PEC Emergencial e pacote fiscal dos EUA dão o tom e Ibovespa fecha o dia em alta; dólar recua mais de 2%
Ao longo do dia, as idas e vindas das negociações em Brasília movimentaram a bolsa. Lá fora, a aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão ajudou a aliviar o dólar
					Duas pautas que monopolizaram o noticiário nos últimos meses e que trouxeram muita volatilidade aos mercados encontraram um desfecho na tarde desta quarta-feira (10), mas não sem antes injetar mais uma boa dose de instabilidade nos negócios.
Nos Estados Unidos, a Câmara dos Representantes finalmente aprovou o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão proposto pelo presidente Joe Biden, que deve sancionar o texto até a próxima sexta-feira (10). Já aqui no Brasil, a Câmara dos Deputados vota os destaques que podem desidratar a PEC Emergencial, texto que é essencial para abrir caminho para o pagamento de uma nova rodada do auxílio emergencial.
Do exterior, também chegou outra notícia positiva. A inflação americana, medida pelo CPI, ficou levemente abaixo do esperado pelo mercado, o que levou a um alívio no rendimento dos títulos públicos americanos, os Treasuries, já que o temor de uma pressão inflacionária que obrigue o Federal Reserve a elevar o juros antes do tempo ficou em segundo plano.
Após passar por períodos de instabilidade durante a tarde, reagindo às idas e vindas da votação em Brasília, o principal índice da bolsa brasileira fechou o dia em alta de 1,30%, aos 112.744 pontos.
Já o dólar à vista, que abriu o dia em alta, terminou em queda de 2,50%, a R$ 5,6526. Além do alívio com relação ao cenário fiscal, outros fatores ajudaram na queda expressiva.
Hoje o Banco Central realizou duas intervenções no câmbio - pela manhã foi um leilão extra de 20 mil contratos de swap e, pela tarde, um de dólar à vista. A moeda também acompanhou o movimento global de desvalorização da divisa após os dados da inflação americana e ganhou ainda mais força com a aprovação do pacote fiscal no Congresso americano.
Leia Também
O mercado de juros futuros assistiu a mais um dia de alta, com alívio apenas na ponta mais longa da curva. Confira o fechamento dos principais contratos de DI nesta tarde:
- Janeiro/2022: de 4,00% para 4,05%
 - Janeiro/2023: de 5,78% para 5,84%
 - Janeiro/2025: de 7,35% para 7,39%
 - Janeiro/2027: de 7,99% para 7,98%
 
Foco no Congresso
No Brasil, ficou em primeiro plano a aprovação da PEC emergencial em primeiro turno ontem e a votação dos destaques que começaram na tarde de hoje.
O temor dos investidores era por uma desidratação que descaracterizasse o texto e eliminasse as principais contrapartidas fiscais que foram definidas no Senado. Por isso, o mercado financeiro acompanha a votação como quem assiste a uma disputa de pênaltis. E foi justamente essa emoção pelas idas e vindas que trouxeram a instabilidade vista durante a tarde. A bolsa brasileira só teve fôlego para se firmar em alta após a certeza de que o “coração” da PEC seria preservado.
A derrubada de um dos dispositivos do texto, que daria maior flexibilidade para a União na gestão do Orçamento, não agradou o mercado - que reagiu levando o Ibovespa para o campo negativo. O destaque retira do texto a possibilidade de desvinculação de receitas carimbadas para órgãos, fundos ou despesas específicas, e foi proposto pelo PDT. Segundo o Broadcast, o governo esperava liberar cerca de R$ 65 bilhões e a equipe econômica foi contra a derrubada do destaque.
Durante a tarde, também pesou a reação negativa a uma articulação na Câmara para manter as progressões de carreira no funcionalismo público. Porém, a bolsa voltou a subir após um destaque apresentado pelo PT que suprimiria o gatilho que permite congelar salários, ser rejeitado. Esse é um dos pontos principais da PEC e era considerado essencial pelo ministro Paulo Guedes. Confira detalhes sobre o texto aprovado.
Caos na saúde
O mercado também olha com preocupação para a situação da pandemia do coronavírus no país. O país vem renovando diariamente os recordes de óbitos e novos casos, obrigando os governos estaduais e municipais a adotarem medidas cada vez mais rígidas de contenção de circulação.
Há pouco, o país atingiu mais uma triste marca - quase 2,3 mil mortos em 24 horas, com boa parte do país próximo ou acima do limite das taxas de ocupação dos leitos de UTI.
O que vem minimizando o peso desses números é o movimento do Ministério da Saúde para adquirir mais vacinas. De acordo com o calendário da pasta, devem chegar ao país as vacinas de Oxford (112 milhões até julho), Coronavac (100 milhões), do consórcio Covax Facility (42,5 milhões), Covaxin (20 milhões), Sputnik V (10 milhões, ainda em negociação), Pfizer (100 milhões em negociação), Janssen (38 milhões, em negociação) e Moderna (13 milhões, em negociação).
Durante a tarde, mais um passo foi dado pelo governo federal para expandir o acesso às vacinas. O presidente Jair Bolsonaro sancionou projetos que ampliam a vacinação e que permitem que o setor privado compre doses de vacinas.
2022 é logo ali
O discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta quarta-feira (10) não teve um fato concreto que assustasse o mercado, mas reforçou a leitura de que a corrida eleitoral de 2022 deve ser antecipada.
Depois de um dia de relativa "folga" no mercado financeiro, os investidores também voltam a pesar a possibilidade de insegurança jurídica e dos possíveis novos passos do presidente Jair Bolsonaro para enfrentar o "rival". O medo do mercado é que Bolsonaro opte por medidas populistas que possam prejudicar ainda mais a combalida economia brasileira. Confira uma análise sobre as primeiras palavras do ex-presidente nesta matéria.
Raio-X
No exterior, os investidores repercutiram positivamente os dados de inflação divulgados nos Estados Unidos e a aprovação do pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão, que foi concluída hoje. A expectativa agora é que a sanção presidencial de Joe Biden ocorra na próxima sexta-feira (12).
A inflação é um indicador de peso já que pode influenciar diretamente na alta dos títulos do Tesouro americano e também na leitura dos próximos passos do Federal Reserve.
Os números da inflação no varejo medidos pelo CPI ficaram em 0,4%. Já o núcleo do CPI ficou abaixo do estimado pelo mercado, em 0,1%. Isso deu um fôlego extra para as bolsas americanas.
Com os receios em torno da inflação no país controlados e uma alta menos expressiva dos juros futuros, o saldo foi positivo. O Dow Jones teve alta de 1,46%, enquanto o S&P 500 avançou 0,60%. O Nasdaq foi na contramão e fechou o dia em leve queda de 0,04%. Na Europa as principais bolsas também fecharam no azul
Sobe e desce
Com uma perspectiva melhor para o cenário de vacinação no país, empresas do setor de aviação, varejo e turismo aproveitaram o clima positivo dos negócios para recuperar as perdas ocasionadas pela crise. O principal destaque do dia ficou com as ações da Embraer, que subiram quase 12%. Confira as principais altas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO | 
| EMBR3 | Embraer ON | R$ 13,82 | 11,99% | 
| GOLL4 | Gol PN | R$ 21,49 | 9,92% | 
| CVCB3 | CVC ON | R$ 16,33 | 9,82% | 
| VVAR3 | Via Varejo ON | R$ 11,87 | 8,11% | 
| COGN3 | Cogna ON | R$ 4,05 | 8,00% | 
As exportadoras, que subiram forte nos últimos dias com a disparada do dólar, passaram por um dia de correção e lideraram as quedas do Ibovespa.
A Totvs, que anunciou ontem a compra de uma empresa de marketing digital, recuou após avançar significativamente no pregão desta terça=feira e na parte da manhã. Confira:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO | 
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 74,86 | -5,46% | 
| MRFG3 | Marfrig ON | R$ 15,16 | -4,83% | 
| TOTS3 | Totvs ON | R$ 28,12 | -4,74% | 
| PRIO3 | PetroRio ON | R$ 94,40 | -4,39% | 
| KLBN11 | Klabin units | R$ 29,28 | -4,03% | 
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
