🔴 [EVENTO GRATUITO] MACRO SUMMIT 2024 – FAÇA A SUA INSCRIÇÃO

Cotações por TradingView
Eduardo Campos
Eduardo Campos
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.
é hoje

Fala de Roberto Campos Neto é o evento mais aguardado do dia no mercado

Senado sabatina indicado para comandar o Banco Central e dois novos diretores. Fala pode influenciar expectativas com relação à estabilidade da Selic em 6,5% ao ano

Eduardo Campos
Eduardo Campos
26 de fevereiro de 2019
7:35 - atualizado às 14:00
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central no governo Bolsonaro
Com a proximidade da decisão do Copom, ibovespa recua e opera no vermelho hoje - Imagem: Marcos Corrêa/PR

Desde que teve sua indicação confirmada para comandar o Banco Central (BC), em 15 de novembro, o economista Roberto Campos Neto fez um “voto de silêncio”, não falando em público sobre política monetária, reformas, taxa de câmbio e sistema financeiro. Esse suspense acaba em breve, com sua sabatina no Senado.

Suas palavras têm potencial para influenciar a expectativa dos agentes de mercado com relação a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 6,5% ao ano. O atual presidente Ilan Goldfajn tem reafirmado “cautela, serenidade e perseverança” na condução da política monetária e na defesa da estabilidade do juro, mesmo com uma inflação comportada e um crescimento que teima em não ganhar força. Em recente entrevista, Ilan disse que Campos Neto está alinhado com a atual gestão.

Essa opção de Campos Neto pelo “silêncio” faz parte da liturgia do cargo. Como indicado pelo Executivo e pendente de aprovação pelo Senado, não seria de bom tom que ele ficasse comentando as ações de Ilan e demais colegas de diretoria. Além disso, tudo que falasse poderia ser usado contra ele na sabatina.

Presidentes de BC falam pouco e quando falam dão o “peso” do assunto e quase sempre há reflexo no preço dos ativos financeiros. Além disso, a comunicação é uma importante ferramenta de política monetária e há uma certa hierarquia, com documentos escritos como Atas do Copom, tendo precedência sobre palestras e entrevistas.

A sabatina

Por volta das 10 horas, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) inicia a sessão, que além de Campos Neto vai avaliar dois novos diretores para o BC e uma diretora, Flávia Martins Sant'Anna Perlingeiro, para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Se for mantida a dinâmica de outras sabatinas, Campos Neto fará um discurso inicial, onde se apresenta aos senadores – que já receberam uma espécie de dossiê sobre sua vida acadêmica, profissional e financeira – e dá as linhas gerais do que pretende fazer no comando da instituição. Nas últimas semanas, tanto Campos Neto quanto os diretores fizeram visitas de cortesia aos senadores.

Depois, o indicado será diretamente interpelado pelos senadores. A dinâmica, se pergunta e resposta ou perguntas em bloco, será determinada pelo presidente da CAE, Senador Omar Aziz (PSD-AM). A CAE conta com 27 senadores.

Pelo o que foi falado na reunião da CAE da semana passada, quando as indicações foram lidas pelos relatores, as perguntas dos senadores devem se concentrar em spread bancário, concentração do sistema financeiro, elevado lucro dos bancos, atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e devedores da Previdência Social.

Próximos passos

Finda a sabatina, há votação na CAE. Depois, as indicações são votadas no Plenário do Senado. Geralmente o presidente da CAE combina com o presidente do Senado o envio das indicações para votação no mesmo dia.

Aprovados, os indicados são nomeados oficialmente e depois ocorre a cerimônia de posse. Geralmente o evento é um dos mais concorridos de Brasília, com os presidentes de bancos nacionais e estrangeiros prestigiando os discursos de quem sai e de quem chega ao BC.

Todos esses trâmites devem ser realizados até os dias 19 e 20 de março, data da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e primeiro a ser comandada por Campos Neto, com a participação de Bruno Serra Fernandes, na diretoria de Política Monetária, e João Manoel Pinho de Mello, como diretor de Organização do Sistema Financeiro.

Quem é quem?

Até ser indicado ao BC, Campos Neto estava na Tesouraria do Santander. Ele é formado em economia com foco em finanças pela Universidade da Califórnia (UCLA), já trabalhou no banco Bozano Simonsen, entre 1996 e 1999, como operador de derivativos, juros e câmbio. Entre 2000 e 2003 foi chefe da área internacional de renda fixa do Santander. Em 2004 foi gerente de portfólio na gestora Claritas. Em 2005, voltou ao Santander como operador e foi galgando novas posições na instituição.

Bruno Serra Fernandes é economista formado pelo Ibmec, com mestrado em Economia pela USP. Fez carreira no sistema financeiro era responsável no Itaú Unibanco pela mesa de renda fixa proprietária.

Entre as atribuições da diretoria de Política Monetária está o acompanhando dos mercados e a realização dos leilões de câmbio e operações compromissadas. A diretoria também está envolvida na modernização do sistema de pagamentos, como cartões e contas digitais.

João Manoel Pinho de Mello, foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e é professor titular do Insper. Ele é formado em administração pública, tem mestrado em economia pela PUC-Rio e PhD em economia pela Universidade de Stanford.

Pinho de Mello atuou intensamente ao lado do BC quando estava na secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência (Seprac) do Ministério das Fazenda, para aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP) que substituiu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Resolução teve atuação determinante na avaliação da compra de parte da XP pelo banco Itaú e também é a responsável pelas liquidações de instituições problemáticas, como o banco Neon.

Compartilhe

SOBE MAIS UM POUQUINHO?

Campos Neto estragou a festa do mercado e mexeu com as apostas para a próxima reunião do Copom. Veja o que os investidores esperam para a Selic agora

15 de setembro de 2022 - 12:41

Os investidores já se preparavam para celebrar o fim do ciclo de ajuste de alta da Selic, mas o presidente do Banco Central parece ter trazido o mercado de volta à realidade

PREVISÕES PARA O COPOM

Um dos maiores especialistas em inflação do país diz que não há motivos para o Banco Central elevar a taxa Selic em setembro; entenda

10 de setembro de 2022 - 16:42

Heron do Carmo, economista e professor da FEA-USP, prevê que o IPCA registrará a terceira deflação consecutiva em setembro

OUTRA FACE

O que acontece com as notas de libras com a imagem de Elizabeth II após a morte da rainha?

9 de setembro de 2022 - 10:51

De acordo com o Banco da Inglaterra (BoE), as cédulas atuais de libras com a imagem de Elizabeth II seguirão tendo valor legal

GREVE ATRASOU PLANEJAMENTO

Banco Central inicia trabalhos de laboratório do real digital; veja quando a criptomoeda brasileira deve estar disponível para uso

8 de setembro de 2022 - 16:28

Essa etapa do processo visa identificar características fundamentais de uma infraestrutura para a moeda digital e deve durar quatro meses

FAZ O PIX GRINGO

Copia mas não faz igual: Por que o BC dos Estados Unidos quer lançar um “Pix americano” e atrelar sistema a uma criptomoeda

30 de agosto de 2022 - 12:08

Apesar do rali do dia, o otimismo com as criptomoedas não deve se estender muito: o cenário macroeconômico continua ruim para o mercado

AMIGO DE CRIPTO

Com real digital do Banco Central, bancos poderão emitir criptomoeda para evitar “corrosão” de balanços, diz Campos Neto

12 de agosto de 2022 - 12:43

O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, ainda afirmou que a comissão será rigorosa com crimes no setor: “ fraude não se regula, se pune”

AGORA VAI!

O real digital vem aí: saiba quando os testes vão começar e quanto tempo vai durar

10 de agosto de 2022 - 19:57

Originalmente, o laboratório do real digital estava previsto para começar no fim de março e acabar no final de julho, mas o BC decidiu suspender o cronograma devido à greve dos servidores

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O ciclo de alta da Selic está perto do fim – e existe um título com o qual é difícil perder dinheiro mesmo se o juro começar a cair

2 de agosto de 2022 - 5:58

Quando o juro cair, o investidor ganha porque a curva arrefeceu; se não, a inflação vai ser alta o bastante para mais do que compensar novas altas

PRATA E CUPRONÍQUEL

Banco Central lança moedas em comemoração ao do bicentenário da independência; valores podem chegar a R$ 420

26 de julho de 2022 - 16:10

As moedas possuem valor de face de 2 e 5 reais, mas como são itens colecionáveis não têm equivalência com o dinheiro do dia a dia

AGRADANDO A CLIENTELA

Nubank (NUBR33) supera ‘bancões’ e tem um dos menores números de reclamações do ranking do Banco Central; C6 Bank lidera índice de queixas

21 de julho de 2022 - 16:43

O banco digital só perde para a Midway, conta digital da Riachuelo, no índice calculado pelo BC

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies