Retomada à vista! As melhores ações para o mês de julho, segundo 16 corretoras
As empresas que se destacaram entre as três favoritas de cada corretora não só possuem resiliência para enfrentar a crise, como também estão prontas para surfar a onda da recuperação econômica
Depois de mais de 100 dias em casa, por conta de uma pandemia que ninguém podia prever e que mudou tantas coisas em nossas vidas, até a passagem do tempo começa a parecer um conceito meio estranho.
A sensação é que vivi pelo menos uns três anos desde o dia 1º de janeiro. Aqueles mais atentos ao calendário, no entanto, devem ter notado que chegamos oficialmente ao meio do ano. Só temos mais seis meses pela frente.
Mais do que marcar a passagem dos dias, o calendário é nosso maior aliado na hora de estabelecermos um fim ou um início de ciclo, seja ele qual for. A dieta sempre começa segunda-feira, novos projetos serão iniciados no dia primeiro e as clássicas resoluções de ano novo são redigidas todos os anos (e, no meu caso, abandonadas poucos dias após o Réveillon).
Se nos primeiros 182 dias do ano tivemos tensões geopolíticas, bombardeios no Irã, sucessivas crises políticas e uma pandemia que virou o mundo de cabeça para baixo, estaríamos agora diante de um novo ciclo? Parece o momento perfeito pra um reinício.
Pelo menos essa foi a sensação que tive ao analisar as ações preferidas das corretoras para o mês de julho. As incertezas com o coronavírus seguem no ar – literalmente.
Não sabemos até onde a pandemia irá no Brasil e nem se uma segunda onda no exterior exigirá novas medidas estritas de isolamento social, mas as empresas que compõem o nosso pódio de favoritas estão preparadas.
Leia Também
Algumas são velhas conhecidas, mas desta vez não aparecem aqui somente pela capacidade de resistir aos choques. O destaque está justamente no potencial que possuem para surfar a retomada da economia e o reinício das atividades em diversos países.
Neste mês, 16 corretoras selecionaram as suas três ações favoritas para este início de segundo semestre. No topo do pódio temos a Via Varejo (VVAR3), empresa que parece preparada para encarar o 'novo normal' da alta demanda pelo e-commerce, com seis indicações.
Em segundo lugar, a Vale (VALE3). Indicada por quatro instituições, a mineradora segue se beneficiando da retomada da economia chinesa. Para fechar o nosso pódio, a Gerdau (GGBR4) se destaca com três menções, de olho nos pacotes de estímulos à infraestrutura pelo mundo.
Além do nosso pódio, outras empresas também se destacaram com duas indicações cada. É o caso do Banco do Brasil (BBAS3), SulAmérica (SULA11), Banco Inter (BIDI11) e Petrobras (PETR4). A lista completa conta com 28 papéis. Confira o TOP 3 de cada corretora na tabela abaixo.

Entendendo a Ação do Mês: todos os meses o Seu Dinheiro Premium consulta as principais corretoras do país para descobrir quais são as principais apostas para o período. Dentro das carteiras recomendadas, normalmente com até 10 ações, os analistas indicam as suas três prediletas. Com o ranking nas mãos, selecionamos as que contaram com pelo menos duas indicações.
De olho no 'novo normal'
Nos últimos meses, empresas com um e-commerce forte marcaram presença constante entre as favoritas das corretoras. Em julho as coisas não foram diferentes.
Dessa vez o destaque são as ações ordinárias da Via Varejo (VVAR3), com seis indicações — Ágora Investimentos, Necton, Planner Corretora, Mirae Asset, Toro Investimentos e Banco Santander.
Os analistas têm mostrado grande confiança na atual gestão da empresa, que assumiu há aproximadamente um ano com a tarefa de liderar a migração da companhia, dona de marcas como Ponto Frio e Casas Bahia, para os canais digitais.
Durante um bom tempo, a empresa se viu em grande desvantagem com relação aos seus principais players do setor varejista, mas conseguiu mostrar o resultado do trabalho durante um momento em que o e-commerce vive um verdadeiro boom.
Com as lojas fechadas em consequência do isolamento social para conter o avanço do coronavírus, compras virtuais passaram a ser essenciais e fazer parte da vida de mais brasileiros.
A empresa parece ter entendido o recado e a partir de abril acelerou no e-commerce, atingindo um crescimento de três dígitos. Para o Santander, “esses números enfatizam que a retomada no comércio eletrônico da Via Varejo está a todo vapor, provavelmente aumentando a confiança dos acionistas e criando uma nova vertical de crescimento para a companhia”.
Em maio, com apenas 20% das lojas físicas abertas, a Via Varejo chegou a registrar um faturamento superior ao do mesmo período do ano passado. “Isso mostra que a companhia conseguiu virar a chave para o on-line com eficiência”, disse Mario Mariante, analista-chefe da Planner Corretora.
A previsão é de que a alta demanda pelos canais digitais seja o “novo normal”, e a empresa está preparada para isso. A Toro destaca ainda que um e-commerce eficiente também significa menores custos e margens de ganho mais dilatada.
Os números apresentados pela companhia no primeiro trimestre, mesmo já trazendo reflexos do impacto do coronavírus, mostraram que a empresa parece estar no caminho certo para deixar os prejuízos no passado.
O CEO da companhia, Roberto Fulcherberguer, chegou a dizer que a empresa atingiria os R$ 100 milhões de lucro e a casa dos dois dígitos de EBITDA se não fosse a crise. Na ocasião da divulgação dos resultados do primeiro trimestre, Fulcherberguer disse ainda que acreditava ser possível realizar uma transformação digital em apenas dez meses.
“No geral, o resultado operacional foi sólido e ficou acima da expectativa, mostrando que a empresa vem adotando práticas corretas e esperamos melhora no 2º trimestre e ao longo de 2020, principalmente nas vendas do e-commerce” - Mirae Asset
Para se firmar com mais força nos canais digitais, a Via Varejo tem investido pesado. Em 2020, a empresa já adquiriu a Asap Log, uma empresa de logística focada no e-commerce, com o objetivo de otimizar os custos de operação e entrega, e o Banqi. E deve vir mais coisa pela frente.
A companhia completou recentemente uma nova oferta de ações na bolsa, movimentando R$ 4,455 bilhões e anunciou a emissão de até R$ 1,5 bilhão em debêntures. Agora com o caixa robusto, Mariante acredita que será possível corrigir a estrutura de capital e acelerar ainda mais a transformação digital.
Mesmo com a alta recente (a empresa se valorizou cerca de 24,37% no último mês), os bancos e corretoras que indicaram o papel ainda enxergam espaço para mais, já que o cenário positivo que se desenha para a empresa, principalmente com o avanço do e-commerce, deve elevar o preço-alvo da companhia.
Na carona do minério de ferro
A Vale (VALE3), ação favorita das corretoras no mês passado, volta a ter posição de destaque em julho, sendo indicada por quatro instituições - Necton, XP Investimentos, Toro Investimentos e Mirae Asset.
A mineradora viu as suas ações se valorizarem 5,86% no último mês, acompanhando o movimento de alta observado no minério de ferro. Desde o fim de abril, a commodity avança, se firmando em um valor acima dos US$ 100. Para a XP Investimentos, a tendência é que esse movimento continue no curto prazo e a empresa siga se valorizando em julho.
O minério de ferro avança impulsionado principalmente pela retomada da atividade econômica em diversos países. Na China, por exemplo, o governo está incentivando a execução de obras de infraestrutura como estímulo para a recuperação. O momento coincide com a escassez na oferta da commodity e também com a interrupção do funcionamento do complexo de Itabira, em Minas Gerais, já normalizado.
Mesmo diante da crise, a gestão da Vale tem mostrado dedicação no controle de gastos, redução do endividamento e capex. A forte geração de caixa observada no primeiro trimestre do ano segue sendo apontada como um dos fatores positivos pelas corretoras.
Sobre o impacto da covid-19 na empresa, a Mirae Asset acredita que a crise deve afetar a nova estratégia da política de remuneração aos acionistas, mas, superada a pandemia, a Vale tem potencial para se tornar uma das melhores pagadoras de dividendos da bolsa brasileira.
Reconstruindo a economia
Não é só a Vale que se beneficia dos investimentos em infraestrutura que começam a ser retomados ao redor do globo. A Gerdau (GGBR4), que é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos do continente, também segue o mesmo caminho e por isso, fecha o nosso pódio, tendo sido indicada por três corretoras: Banco Daycoval, Modalmais e CM Capital.
No primeiro trimestre, a empresa viu o seu lucro líquido cair 51,3%, indo a R$ 221 milhões. Com o efeito da pandemia a partir da segunda quinzena de março, a empresa teve impactada a sua produção e entrega de aço. Mas, segundo os analistas, a Gerdau se beneficia do movimento de retomada econômica no exterior, em um momento de dólar forte, o que a favorece ainda mais.
Para o Banco Daycoval, a empresa está barata por fundamento, já que as ações sofreram durante a crise, e pode se destacar com uma retomada antes do esperado. Só no mês passado, a companhia recuperou parte das perdas do ano, valorizando 18,08%.
Além da China, os Estados Unidos também estão utilizando o setor de infraestrutura como motor para o reaquecimento da economia, anunciando um pacote de US$ 1 trilhão voltado para a área.
Com operação relevante na maior economia do mundo, a Gerdau se favorece de sua internacionalização. A demanda deve crescer justamente em um dos pontos fortes da empresa, o setor de grandes estruturas.
A CM Capital destaca também que a atuação da empresa no setor de construção civil não deve ser impactado de forma negativa pelo coronavírus, já que, embora o segmento sofra com o atraso nos cronogramas de lançamento, o volume da demanda não está deteriorado.
Retrospectiva
No mês passado, Vale ON (VALE3), Petrobras (PETR4) e Lojas Americanas (LAME4) foram os grandes destaques entre as favoritas das corretoras. Todas elas apresentaram retorno positivo em junho.
Impulsionada pela alta do minério de ferro, a Vale subiu 5,86%. A Petrobras seguiu a recuperação do petróleo e a retomada de parte das suas atividades fez as ações da estatal avançarem 6,94%.
Focada no e-commerce, as Lojas Americanas seguiu se beneficiando da alta demanda no setor e anotou a melhor performance entre as três, ao subir 12,71%.
Confira o resultado de todos os papéis indicados.

3 surpresas que podem mexer com os mercados em 2026, segundo o Morgan Stanley
O banco projeta alta de 13% do S&P 500 no próximo ano, sustentada por lucros fortes e recuperação gradual da economia dos EUA. Ainda assim, riscos seguem no radar
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
