Ibovespa firma-se em queda com percepção de enfraquecimento da agenda de Guedes
Apesar do mau humor externo, dólar segue em queda com investidores ajustando posições depois da forte alta de ontem
O Ibovespa firmou-se em queda no meio tarde desta quinta-feira com o ressurgimento dos temores fiscais que ontem pesaram sobre os mercados financeiros locais por causa da "debandada" no Ministério da Economia.
Em um pronunciamento breve e sem muitos detalhes proferido na noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro declarou-se comprometido com o teto de gastos e o ajuste fiscal.
"Curta e protocolar", resumiu o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, em comentário sobre a fala presidencial.
Ao fazer o pronunciamento, Bolsonaro estava acompanhado dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP). Ambos fizeram declarações no mesmo tom, o que intensificou a sensação de alívio entre os investidores nas primeiras horas de sessão.
No meio da tarde, entretanto, a percepção de que a "debandada" enfraqueceu a agenda ultraliberal de Paulo Guedes voltou a pesar sobre os ativos brasileiros.
Ao mesmo tempo, em um dia pouco favorável ao risco no exterior, com o petróleo em baixa, desempenho sem direção única nos índices de ações em Nova York e negativo nos fechamentos da Europa, o Ibovespa firmou-se em queda.
Por volta das 16h40, o principal índice do mercado brasileiro de ações operava em queda de 1,46%, aos 100.631 pontos.
Na véspera, os temores com a fala do próprio ministro sobre uma "debandada" em sua equipe pesaram sobre os ativos brasileiros ao longo de quase toda a sessão.
Comparando a declaração feita anteontem por Guedes a uma jogada de pôquer, o analista Jefferson Lima, da CM Capital Markets, observou mais cedo que o ministro "ganhou fichas, ou melhor, raspou a mesa e voltou" ao jogo.
Com o passar do dia, porém, passou a ganhar força o entendimento entre alguns analistas de que, desafiado por Guedes, Bolsonaro terá que fazer em breve uma escolha entre a agenda do ministro e sua própria popularidade com vistas à reeleição.
No lado positivo, a bolsa conta com o suporte de bons resultados trimestrais de empresas como a Via Varejo (VVAR3), o que beneficia as ações do segmento varejista.
No campo dos indicadores, sinais de recuperação no mercado de trabalho norte-americano e no setor de serviços brasileiro em junho deram alguma sustentação à B3 pela manhã.
Dólar e juro
O dólar, por sua vez, mantém-se em queda desde o início da sessão. A moeda norte-americana passa por um ajuste depois da forte alta de ontem, quando o estresse nos mercado de câmbio levou a duas intervenções por parte do Banco Central para frear a desvalorização do real.
A queda perdeu um pouco de força no meio da tarde desta quinta-feira com o aumento da aversão ao risco, mas não houve reversão no cenário. Por volta das 16h40, a moeda norte-americana era cotada a R$ 5,37 (-1,4%).
Apesar da queda do dólar, os contratos de juros futuros, que costumam acompanhar a taxa de câmbio, desgarraram-se para fechar em alta com base nos temores de que o alívio fiscal tenha curta duração em meio à falta de gatilhos de curto prazo para uma queda nas taxas.
Confira as taxas negociadas de alguns dos principais contratos negociados na B3:
- Janeiro/2021: de 1,880% para 1,890%;
- Janeiro/2022: de 2,770% para 2,810%;
- Janeiro/2023: de 3,950% para 4,000%;
- Janeiro/2025: de 5,710% para 5,840%.
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