Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio à processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
O controle da Alliança (ALLR3; ex-Alliar) pode mudar de mãos outra vez. A empresa de medicina diagnóstica anunciou que avalia mudanças profundas em sua estrutura societária — e o empresário Nelson Tanure não descarta a possibilidade de vender sua participação no negócio.
A sinalização veio nesta terça-feira (23), quando a Alliança anunciou a contratação do BTG Pactual como assessor financeiro para avaliar alternativas de reorganização societária.
A notícia faz as ações da Alliança dispararem no pregão de hoje na B3. Por volta das 11h38, os papéis ALLR3 negociavam em alta de 6,05%, a R$ 4,56.
Vale destacar que o anúncio ocorre em um momento sensível para a empresa e para seu controlador.
Isso porque a movimentação acontece poucos dias após a abertura de um processo administrativo sancionador na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) envolvendo a oferta que consolidou o empresário como acionista majoritário.
A reestruturação da Alliança Saúde (AALR3)
Segundo o comunicado divulgado pela Alliança, o leque de possibilidades em discussão é amplo.
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Ele inclui desde incorporação de ações, aumento de capital e capitalização de ativos até a venda de parte ou da totalidade das ações dos controladores, além da eventual formação de uma joint venture.
De acordo com o jornal O Globo, Tanure estaria disposto a negociar a companhia por cerca de R$ 4 bilhões. A empresa hoje é avaliada em R$ 654 milhões na B3, com uma desvalorização acumulada de 46% das ações em 2025.
A empresa também deixou a porta aberta para “outras formas de reorganização societária e a prospecção e negociação com potenciais interessados”.
Por ora, porém, não existe nada concreto para sair do papel, segundo a empresa. A Alliança afirmou que não há negociações em curso nem uma decisão sobre o formato de uma eventual reorganização societária.
“Inexiste, até o presente momento, qualquer garantia de que alguma das alternativas eventualmente avaliadas venha a ser implementada, tampouco visibilidade sobre seus impactos na estrutura de controle”, escreveu a companhia.
- Leia também: Gafisa, Banco Master e mais: entenda a denúncia que levou Nelson Tanure à mira dos reguladores
CVM investiga OPA de Nelson Tanure na Alliança
O momento da reorganização interna na Alliança (AALR3) chama atenção do mercado.
Isso porque, há cerca de uma semana, a CVM citou Tanure em um processo administrativo sancionador para investigar a condução da oferta pública de aquisição (OPA) que levou o empresário a consolidar o controle da Alliança.
No centro da investigação estão o Fonte de Saúde FIP Multiestratégia, fundo ligado a Tanure e administrado pela Trustee DTVM, e a MAM Asset Management, gestora pertencente ao grupo do Banco Master.
Atualmente, o FIP Fonte de Saúde detém 20,62% da companhia. Já o fundo Lormont Participações, também controlado por Tanure, possui 46,19% do capital da Alliança.
O processo sancionador foi instaurado em 26 de novembro, mais de dois anos após a conclusão da OPA. Mas a medida é parte de uma investigação mais ampla da autarquia, que se estende desde 2022, segundo documentos aos quais o Seu Dinheiro teve acesso.
De acordo com o processo, a CVM quer apurar se os fundos envolvidos realizaram a oferta “em prazo muito além daquele ordinariamente previsto” pela regulamentação.
Pelas regras da época, a troca de controle exige a realização de uma OPA para garantir aos minoritários o direito de saída nas mesmas condições negociadas com o controlador — e o protocolo da oferta deveria ocorrer até 30 dias após a mudança de controlador.
Na avaliação da CVM, esse prazo não teria sido respeitado. Foi em 2021 que Tanure entrou na então Alliar, ao adquirir 25% da participação que pertencia ao Pátria. A partir daí, o empresário passou a aumentar gradualmente sua fatia até ultrapassar os 50% do capital, assumindo oficialmente o controle em abril de 2022.
Por mais de um ano, Tanure tentou evitar a realização da OPA, mas enfrentou resistência dos acionistas minoritários e acabou não conseguindo escapar da obrigação.
A oferta só veio em agosto de 2023, com um desembolso de R$ 891 milhões, que elevou sua participação para 93,3% das ações da companhia.
Procurado pelo Seu Dinheiro, o empresário Nelson Tanure não se pronunciou sobre o tema.
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