Via Varejo, B2W e Magazine Luiza põem à prova fôlego digital com balanços do 2º trimestre
Empresas do setor de varejo devem registrar prejuízo em meio à crise da covid-19, mas mercado estará de olho nos números das operações digitais
Os próximos dias devem ser de mais uma prova para as gigantes do varejo brasileiro. Empresas como Via Varejo, B2W e Magazine Luiza apresentam o balanço do segundo trimestre, período marcado pelo foco em operações online em meio à pandemia.
A crise premiou as varejistas que têm grande presença digital ou mostraram avanço na fase da quarentena, com a perspectiva de que os hábitos de consumo da fase de isolamento social permaneçam após a crise. São companhias que estariam mais preparadas para a crise, com dinheiro em caixa e estrutura em parte pronta para o serviço de entrega.
Desde janeiro, ações de Via Varejo subiram 72%, as de Magazine Luiza avançaram 71% e B2W têm ganhos de 90%. No mesmo período, estrearam na B3 empresas do setor como o Grupo Soma (dono de Animale e Farm) e Quero-Quero - especializada em materiais de construção.
O otimismo prevalece a despeito da perspectiva ruim para a economia como um todo, porque o mercado financeiro tem um tempo diferente da economia real. A lógica é a da antecipação de resultados.
Mas o raciocínio pode reservar a armadilha do sobrepreço, de modo que resultados decepcionantes no trimestre penalizariam mais os papéis das companhias. De todo modo, pode ser pensada uma tomada de decisão a partir dessa temporada de balanços.
Por ora, o que resta ao investidor são sinalizações das companhias ao longo dos últimos meses - e as estimativas de analistas - como você confere a seguir. Vale lembrar, o calendário dos resultados é este:
Leia Também

No momento da virada
A crise pegou a Via Varejo em um momento de virada para o digital, processo que começou em meados de 2019. Em março, a empresa estava atrás de concorrentes como Magazine Luiza, a grande referência do mercado, mas certamente em uma situação melhor do que a de um ano atrás.
A percepção positiva sobre a empresa foi reforçada no mês passado, quando a companhia divulgou no Twitter — e em seguida apagou — uma série de dados de desempenho do digital. Entre maio e junho, a varejista teria registrado alta de 2500% nas vendas de câmeras e games, por exemplo. Outros eletrônicos também teriam apresentado alta expressiva.
Hoje, ao menos BTG Pactual, XP Investimentos e Itaú BBA têm recomendação de compra para as ações da companhia. De modo geral, o diagnóstico é o de que a empresa reduziu lacunas tecnológicas que podem não estar precificadas na bolsa.
A Via Varejo foi a Ação do Mês de julho, ou seja, a ação preferida das corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro. No mês passado, o papel subiu 25%.
Destaque também para o dinheiro que a empresa levantou nesse meio tempo: R$ 4,45 bilhões em oferta de ações e R$ 1,5 bilhão em debêntures. O movimento fez o analista-chefe da Planner, Mario Roberto Mariante, dizer que a Via Varejo está pronta para surfar na retomada econômica.
Mesmo que a retomada da atividade não ocorra da forma esperada, avaliou o especialista, a companhia estaria estruturada para continuar explorando os canais online. Segundo consulta feita pela Bloomberg, analistas do mercado esperam os seguintes dados para a empresa:
- Prejuízo líquido: R$ 185,7 milhões (ante R$ 154 milhões)
- Receita líquida: R$ 5,440 bilhões (↓9,7%)
- Ebitda: R$ 138,043 milhões (↓64,4%)
Rotina da B2W
A B2W, cuja dona é a Lojas Americanas, deve apresentar prejuízo, mas não por causa da crise do coronavírus. A linha vermelha do balanço virou rotina para a empresa que tenta recuperar a grande fatia do mercado que chegou a ter na década passada, quando o site Submarino.com era uma das referências da internet.
Quando o mercado olha para os números da B2W, dá mais importância às vendas e na integração entre operações online e física. Por ora, há sinalizações positivas: as vendas brutas aumentaram 27,3% no primeiro trimestre — a R$ 4,58 bilhões, na comparação anual — e a empresa recebeu investimentos.
Em julho, a Lojas Americanas levantou R$ 7,8 bilhões em uma oferta de ações. O plano era investir no braço digital e aplicar R$ 4 bilhões na B2W - o que foi feito naquele mesmo mês. A medida deve favorecer o fluxo de caixa operacional das empresas.
Nos últimos tempos ambas consolidaram iniciativas de "O2O" (Online-to-Offline). A B2W ainda tem a vantagem de ser 100% digital e poder usar a estrutura da Americanas — para o serviço de buscar o produto na loja, por exemplo.
Na bolsa, os ganhos de BTOW3 superam da controladora, que subiu 50% desde janeiro. Segundo a projeção de analistas, as principais linhas do balanço devem apresentar os seguintes números:
- Prejuízo líquido: R$ 58,940 milhões
- Receita líquida: R$ 2,173 bilhões (↑47%)
- Ebitda: R$ 170 milhões (↑54,3%)
Há espaço para mais?
Poucos no mercado duvidam da capacidade do Magazine Luiza de atravessar a crise. A empresa é um dos grandes casos de sucesso nos últimos anos na bolsa, com caixa e estrutura robustas.
No início do ano, havia o questionamento se as ações da empresa já não teriam se valorizado demais. Mas a crise do coronavírus impôs ainda mais expectativa sobre o Magalu os papéis escalaram - só nos últimos 12 meses a alta é de 120%.
O movimento fez algumas casas trocarem Magazine Luiza por Via Varejo, argumentado que haveria muito mais espaço para ganhos com a ação da segunda empresa.
Por ora, o Magalu se destaca por ser uma porta-voz do varejo brasileiro, com um discurso em prol de pequenos empresários em meio à crise - concretizado principalmente com o Parceiro Magalu, plataforma para empreendedores.
O Magazine Luiza também segue com movimentos para ter controle de toda a jornada do consumidor. No segundo trimestre, a empresa resolveu pendências da Netshoes e adquiriu a Hubsales - plataforma voltada para a indústria.
Também foram bem vistas pelo mercado a compra da Unilogic Media, da Canal Geek e da InLoco Media, divisão de publicidade da startup pernambucana InLoco. O passo foi considerado estratégico para a brasileira se aproximar de concorrentes globais, como Amazon e Alibaba.
As projeções de analistas para o segundo trimestre do Magazine Luiza, segundo a Bloomberg, são as seguintes:
- Prejuízo líquido: R$ 127,7 milhões
- Receita líquida: R$ 5,166 bilhões (↑19,9%)
- Ebitda: R$ 6,250 milhões (↓98,4%)
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
Suzano (SUZB3) vai depositar mais de R$ 1 bilhão em dividendos, anuncia injeção de capital bilionária e projeções para 2027
Além dos proventos, a Suzano aprovou aumento de capital e revisou estimativas para os próximos anos. Confira
Quase R$ 3 bilhões em dividendos: Copel (CPLE5), Direcional (DIRR3), Minerva (BEEF3) e mais; confira quem paga e os prazos
A maior fatia dessa distribuição é da elétrica, que vai pagar R$ 1,35 bilhão em proventos aos acionistas
Cade aprova fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi com exigência de venda de lojas em SP
A união das operações cria a maior rede pet do Brasil. Entenda os impactos, os “remédios” exigidos e a reação da concorrente Petlove
Crise nos Correios: Governo Lula publica decreto que abre espaço para recuperação financeira da estatal
Novo decreto permite que estatais como os Correios apresentem planos de ajuste e recebam apoio pontual do Tesouro
Cyrela (CYRE3) propõe aumento e capital e distribuição bilionária de dividendos, mas ações caem na bolsa: o que aconteceu?
A ideia é distribuir esses dividendos sem comprometer o caixa da empresa, assim como fizeram a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, e a Localiza, locadora de carros (RENT3)
Telefônica Brasil (VIVT3) aprova devolução de R$ 4 bilhões aos acionistas e anuncia compra estratégica em cibersegurança
A Telefônica, dona da Vivo, vai devolver R$ 4 bilhões aos acionistas e ainda reforça sua presença em cibersegurança com a compra da CyberCo Brasil
Brasil registra recorde em 2025 com abertura de 4,6 milhões de pequenos negócios; veja quais setores lideram o crescimento
No ano passado, pouco mais de 4,1 milhões de empreendimentos foram criados
Raízen (RAIZ4) vira penny stock e recebe ultimato da B3. Vem grupamento de ações pela frente?
Com RAIZ4 cotada a centavos, a B3 exige plano para subir o preço mínimo. Veja o prazo que a bolsa estipulou para a regularização
Banco Pan (BPAN4) tem incorporação pelo BTG Pactual (BPAC11) aprovada; veja detalhes da operação e vantagens para os bancos
O Banco Sistema vai incorporar todas as ações do Pan e, em seguida, será incorporado pelo BTG Pactual
Dividendos e JCP: Ambev (ABEV3) anuncia distribuição farta aos acionistas; Banrisul (BRSR6) também paga proventos
Confira quem tem direito a receber os dividendos e JCP anunciados pela empresa de bebidas e pelo banco, e veja também os prazos de pagamento
Correios não devem receber R$ 6 bilhões do Tesouro, diz Haddad; ajuda depende de plano de reestruturação
O governo avalia alternativas para reforçar o caixa dos Correios, incluindo a possibilidade de combinar um aporte com um empréstimo, que pode ser liberado ainda este ano
Rede de supermercados Dia, em recuperação judicial, tem R$ 143,3 milhões a receber do Letsbank, do Banco Master
Com liquidação do Master, há dúvidas sobre os pagamentos, comprometendo o equilíbrio da rede de supermercados, que opera queimando caixa e é controlada por um fundo de Nelson Tanure
Nubank avalia aquisição de banco para manter o nome “bank” — e ainda pode destravar vantagens fiscais com isso
A fintech de David Vélez analisa dois caminhos para a licença bancária no Brasil; entenda o que está em discussão
Abra Group, dona da Gol (GOLL54) e Avianca, dá mais um passo em direção ao IPO nos EUA e saída da B3; entenda
Esse é o primeiro passo no processo para abertura de capital, que possibilita sondar o mercado antes de finalizar a proposta
Por que a Axia Energia (AXIA3), ex-Eletrobras, aprovou um aumento de capital de R$ 30 bilhões? A resposta pode ser boa para o bolso dos acionistas
O objetivo do aumento de capital é manter o equilíbrio financeiro da empresa ao distribuir parte da reserva de lucros de quase R$ 40 bilhões
Magazine Luiza (MGLU3) aposta em megaloja multimarcas no lugar da Livraria Cultura para turbinar faturamento
Com cinco marcas sob o mesmo teto, a megaloja Galeria Magalu resgata a memória da Livraria Cultura, cria palco para conteúdo e promete ser a unidade mais lucrativa da varejista
