Balanços e commodities metálicas ditam o ritmo e Ibovespa fecha em alta; dólar volta à casa dos R$ 5,20
Com a agenda de indicadores fracas e um Copom sem grandes surpresas, os investidores se debruçaram nos números do trimestre e no novo recorde do minério de ferro.

Se a decisão do Copom não trouxe grandes surpresas na noite passada, a temporada de balanços do primeiro trimestre das empresas brasileiras e algumas outras novidades do cenário corporativo trataram de ditar o embalo dos negócios ao longo desta quinta-feira (06).
Com um exterior um pouco mais cauteloso, na expectativa do relatório de emprego americano que deve ser divulgado amanhã, e os ajustes pós-Copom restritos quase que inteiramente ao mercado de câmbio e juros, o Ibovespa passou a maior parte do dia tentando dançar conforme a música. E olha, foi difícil encontrar o ritmo certo dessa coreografia.
Entre perdas e ganhos, o índice só embalou na reta final - seguindo o tom dado por Nova York. No fim, o Ibovespa fechou o dia em alta de 0,30%, aos 119.920 pontos.
A malemolência do índice esteve nas mãos de empresas de peso - e mais uma vez foram elas, as empresas ligadas às commodities metálicas, as responsáveis pelo tom mais positivo.
O minério de ferro ultrapassou a casa dos US$ 200 por tonelada durante a madrugada, após a China e a Austrália intensificarem o clima de tensão diplomática. De carona, Gerdau, Usiminas e Vale - que não ficou entre as maiores altas, mas subiu quase 4% -, que vivem grande momento, aproveitaram para voar mais longe.
E esse baile foi regado a muita cerveja, já que o principal destaque do dia ficou com as ações da Ambev, que subiram mais de 8%. Nem mesmo o cancelamento do Carnaval jogou água no chope da cervejaria. Confira os principais destaques do dia:
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CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
ABEV3 | Ambev ON | R$ 16,13 | 8,55% |
SBSP3 | Sabesp ON | R$ 40,99 | 4,94% |
GOAU4 | Metalúrgica Gerdau PN | R$ 16,19 | 4,79% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 36,02 | 4,56% |
BRAP4 | Bradespar PN | R$ 73,89 | 4,31% |
Na ponta contrária da tabela, também foram os resultados trimestrais que deram o tom.
O balanço da Ultrapar até foi considerado positivo, mas a alavancagem alta pesou sobre os papéis. Já o GPA apresentou resultados pouco animadores. Confira as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
UGPA3 | Ultrapar ON | R$ 20,20 | -7,21% |
LWSA3 | Locaweb ON | R$ 25,42 | -5,78% |
PCAR3 | GPA ON | R$ 36,12 | -4,39% |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 209,40 | -4,38% |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 10,13 | -3,52% |
Voltando algumas casas
Enquanto a bolsa dançou conforme a música do noticiário corporativo, dólar e juros pesaram mais a decisão do Banco Central de elevar a Selic em 0,75 ponto percentual e já deixar um aumento semelhante contratado para a próxima reunião.
O resultado foi um alívio expressivo do dólar à vista, que fechou em queda de 1,62%, a R$ 5,2779, o menor nível de fechamento desde o dia 14 de janeiro, quando a divisa encerrou a sessão valendo R$ 5,19.
Segundo Alexandre Almeida, economista da CM Capital, além do claro ‘efeito Selic’ - que deixa investimentos no país mais atrativos aos estrangeiros - a boa performance das commodities metálicas ajudou no fluxo e no alívio do câmbio.
O economista, que já trabalha com uma Selic de 6% ao ano ao fim de 2021, aposta que a decisão do Copom ainda deve reverberar em um alívio no câmbio pelas próximas semanas, ainda que em sua maior parte a comunicação tenha reforçado sinais que já estavam presentes na comunicação de março, reunião que retomou o ciclo de alta da taxa básica de juros. Isso, claro, se Brasília e o risco fiscal não voltarem a contaminar o ambiente de negócios.
- Quer entender o que mudou na visão do Banco Central? O Seu Dinheiro preparou um comparativo entre os dois últimos comunicados da entidade.
Sem surpresas muito grandes no comunicado, os principais contratos de DI - que vêm de um movimento de alívio nas últimas semanas, após a esticada patrocinada pela tensão política em abril - chegaram a abrir o dia em queda, mas acabaram zerando e revertendo o movimento no fim do dia na ponta mais curta. Confira as principais taxas:
- Janeiro/2022: de 4,79% para 4,80%
- Janeiro/2023: de 6,54% para 6,56%
- Janeiro/2025: de 8,04% para 8,03%
- Janeiro/2027: de 8,66% para 8,56%
Amanhã a história é outra
Hoje a agenda de indicadores esteve vazia, o que deixou os índices internacionais à deriva.
Na volta do feriado prolongado, as bolsas asiáticas fecharam de maneira mista, com a retomada da liquidez e preocupações com o avanço da pandemia na Índia.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones renovou a sua máxima de fechamento, em uma alta de 0,92%. O Nasdaq avançou 0,37% e o S&P 500 subiu 0,81%. Mas por lá, durante a maior parte do dia, o clima foi de pé no freio.
A criação de vagas de emprego no setor privado divulgada ontem (5) gerou desconforto em Wall Street. Hoje saíram os novos dados semanais de auxílio-desemprego, no menor patamar desde março de 2020. Isso é só o aquecimento. Amanhã as atenções se voltam para o payroll, um dos indicadores mais importantes aos olhos do mercado.
CPI da Covid
Depois de ouvir os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, a CPI da Covid colheu hoje o depoimento do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga. Tanto Teich quanto Mandetta apontaram para uma interferência do governo federal no ministério da Saúde.
Mas, até agora, a tensão criada pela pandemia não fez preço, de fato, no mercado. Segundo o economista da CM Capital, o mercado acompanha o tema muito de perto e qualquer novo ruído deve cair como uma bomba, mas a pauta tem transcorrido sem nenhuma “novidade” real capaz de mudar o jogo. O que não torna o tema menos importante aos olhos dos investidores.
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