A segunda maior corretora de criptomoedas (exchange) do mundo acabou de firmar um acordo com a BlackRock, maior gestora do mundo com mais de US$ 10 trilhões em ativos. Os clientes terão acesso a ativos criptográficos por meio da plataforma Aladdin, segmento da Coinbase Premium, segundo comunicado.
Por enquanto, a parceria permitirá apenas acesso ao bitcoin (BTC), mas nada impede que outras criptomoedas passem a ficar disponíveis. Naturalmente, empresas entram no mercado cripto pelo BTC por se tratar da maior e mais antiga moeda digital do mundo — e a mais segura dentro de um segmento tão volátil de investimentos.
Quem apoiou a parceria foram os investidores do Nasdaq, onde a Coinbase está listada com o ticker COIN. Após o anúncio, as ações da empresa dispararam 22%, mas reduziram a alta em meio ao cenário desfavorável. Os papéis acabaram fechando o dia com alta de 10,01%, a US$ 88,90.
Depois de avançarem cerca de 15%, os recibos de ações (BDRs, na sigla em inglês) terminaram a sessão com alta de 7,34%, a R$ 18,42.
Uma ‘mãozinha’ para a Coinbase
O anúncio foi oportuno, tendo em vista que o mercado de criptomoedas vive um período de caos completo, com o bitcoin em queda de 50% desde o começo do ano.
Do mesmo modo, os papéis da Coinbase também acompanham o fraco desempenho dos ativos digitais: desde o início do ano, o recuo é de 62,51% — desde a estreia da COIN na bolsa, o tombo é de 71,54%.
Recentemente, a corretora de criptomoedas anunciou um corte de 18% em sua equipe. O próprio CEO da Coinbase, Brian Armstrong, enviou um comunicado aos funcionários avisando dos cortes.
Vantagens e desafios pela frente: um vasto mundo de criptomoedas
O caminho aberto para a entrada de investidores institucionais no mercado de criptomoedas é considerado positivo por grande parte dos analistas.
O fluxo de dinheiro impulsionou o valor global das criptomoedas para quase US$ 3 trilhões nas máximas históricas — e pode ajudar a retomar patamares mais elevados, tendo em vista que as moedas digitais perderam um terço desse montante durante o bear market.
Porém, o caminho regulatório deve ser uma pedra no caminho. A Coinbase está sendo investigada por oferecer ativos digitais (tokens) como ativos mobiliários, portanto, sob jurisdição da SEC, a CVM americana.
Essa não é a primeira vez que o órgão avança sobre a exchange, que é, atualmente, a terceira maior corretora do mundo, com volume negociado de US$ 1,6 bilhão por dia.
Entendendo o problema com as criptomoedas
O próprio chefe da SEC, Gary Gensler, admitiu que a ausência de uma regulação mais específica sobre criptomoedas torna a análise e notificação de crimes nebulosos.
Nos EUA — assim como em outras grandes economias — o bitcoin e outras moedas digitais são tratados como commodities e estão sob a jurisdição da Commodity Futures Trading Commission (CFTC).