "reforçando a posição de liderança no processo de transição e descarbonização da matriz energética global".
"O fechamento da operação está sujeito à satisfação de determinadas condições suspensivas estabelecidas no contrato, além de possíveis ajustes de preço comumente previstas neste tipo de transação", disse a Raízen.
Leia também:
- Dividendos: Raízen paga R$ 168,1 milhões em juros sobre capital próprio
- No pós-Raízen, ação da Cosan (CSAN3) é ponte para investimentos pouco acessíveis, diz BTG; veja preço-alvo
- Onde investir para os próximos 3 anos: como ganhar dinheiro com a energia do futuro e a revolução sustentável
Avanço da Raízen pós-IPO
A parceria com o Grupo Gera está entre os movimentos pós-IPO da Raízen, que estreou na bolsa brasileira há dois meses, e segue o anúncio de investimento de R$ 150 milhões para a construção de uma nova unidade de geração de eletricidade a partir de bagaço de cana-de-açúcar.
A companhia foi uma das vendedoras no Leilão de Energia Nova A-5 - realizado no dia 30 de setembro e com o objetivo a compra de energia elétrica proveniente de novos empreendimentos - no qual a fonte de biomassa a partir de cana liderou as ofertas.
Como consequência, a Raízen Energia firmará determinados contratos de comercialização de energia em ambiente regulado pelo preço mínimo de R$ 273/Mwh.
A Raízen também informou recentemente que fechou sua primeira venda de longo prazo para a comercialização de gás natural renovável (biometano) com a Yara Brasil Fertilizantes, um dos maiores consumidores de gás natural no Brasil. O contrato tem prazo de cinco anos com um volume de 20.000 m³/dia.
O fornecimento do biometano, segundo a companhia, se dará por meio do portfólio da Raízen, com os resíduos do processo de produção de etanol, vinhaça e torta de filtro, nos parques de bioenergia do grupo. A Yara por sua vez utilizará o gás para a produção de hidrogênio e amônia verde em seus parques industriais.