Fed abandona discurso de inflação temporária e engrossa o tom; Ibovespa avança, mas dólar vai acima de R$ 5,70
Decisão do BC americano impulsionou as bolsas globais e ajudou o Ibovespa a fechar o dia no azul

O discurso de que a inflação americana é transitória oficialmente virou coisa do passado, e a decisão de política monetária do Federal Reserve nesta quarta-feira veio em linha com o que o mercado esperava.
A confirmação de que a retirada dos estímulos será acelerada e de que o próximo ano reserva pelo menos três altas de juros, no entanto, não foi recebida de forma negativa pelos investidores.
Depois de um dia ruim para os ativos globais, as bolsas de Nova York ganharam gás suficiente para fechar o pregão com altas expressivas — o Nasdaq avançou 2,15%, o S&P 500 teve alta de 1,63% e o Dow Jones subiu 1,08%.
No Brasil, o Ibovespa chegou a operar com instabilidade mesmo após a decisão, mas encerrou o dia com um avanço de 0,63%, aos 107.431 pontos.
O dólar à vista, que chegou a superar a casa dos R$ 5,74, desacelerou, mas fechou em alta de 0,25%, a R$ 5,7080, mais uma vez renovando o maior nível de fechamento desde abril. Os juros futuros voltaram a cair.
A reação positiva após a confirmação dos temores do mercado pode parecer estranha à primeira vista, mas, para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, tem uma explicação simples.
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Quando Jerome Powell, presidente do Fed, abandonou o discurso de que a inflação seria transitória, algumas semanas atrás, a leitura do mercado foi de que o problema era muito maior e somente um aperto monetário brusco poderia contornar a situação.
Embora o Fed tenha de fato apresentado um tom mais duro em seu comunicado, abandonando de vez a narrativa de uma inflação transitória, a autoridade monetária apontou que o processo ainda está ligado ao desequilíbrio entre oferta e demanda, mesmo que o país tenha observado um crescimento da renda.
O economista-chefe da Nova Futura diz que esse é um processo inflacionário muito mais simples de ser controlado, o que pode levar o Fed a não precisar levar o seu plano até o fim.
Além disso, Powell deixou claro que, caso a economia volte a mostrar fraqueza, o ritmo de elevação dos juros pode ser mais lento. Com a variante ômicron no radar, o mercado também não descarta essa possibilidade.
No noticiário corporativo, o destaque ficou com as locadoras de veículos Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3). O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão das companhias, mas não sem restrições.
Dados mistos
Antes da decisão do Fed, eram os dados de inflação da Europa e alguns dados de atividade dos Estados Unidos que comandavam os negócios.
A inflação ao consumidor (CPI, em inglês) do Reino Unido veio acima do esperado. As demais bolsas da Europa fecharam mistas, à espera da decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) amanhã.
As vendas no varejo americano, por sua vez, cresceram menos do que o esperado (0,3% contra a estimativa de 0,8%) e o índice de atividade industrial Empire State subiu de 30,9 para 31,9 em novembro.
Sem surpresas
O Federal Reserve decidiu manter a taxa de juros entre 0% e 0,25%, mas a coletiva de Jerome Powell, presidente da autoridade monetária, foi o grande destaque do dia.
Powell já abriu mão do discurso de inflação transitória no país e deu sinais de que a taxa de juros americana pode subir nos primeiros meses de 2022, o que foi confirmado pelo comunicado da instituição. O tom mais brando com relação às características da inflação, no entanto, ajudou a aliviar o humor dos investidores.
E a ômicron?
Um estudo conduzido pela Universidade de Hong Kong indicou, em resultados preliminares, que duas doses da vacina da Sinovac, conhecida no Brasil como coronavac, geraram “níveis inadequados” de proteção contra a variante ômicron da covid-19.
Novos estudos estão sendo conduzidos para verificar a eficácia de uma imunização com três doses da coronavac. A vacina da Sinovac foi produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantã, de São Paulo, e é a mais utilizada no país.
Sobe e desce do Ibovespa
As maiores altas do dia ficaram por conta dos frigoríficos, após a liberação das exportações de carne bovina para a China. No pregão de ontem, as empresas do setor já haviam sido um dos grandes destaques positivos. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 9,84 | 11,19% |
MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 6,17 | 7,49% |
AMER3 | Americanas S.A | R$ 28,66 | 7,46% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 5,36 | 7,41% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 55,78 | 6,19% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
IGTI11 | Iguatemi ON | R$ 192,00 | -2,77% |
DXCO3 | Dexco ON | R$ 16,30 | -2,26% |
ECOR3 | Ecorodovias ON | R$ 7,93 | -2,10% |
BBAS3 | Banco do Brasil ON | R$ 31,51 | -1,72% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 23,26 | -1,32% |
*Colaboraram também Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, e Bruno Madruga, da Monte Bravo Investimentos
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