Cautela pré-feriado derruba bolsa e Ibovespa digere cenário local com inflação alta e dados econômicos fracos; dólar e juros avançam
A inflação no exterior segue em alta, mas a temporada de balanços por lá anima os negócios hoje, e o Ibovespa aproveita o cenário para subir

A bolsa brasileira caminha para um encerramento positivo da semana, mas a cautela começa a tomar conta dos negócios antes do feriado de segunda-feira (15), que manterá os mercados fechados por aqui. De olho nos balanços do dia e sem as turbulências de Brasília, o índice brasileiro cola no exterior e sobe hoje, mesmo após os dados de serviços mais fracos.
O Ibovespa operava em queda de 1,14%, aos 106.370 pontos por volta das 16h00, enquanto o dólar à vista avançava 1,01%, aos R$ 5,458 no mesmo horário. Para Marcel Andrade, especialista em Renda Variável da Vitreo, os aspectos mais específicos, como balanços e dados locais, devem movimentar os negócios e explicam a queda forte — ou a alta expressiva — de algumas ações (confira mais abaixo).
Nas últimas duas semanas, a maioria das empresas listadas em bolsas divulgaram seus balanços, e o arrefecimento do noticiário político com o fim dos debates envolvendo a PEC dos precatórios na Câmara deram espaço para o Ibovespa seguir seu próprio caminho. Contudo, os dados nacionais de inflação, vendas no varejo e serviços desapontaram os investidores.
Confira também como anda o mercado de contratos de DI futuro negociados na B3:
- Janeiro de 2022: de 8,61% para 8,60%
- Janeiro de 2023: de 12,00% para 11,94%
- Janeiro de 2025: de 11,84% para 11,91%
- Janeiro de 2027: de 11,80% para 11,70%
Serviços água a baixo
De acordo com o IBGE, o volume de serviços caiu 0,6% em setembro em relação a agosto, na contramão da mediana das projeções apontava para um avanço de 0,5% nas atividades após cinco meses de alta. Com isso, o setor ainda ficou 3,7% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro do ano passado, mas está 8,0% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.
Para os analistas, isso pode significar uma alteração no padrão de consumo brasileiro durante a retomada da economia para encarar uma alta da inflação, o que derruba o consumo do varejo mas aquece o setor de serviços.
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Segundo os dados do IBGE de ontem (11), o varejo ampliado recuou 1,1% em setembro, enquanto a mediana das expectativas apontava para estabilidade em 0%. O varejo restrito, por sua vez, recuou 1,3%, muito acima da mediana das projeções de queda de 0,6%.
Dragão gringo
Os Estados Unidos viram o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) registrar o maior valor em mais de 30 anos, o que assustou os investidores pelo mundo. Com isso, o mercado espera que o “plano de voo” do Banco Central americano inclua uma turbulência de alta de juros nos próximos meses.
Após os números do relatório Jolts de emprego e do índice do sentimento do consumidor nos Estados Unidos, os juros dos títulos do Tesouro americano, os chamados Treasuries, operam sem direção definida, com o T-note de 10 anos recuando 0,17% e o T-bond de 20 anos em baixa de 0,12% e o T-bonde de 30 em alta de 0,48%.
Mesmo assim, os índices de Nova York operam em alta após a abertura. Enquanto o S&P 500 ganhava 0,72%, o Dow Jones avança 0,50% e o Nasdaq subia 0,91%
Balanços que mexem com a bolsa
- Receita menor e alta tímida no lucro: confira os destaques da B3 (B3SA3) no terceiro trimestre. Apesar da queda na receita líquida, o número de investidores da bolsa brasileira cresceu 33,5% no período e chegou a 3,3 milhões.
- E-commerce do Magazine Luiza (MGLU3) segue crescendo, mas lojas físicas não acompanham e lucro líquido da varejista recua 30% no terceiro trimestre. Quem esperava um crescimento mais sólido que o da rival Via (VIIA3) se decepcionou ao encontrar sinais negativos em diversas linhas do balanço divulgado hoje.
- Mesmo com prejuízo maior, balanço da Azul (AZUL4) anima os investidores, e ações avançam quase 10% hoje. Os analistas do Itaú mantêm a recomendação neutra para os papéis AZUL4, mesmo com o preço-alvo em R$ 41, o que representa uma alta de 40,60% ante o fechamento de ontem.
- Via (VIIA3) despenca mais de 10% com balanço fraco e provisão bilionária; Credit Suisse rebaixa a ação para venda. A Via (VIIA3), dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, viu sua receita líquida encolher e ainda lançou provisões de R$ 1,2 bilhão no balanço.
- Com mais um prejuízo, a estrada longa e sinuosa do IRB (IRBR3) segue longe do fim; ações caem na B3. Resultado do IRB foi mais uma vez afetado pelos negócios em que a resseguradora deixou de operar. E teria sido ainda pior não fosse um ganho de uma ação judicial tributária
Sobe e desce da bolsa
Confira as maiores altas do dia:
TICKER | NOME | ULT | VAR% |
LAME4 | LOJAS AMERICANAS PN | R$ 6,57 | 5,29% |
AMER3 | AMERICANAS ON | R$ 37,13 | 5,07% |
BRML3 | BR MALLS ON | R$ 8,49 | 2,66% |
CRFB3 | CARREFOUR BR ON | R$ 17,26 | 2,62% |
ENGI11 | ENGIE UNIT | R$ 43,57 | 1,61% |
Confira as maiores quedas de hoje:
TICKER | NOME | ULT | VAR% |
MGLU3 | MAGAZ LUIZA ON | R$ 11,35 | -16,85% |
NTCO3 | GRUPO NATURA ON | R$ 33,38 | -16,59% |
CASH3 | MELIUZ ON | R$ 3,85 | -9,84% |
LWSA3 | LOCAWEB ON | R$ 19,00 | -9,09% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 16,64 | -9,07% |
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