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Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Jornalista formada pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), em 2025 foi eleita como uma das 50 jornalistas mais admiradas da imprensa de Economia, Negócios e Finanças do Brasil. Já passou pela redação do TradeMap.

SD ENTREVISTA

Banco ABC Brasil (ABCB4) quer romper o teto histórico de rentabilidade e superar os 15% de ROE: “nunca estamos satisfeitos”, diz diretor

Mesmo com ROE de 15,5%, o diretor financeiro, Ricardo Moura, afirma que está “insatisfeito” e mapeia as alavancas para entregar retornos maiores

Camille Lima
Camille Lima
6 de novembro de 2025
19:30 - atualizado às 19:09
Ricardo Moura, diretor de Relações com Investidores, Estratégia & Business Development do Banco ABC Brasil (ABCB4).
Ricardo Moura, diretor de Relações com Investidores, Estratégia & Business Development do Banco ABC Brasil (ABCB4). - Imagem: Divulgação

O Banco ABC Brasil (ABCB4) saiu do terceiro trimestre reforçando uma ambição que já não cabe mais na moldura tradicional dos seus resultados. Há anos, o banco entrega um ROE entre 15% e 16%. Mas a mensagem da diretoria é clara: esse patamar de rentabilidade deixou de ser suficiente.

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Em entrevista ao Seu Dinheiro, o diretor de relações com investidores (DRI) do banco, Ricardo Moura, afirmou que quer ir além. Moura sintetiza a ambição com uma frase: “nunca estamos satisfeitos” quando o assunto é rentabilidade.

"Estamos sempre insatisfeitos; queremos, sim, mirar alvos maiores de rentabilidade", disse o executivo, em conversa exclusiva após a divulgação do balanço.

A meta do ABC Brasil, agora, é mirar um retorno estruturalmente superior ao atual — e isso passa por uma reorganização comercial relevante, reposicionamento de produtos, ganho de eficiência e uma leitura mais fina de setores cíclicos como o agronegócio.

No trimestre, o banco reportou um ROE de 15,5% — sólido, previsível, mas ainda aquém do que o ABC Brasil quer buscar no médio prazo. 

A expansão dessa rentabilidade, explicou Moura, veio sobretudo da margem com clientes, impulsionada tanto pela melhora de precificação quanto pela mudança de mix em direção a produtos com spreads mais elevados.

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Embora o ABC Brasil não trabalhe com um guidance formal para rentabilidade — justamente porque depende de variáveis macroeconômicas fora do seu controle —, Moura deixou claro que o objetivo é operar em um “patamar superior ao que a gente atingiu neste trimestre".

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A estratégia para saltar enfim além dos 15% está baseada em duas grandes alavancas, segundo o executivo.

1. Margem financeira como motor principal

A primeira alavanca é a margem. Moura destacou que o banco continua em um processo de expansão da margem financeira, com melhoras em todas as linhas no terceiro trimestre.

Na margem com clientes, o ganho decorre de dois movimentos simultâneos:

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  • Um mercado mais racional, com melhor disciplina de preços;
  • Um mix mais favorável, com produtos que carregam naturalmente spreads mais altos.

Do lado da margem com mercado, o banco já começou a retomar posições de risco, após um primeiro semestre mais defensivo. Essa normalização, diz Moura, “já trouxe algum reflexo positivo, mas ainda tem potencial para entregar mais”.

O resultado é que o banco está operando com um nível "bem mais interessante de margem financeira", o que é crucial para compor a rentabilidade, segundo o diretor.

2. Escala, novos produtos e a importância do macro

A segunda alavanca depende diretamente das condições do ciclo econômico, afirmou o executivo. Com juros altos por mais tempo, o crescimento precisa ser calibrado para não comprometer a qualidade da originação.

Ainda assim, Moura afirma que a oportunidade está “presente e disponível”, desde que o banco mantenha disciplina na expansão da carteira e na conquista de novos clientes.

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“As condições de mercado sinalizam taxas de juros mais restritivas por algum tempo. Isso faz com que a gente tenha que ter um pouco mais de cautela. A alavanca é presente, mas temos que dosar isso com a condição macroeconômica”, disse o executivo.

Paralelamente, o ABC Brasil tem ampliado o leque de produtos oferecidos — um movimento gradual, mas considerado fundamental para capturar receita adicional sem elevar demais o risco do balanço.

Mudança estratégica

O maior movimento estratégico do trimestre foi a ressegmentação da força comercial. O ABC Brasil criou duas novas verticais especializadas: uma para o agronegócio e outra para o setor imobiliário.

Segundo Moura, o banco atingiu maturidade e escala suficientes para operar com times dedicados — profissionais que “falam a linguagem” dos setores e entendem suas dinâmicas próprias. 

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Isso deve resultar em um atendimento melhor e, consequentemente, em resultados melhores para o banco, permitindo criar produtos e analisar crédito de forma mais eficiente, de acordo com o DRI do banco.

Cautela no agronegócio e oportunidades no cíclico

Questionado sobre se o ABC Brasil vê o agronegócio com cautela, Moura não esconde o otimismo — mesmo após um período mais desafiador para algumas cadeias.

Ele lembra que o setor é cíclico por natureza, mas continua sendo uma das maiores fortalezas do Brasil.

Moura vê o agro como um setor onde o Brasil detém uma “vantagem competitiva intrínseca e que oferece muita oportunidade", apesar de estar passando por um momento de correção após uma “ebulição” no passado. 

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"É nesses momentos que estão as grandes oportunidades", afirmou.

Os casos recentes de judicialização e recuperações judiciais preocupam o mercado, mas, segundo o executivo, não impactaram de forma relevante a carteira do ABC Brasil até agora. Porém, ele afirma que o banco monitora a situação de perto.

“Tem muita oportunidade para se fazer no segmento agro e tem muito cliente que queremos atender”, afirmou o executivo.

Banco ABC Brasil mais cauteloso

No entanto, o cenário de juros mais altos por mais tempo levou à revisão de uma linha importante do guidance: a de crescimento da carteira de crédito.

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A projeção agora é de uma expansão entre 1% e 4% do portfólio de crédito neste ano — bem menor do que o inicialmente planejado para 2025, de 7% a 12%.

Segundo Moura, essa revisão é explicada não só pelo conservadorismo do banco, mas também por um arrefecimento da demanda por crédito das companhias, que estão reduzindo ou postergando projetos devido às taxas de juros restritivas.

“No momento em que você tem uma taxa de juros mais restritiva, empresas acabam reduzindo ou até postergando projetos — o que é justamente a intenção de uma taxa mais contracionista. Mas, na média, você tem uma maior chance de tomar decisões erradas de crédito em cenários de ebulição do que em cenários de cautela”, afirmou o diretor. 

“Então, vemos oportunidade de negócio mesmo em um ambiente de taxas mais restritivas. Estamos abertos para negócios”, acrescentou.

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Para o diretor, não há sinal de crise de crédito — apenas um ciclo mais duro para empresas altamente alavancadas. 

A maioria das grandes companhias, segundo ele, tem liquidez robusta, passivos longos e acesso ao mercado de capitais. Isso permite tempo às empresas para equacionarem dificuldades financeiras. 

2025: o trimestre mais forte vem agora — mas a cabeça está em 2026

O último trimestre de 2025 tende a ser o melhor do ano, por sazonalidade, destacou o diretor.

Mas a visão do ABC Brasil é de longo prazo. Moura reforça que o banco não toma decisões olhando apenas um ou dois trimestres, e sim priorizando a continuidade do negócio.

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“As decisões não são tomadas olhando para um ou dois trimestres para frente, mas sim visando o longo prazo, para perpetuar um negócio que seja sustentável e saudável, mesmo que isso acabe impactando um ou outro trimestre no curto prazo”, afirmou o DRI.

Para o executivo, o Banco ABC Brasil opera com uma base de capital "super confortável". Porém, para frente, a estratégia se mantém cautelosa, visto que o cenário atual de juros elevados já estava previsto.

A expectativa do banco é que a flexibilização monetária no Brasil comece por volta do segundo trimestre de 2026. Mas, mesmo com a queda da Selic, a taxa média anual ainda será elevada em relação aos padrões históricos dos juros.

Olhando para 2026, Moura antevê um ano com:

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  1. Início de flexibilização monetária, mas taxas de juros acima do histórico.
  2. Um Produto Interno Bruto (PIB) um pouco menor do que em 2025.
  3. Um evento eleitoral importante, que pode gerar alguma volatilidade.

Ainda assim, o executivo espera maior clareza sobre o ciclo monetário para que o banco volte a ampliar o apetite ao risco.

"Neste trimestre, entregamos mais uma boa rentabilidade, com carteira protegida, flexibilidade na base de capital, ao mesmo tempo que a gente continua distribuindo proventos para os acionistas de forma relevante. Estamos preparados para capturar oportunidades que possam aparecer ao longo do final de 2025 e de 2026”, disse Moura.

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