As ações favoritas para o mês de março, segundo 13 corretoras
Com o cenário de incertezas ainda em alta, o mercado opta mais uma vez para papéis que podem atuar como porto seguro. Confira as principais recomendações dos analistas

“Em um cenário onde o coronavírus domina as bolsas globais, é preciso entrar março preparado para lidar com a alta volatilidade”. Esse foi o recado que eu passei no meu texto da Ação do mês de março de 2020 e que (infelizmente) vale a pena ser resgatado um ano depois.
Há um ano começávamos a adotar as primeiras medidas de isolamento social no país, com a expectativa de que em apenas alguns dias a vida poderia voltar ao normal.
Bom, esse foi um erro e tanto de cálculo. Um ano depois, março chega junto com o pior período da pandemia do coronavírus no Brasil e com o endurecimento das medidas restritivas que, na realidade, nunca nos abandonaram.
A fotografia pode até parecer igual, mas não somos os mesmos. Os últimos doze meses trouxeram uma crise sem precedentes, uma transformação radical da nossa vida em sociedade e um mercado financeiro com um comportamento cada vez mais imprevisível.
Hoje, o coronavírus segue em foco, mas a volatilidade acima da média que temos visto no mercado brasileiro também tem outras raízes. O mercado olha atento para as medidas tomadas pelo governo federal para contornar a grave crise financeira herdada do vírus e, na falta de certezas, acaba reagindo muitas vezes de forma irracional ao mais leve dos ruídos.
Se lá no ano passado a Vale (VALE3) era apenas um dos destaques da bolsa brasileira, como uma opção resiliente para os tempos de turbulência que se aproximavam, hoje ela reina absoluta na preferência dos analistas.
Leia Também
A companhia atravessou a crise de forma exemplar e ainda conta com um empurrãozinho de uma série de fatores que ajudam a sustentar a visão de que as suas ações estão baratas. A aposta é grande e se confirma com a indicação feita por oito instituições. Esse é o décimo quinto mês que a mineradora fica entre as favoritas.
Neste mês, a novidade fica por conta da segunda posição, já que tivemos um empate entre seis companhias que o mercado também enxerga com bons olhos: Totvs (TOTS3), Taesa (TAEE3), B3 (B3SA3), Minerva (BEEF3), Klabin (KLBN11) e Gerdau (GGBR4).
Entendendo a Ação do Mês: todos os meses o Seu Dinheiro Premium consulta as principais corretoras do país para descobrir quais são as principais apostas para o período. Dentro das carteiras recomendadas, normalmente com até 10 ações, os analistas indicam as suas três prediletas. Com o ranking nas mãos, selecionamos as que contaram com pelo menos duas indicações.
Confira a seleção completa feita por 13 corretoras:

Vale - Não sai de moda
Durante toda a crise do coronavírus, a Vale (VALE3) tem se mostrado a aposta mais frequente dos analistas para atravessar os mares revoltos do mercado financeiro. A companhia reinou durante o ano passado inteiro e segue firme entre as favoritas do mercado também em 2021.
A mineradora foi indicada por oito das 13 corretoras consultadas neste mês — Ágora Investimentos, Guide Investimentos, Órama Investimentos, Planner Corretora, Necton, Terra Investimentos, Banco Santander e CM Capital. Prova de que a companhia é uma boa aposta é que a ação figura entre os maiores retornos do ano, com uma alta de mais de 14% enquanto o Ibovespa amarga uma queda de mais de 4%.
Não é que a Vale não tenha sido afetada pela crise. Ela foi. O coronavírus mexeu com toda a cadeia de demanda e produção da mineradora, mas a companhia soube se manter em pé e em destaque. O trabalho da gestão é um dos pontos chave para o sucesso.
A mineradora tem conseguido reduzir sua dívida líquida e segue com um fluxo de caixa robusto. Ela conseguiu reverter o prejuízo do ano e fechou 2020 com um lucro de US$ 4,9 bilhões.
Também contam pontos positivos para a companhia a alta expressiva do minério de ferro e a cotação elevada do dólar - dois pontos que ajudam a mineradora a compensar o balanço e a retomada mais lenta do que o esperado da produção.
Os analistas da Ágora Investimentos estimam que a commodity deve terminar 2021 no patamar de US$ 130, em um momento que o mercado global tem cerca de 80 milhões de toneladas em déficit de minério de ferro, puxado principalmente pela retomada dos investimentos em infraestrutura na Ásia e na Europa.
A gestão da companhia também anda buscando operações mais eficientes e rentáveis, o que justifica a venda de sua usina na Nova Caledônia. Os analistas também acreditam que o novo ciclo de baixas nas taxas de juros globais, expansão fiscal e um dólar mais fraco formam um ambiente positivo para um novo ciclo de investimentos fortes em commodities.
Os reflexos da tragédia de Brumadinho seguem acompanhando a Vale, mas o acordo para reparação fechado pela companhia foi bem-recebido pelo mercado.
Para os analistas, mesmo após a alta recente, o papel da mineradora segue atrativo e se mostra descontado frente aos seus pares internacionais. Na leitura da Guide, os papéis estão sendo negociados a 3,6 vezes EV/Ebitda, contra uma média de 6,2 vezes do setor.
Há mais opções
Com as ações da Vale concentrando a maior parte das recomendações, sobrou pouco espaço para outros papéis brilharem, mas alguns deles conseguiram.
Tradicionalmente, sempre destacamos aqui as três opções com o maior número de recomendações. Como o segundo lugar foi um empate entre seis companhias, trouxemos um breve resumo de cada uma delas com a justificativa da razão pela qual o mercado aposta nestes nomes. Confira:
Totvs (TOTS3)
- A companhia foi a indicação de duas instituições: Toro Investimentos e Banco Santander
Mesmo atuando em um segmento com grande concorrência, a Totvs tem se consolidado entre as queridinhas do mercado ao apresentar números acima das expectativas e um bom portfólio de produtos. Ainda que a empresa tenha saído perdedora na disputa pela Linx, os analistas enxergam grande potencial de crescimento para a Totvs, tanto por meio de aquisições e lançamentos de novos produtos quanto organicamente. Com produtos que visam oferecer soluções para e-commerce, a empresa deve ver um crescimento ainda maior na demanda.
Para o Banco Santander, mesmo com a alta recente das ações a companhia segue sendo uma opção descontada frente aos seus pares globais de software.
Taesa (TAEE3)
- A companhia foi a indicação de duas instituições: Órama Investimentos e Planner Corretora
Empresa atuante no setor de transmissão de energia, a Taesa se destaca pela distribuição de dividendos e por um crescimento médio de receita nos últimos 10 anos de 13% ao ano. Para a Órama Investimentos, a companhia é uma boa opção de ativo defensivo para a carteira, já que carrega uma previsibilidade dos fluxos de caixa e o bom histórico operacional da companhia “traz certa tranquilidade quanto à tese de investimento mesmo em cenários adversos”. Já a Planner destaca que a empresa atua com foco em ativos que gerem valor e taxas de retorno atrativas.
B3 (B3SA3)
- A companhia foi a indicação de duas instituições: CM Capital e Ativa Investimentos.
Para a B3, empresa que provê toda a infraestrutura do mercado financeiro brasileiro, o último ano tem sido de transformação e isso se reflete na confiança do mercado na companhia. Esse é o segundo mês consecutivo que ela aparece entre as favoritas.
Com os juros baixos cada vez mais pessoas buscam otimizar os seus ganhos e nem mesmo a pior crise do século foi capaz de frear o aquecimento do mercado de capitais brasileiro. Além de uma grande quantidade de novas empresas listadas, a companhia também vê cada vez mais investidores de varejo na bolsa.
Tanto a CM Capital quanto a Ativa acreditam que essa tendência deve seguir e a empresa, que tem o monopólio nacional na negociação de ativos de renda variável no mercado brasileiro, surge como uma opção resiliente para os tempos de alta volatilidade.
Minerva (BEEF3)
- A companhia foi a indicação de duas instituições: Toro Investimentos e Modalmais
Os resultados do quarto trimestre de 2020, divulgados recentemente, animaram o mercado e os acionistas, já que a companhia propôs a divisão de proventos em patamares recordes, o que, segundo a Toro Investimentos, coloca a companhia entre uma das mais importantes pagadoras de proventos da Bolsa, “o que pode aumentar o apetite ao risco dos investidores em relação ao papel, impulsionando o movimento de curto e médio prazo das ações”.
Klabin (KLBN11)
- A companhia foi a indicação de duas instituições: Toro Investimentos e Elite Investimentos
A Klabin é a maior exportadora e produtora de papéis e embalagens do Brasil e tem apresentado resultados financeiros robustos. Como resultado da crise do coronavírus, as grandes produtoras de celulose estão com os seus estoques reduzidos, o que leva a commodity a surfar um novo ciclo de alta, em um momento de real desvalorizado, o que beneficia a companhia. Para a Elite Investimentos, a companhia é uma boa opção dentro do segmento por ter uma exposição reduzida ao mercado doméstico - que ainda encontra dificuldades de recuperação.
Gerdau (GGBR4)
- A companhia foi a indicação de duas instituições: Ativa Investimentos e Modalmais
Produtora de aços com presença internacional, a Gerdau é uma empresa que se beneficia das perspectivas de crescimento da construção civil no Brasil e de obras de infraestrutura em países como os Estados Unidos. Devido à crise, o cenário é de estoque escasso, o que pressiona o aumento dos preços dos produtos.
A Ativa Investimentos destaca que a estratégia da companhia envolve um foco maior na operação brasileira, o que permite a comercialização de produtos que dão uma margem maior para a companhia. Caso exista uma correção no preço do minério de ferro, a companhia pode ser menos afetada, já que a relevância da commodity em sua receita é menor do que outros players do setor.
Retrospectiva
Em fevereiro, a bolsa brasileira sofreu não só com o prolongamento da crise do coronavírus, mas também com uma série de crises originadas na capital federal.
Teve tensão com a forma de financiamento do auxílio emergencial, ataques aos comandos das estatais e até uma intervenção direta na Petrobras. Lá de fora veio o temor de que as taxas de juros americanas podem ser elevadas antes do planejado. Tudo isso fez com que o principal índice da bolsa brasileira recuasse mais de 4%.
As companhias que figuraram no pódio dos analistas no mês passado acompanharam o cenário de cautela que predominou no mercado. A B3 teve um recuo de 10% e o Bradesco caiu 8,55%. A exceção ficou por conta da Vale, que teve uma alta de 5%. Confira a tabela completa:

Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles