Quebrando recordes: dólar fecha em alta e chega a R$ 5,26, nova máxima nominal de encerramento
O dólar à vista renovou mais uma vez os recordes de fechamento, pressionado pela cautela vista no exterior em relação aos impactos do coronavírus nos EUA
Em primeiro de abril de 2019, o dólar à vista era negociado na faixa de R$ 3,87. Um ano depois, a moeda americana chegou aos R$ 5,26 — e isso não é brincadeira do dia da mentira.
Pois é: a divisa fechou a sessão desta quarta-feira (1) em alta de 1,27%, a R$ 5,2628, cravando um novo recorde nominal de encerramento — foi a primeira vez que o dólar à vista terminou acima do nível de R$ 5,20.
Desde o começo de 2020, o dólar à vista já acumula uma valorização de 31,18% em relação ao real; na comparação com o primeiro de abril do ano passado, o salto é de quase 36%.
O ano tem sido bastante carregado no câmbio, com uma enxurrada de fatores pressionando o dólar. A crise entre EUA e Irã no Oriente Médio, o surto global de coronavírus, a guerra de preços do petróleo — tudo conspira para que os investidores adotem uma postura mais defensiva, buscando proteção na moeda americana.
Dito isso: o que exatamente provocou a nova onda de estresse no mercado de moedas vista nesta quarta-feira? A resposta está lá fora — mais precisamente, na Casa Branca.

Futuro sombrio
Os investidores globais mostraram-se mais receosos desde o início da sessão de hoje, repercutindo as sinalizações preocupantes emitidas ontem pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Em pronunciamento, ele disse que as próximas semanas serão 'muito dolorosas' — a previsão oficial da Casa Branca é de cerca de 240 mil mortos no país por causa do coronavírus.
Esse tom mais alarmante assumido pelo governo americano mexeu com a confiança dos agentes financeiros, e nem mesmo os dados mais animadores da economia dos EUA serviram para injetar ânimo nas negociações.
Mais cedo, a ADP reportou um corte de 27 mil empregos no setor privado do país em março, resultado melhor que o projetado pelos analistas consultados pelo Wall Street Journal, de fechamento de 125 mil vagas no período.
Também durante a manhã, foi a vez dos dados PMI de atividade do setor industrial superarem as expectativas: o indicador caiu de 50,7 em fevereiro para 48,5 em março — a projeção era de baixa mais acentuada, a 47,3.
Nada disso, no entanto, ofuscou as declarações pessimistas de Trump e do governo americano quanto ao futuro.
Alta em bloco
Obviamente, o cenário traçado pelas autoridades dos EUA levanta enormes dúvidas quanto aos impactos que o surto de coronavírus trará à economia do país — e, consequentemente, ao ritmo de atividade global.
Assim, dadas as incertezas generalizadas, os investidores preferiram assumir uma estratégia mais defensiva nesta quarta-feira, o que se traduz em bolsas em queda e dólar em alta.
Afinal, por mais que a economia dos EUA sofra, a moeda americana ainda é vista como um ativo relativamente seguro, especialmente num cenário em que praticamente todos os países sofrerão com uma desaceleração na atividade, em maior ou menor grau.
Considerando toda essa lógica, o dólar se valorizou em escala global nesta quarta-feira. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta com as principais divisas do mundo — como o iene, o euro e a libra — subiu 0,42% hoje.
Na comparação com as divisas de países emergentes, o tom foi o mesmo: o dólar se valorizou em relação ao peso mexicano, o rublo russo, o peso chileno, o rand sul-africano e o peso colombiano, entre outras — o real, assim, foi na esteira de seus pares.
Juros curtos quase estáveis
Apesar do tom mais pressionado do dólar à vista, as curvas de juros futuros de curto prazo exibiram um tom relativamente estável nesta quarta-feira. Os investidores dividiram-se entre a cautela global e a percepção de que a Selic deverá ser cortada para dar sustentação à economia brasileira — ao fim do dia, os DIs curtos tiveram ligeira alta:
- Janeiro/2021: de 3,23% para 3,25%;
- Janeiro/2022: de 4,05% para 4,21%;
- Janeiro/2023: de 5,41% para 4,49%;
- Janeiro/2025: de 6,75% para 6,96%.
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
