Aprendemos o valor do dinheiro com a educação que recebemos dos nossos pais
Desdea primeira infância, tendo acumulado cinco ou seis anos de idade, eu já desconfiava que seria economista.
Naturalmente, não no sentido da profissão de economista — que, na verdade, nem é bem uma profissão; é muito mais uma formação.
Crianças podem brincar de ser bombeiras, xerifes, atrizes, musicistas ou cozinheiras — profissões que evocam heroísmo ou arte —, mas, felizmente, nunca conheci uma criança que fingisse ser economista. Talvez nem o Gustavo Franco, arrisco-me a dizer. Precisamos de muito mais tempo de vida para desenvolver preferências tão chatas.
Portanto, quando me refiro ao "ser economista" infantil, estou apenas fazendo alusão a uma postura inata de gastar menos do que se ganha, de guardar para um futuro.
Exemplo pueril, lembro-me de, no banco de trás do fusca da minha mãe, ter dois lanches do Jack in the Box no colo: um hambúrguer simples e outro mais caprichado.
Era natural para mim a escolha de comer primeiro o simples, visando matar o grosso da fome, deixando o lanche caprichado para saborear detalhadamente na sequência.
Leia Também
Outra memória nítida que me vem à consciência na medida em que escrevo estas linhas é a de juntar na gaveta do quarto pequenas somas que meu avô dava, carinhosamente, a cada quinzena, "pra você comprar uma balinha".
Costumávamos passar as férias de verão na praia, por duas a três semanas. Em uma dessas ocasiões, quando voltamos, nossa casa havia sido assaltada; os ladrões levaram todo o meu patrimônio acumulado. Fiquei mais curioso do que triste, tentando imaginá-los empanturrados de 7 Belo.
Pegar uma ou duas notas, tudo bem. Mas por que alguém pensaria em roubar toda aquela enorme quantia de 200 cruzados novos?
Demorei a perceber que o dinheiro poderia ser trocado por várias outras coisas, por 7 Belo ou MDMA, e até mesmo trocado por mais dinheiro. À primeira vista, aquilo me parecia uma propriedade alquimista.
Isso não é, de forma alguma, um sopro de apologia à frugalidade. Estou apenas me dando conta de uma característica pessoal, sem juízo de valor. Não importa o quão longe chegamos na vida, nunca poderemos ser nada além do que sempre fomos.
Com o tempo, amadureci. Passei a entender o ato bruto de acumular patrimônio como um vício se desacompanhado de certo nível de gastos proporcionais.
Uma das tias do meu pai morreu com vários planos econômicos escondidos sob o colchão, literalmente. Supunha-se milionária, mas todas aquelas notas velhas interessariam apenas aos numismatas amigos do Torelli.
Aliás, quando criança eu colecionava também, embalagens de cigarro. Hoje o ESG não permitiria.
Comprei por R$ 10 a coleção completa do Julio, que estava enjoado do cheiro de tabaco.
Quatro horas depois, a mãe dele me ligou em casa, tomei um puta susto.
Por valor sentimental, ela me apresentava uma oferta irrecusável de recomprar a mesma coleção por R$ 20, o Julio não tinha autorização para fazer aquilo.
Eu preferia ficar com a coleção, claro, mas 20 por 10 não era nada mau. Desliguei o telefone e fui contar pra minha mãe.
Ela me obrigou a devolver tudo e aceitar apenas R$ 10 de volta.
Nascemos com certas propensões a poupar ou a gastar, cursamos MBAs, mas só aprendemos o real valor ético do dinheiro com a educação que recebemos dos nossos pais.
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade
Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza
A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade
Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje
Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana
É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira
As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?
As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas
O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro
Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos
Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário
Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje
Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir
Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje
Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje
Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje
Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje