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Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

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Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo

Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor

Camille Lima
Camille Lima
12 de junho de 2025
16:24
Fachada do prédio Nubank, com símbolo do banco na frente.
Imagem: Divulgação

Já dizia Marília Mendonça: “Ninguém vai sofrer sozinho: todo mundo vai sofrer”. Não é só o investidor de LCI e LCA que vai pagar a conta das mudanças tributárias anunciadas pelo governo. Até gigantes do setor financeiro, como o Nubank (ROXO34), a XP (XPBR31) e a B3 (B3SA3), sentirão o impacto das novas regras e impostos.

Segundo analistas do JP Morgan, os players não bancários, como o trio citado acima, bem como empresas de adquirência, como Stone (STOC34) e PagSeguro (PAGS34), devem ser os principais afetados pelos novos impostos.

Já os bancos incumbentes — como Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3) — e nomes como Inter (INBR32) e BTG Pactual (BPAC11) devem passar praticamente ilesos por essas mudanças tributárias.

Relembrando, o governo federal publicou as novas regras em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite da última quarta-feira (11). Elas integram a medida provisória nº 1.303, que deverá ser apreciada pelo Congresso em até 120 dias. Se não for convertida em lei dentro deste prazo, a MP perde a validade.

Aumento da CSLL: vitória dos bancos tradicionais

O governo confirmou as mudanças significativas na CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), afetando diretamente empresas de seguros privados, fintechs e instituições de pagamento.

Até então, existiam três alíquotas de CSLL: 9%, 15% e 20%, variando conforme o tipo de instituição. As instituições financeiras pagavam 15%; os bancos, 20%, enquanto as instituições de pagamento, como muitas fintechs, pagavam apenas 9%.

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Com as novas regras, o governo decidiu acabar com a alíquota de 9%, aumentando a alíquota efetiva de CSLL das instituições de pagamento, que agora estarão na faixa de 15%. Para os bancos, a alíquota de 20% foi mantida.

“A diferença entre o que os bancos já pagavam e essas instituições financeiras não bancárias agora é menor, aumentando a arrecadação geral e reduzindo as assimetrias tributárias”, disse o Itaú BBA.

“Embora seja difícil discutir vencedores em um setor no qual a maioria das empresas agora pagará uma taxa combinada de imposto superior a 50% (ou seja, imposto de renda + imposto sobre receitas), vemos os bancos como os vencedores relativos”, disse o JP Morgan.

Segundo os analistas, a principal vantagem para os bancos é o fechamento da brecha tributária que existia entre eles e as fintechs, que vinham se beneficiando de alíquotas mais baixas nos últimos anos.

Até então, os bancos tradicionais enfrentavam a maior alíquota de IRPJ e CSLL entre todas as empresas da bolsa, com 45% sobre o lucro real, enquanto outras empresas pagavam cerca de 34%, de acordo com o analista da Kinea, Antonio Martins.

Os bancos brasileiros, que enfrentam uma sobretaxa tributária desde 2008 — quando o governo aumentou os impostos para compensar o fim da CPMF —, agora celebram o fim dessa assimetria. 

Com isso, as instituições tradicionais, como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, devem se beneficiar dessas mudanças, que nivelam as condições tributárias entre elas e suas concorrentes fintechs.

Impostos mais altos e os efeitos sobre Nubank, XP e B3

Com as novas regras, a alíquota de IRPJ e CSLL para instituições de pagamento, como o Nubank (ROXO34), vai subir de 34% para 40% sobre o lucro real. 

Esse aumento afeta não só as fintechs como o Nu, como também empresas de adquirência, como Stone e PagSeguro — embora com impactos um pouco menores para essas últimas.

Para as empresas de crédito/financeiras — categoria em que o Nubank se encaixa, uma vez que essa é a licença usada por muitas fintechs para intermediação financeira —, a alíquota sobe de 40% para 45%. 

Isso significa que o Nubank, que opera nas duas frentes, enfrentará uma pressão tributária ainda maior no Brasil. O JP Morgan estima que o lucro por ação (EPS) do banco digital pode ser impactado em mais de 5% devido a esses aumentos. 

"A maior parte dos lucros do Nubank no Brasil vem da operação financeira. Portanto, esse aumento de 5 pontos percentuais nos impostos pode ter um impacto considerável, especialmente na parte financeira. Somado ao impacto sobre a instituição de pagamento (IP), isso deve gerar uma redução de 5% a 7% no EPS da holding."

Uma exceção aqui é o Inter (INBR32). Por já ser tributado como um banco tradicional, o impacto para esta fintech em particular será bem menor. Isso porque, como a alíquota de IRPJ e CSLL para bancos permanece em 45%, o Inter seguirá com sua tributação atual, sem grandes mudanças.

Já a B3 (B3SA3) também será afetada em cheio pelo aumento. A alíquota de imposto IRPJ e CSLL da operadora da bolsa de valores passará de 34% para 40%, uma mudança que pegou os analistas de surpresa. 

Afinal, a B3 historicamente conseguiu manter a taxa de imposto padrão, mas agora deve enfrentar um impacto forte nos lucros — algo entre 7% e 8%, segundo o JP Morgan —, a menos que tome medidas como reajustes de preços para mitigar o efeito.

“Embora as empresas tendam a repassar aumentos de impostos aos preços, acreditamos que há uma pressão maior sobre a B3 recentemente, dado o ambiente competitivo, e não sabemos como isso irá evoluir.”

Qual o tamanho do impacto para B3, Nubank, PagSeguro e Stone?

Com a MP estabelecendo novas alíquotas de 15% e 20% para a CSLL de instituições de pagamento, entidades de financiamento ao consumidor e bolsas de valores, o Itaú BBA projeta os seguintes impactos nos lucros das empresas afetadas:

  • B3: -7%
  • Nubank: -6%
  • PagSeguro: -4%
  • Stone: -3%

Para XP e BTG Pactual, o impacto deve ser mínimo, dado seu modelo de negócios, com estruturas offshore e uma configuração bancária mais flexível, segundo analistas.

Apesar de não terem sido afetados diretamente pela alta de impostos, os bancos tradicionais também podem sofrer algum efeito. 

Isso porque a maioria dos incumbentes possui subsidiárias não bancárias que devem ser afetadas pela reestruturação tributária, como Rede e Cielo, por exemplo.

Impacto sobre a XP

Outro ponto de atenção é a tributação dos investidores estrangeiros, um tema relevante para empresas como XP, PagSeguro e Stone, que operam com holdings no exterior. 

A nova regra prevê uma taxa de 25% sobre os ganhos com investimentos brasileiros para entidades domiciliadas em países com “tributação favorável”, o que pode impactar estruturas como a XP Coliseu, que atualmente possui uma taxa de retenção de 15%.

"Ainda não sabemos se a XP enfrentará um aumento de 2,5 pontos percentuais no imposto (de 15% para 17,5%) ou se o aumento será para 25%, o que teria um impacto de 9% nos lucros," explicaram os analistas do JP Morgan. 

Se a mudança for para 17,5%, a avaliação para a XP será neutra, pois a empresa tem outros fatores positivos em jogo, como a tributação de instrumentos anteriormente isentos e o potencial aumento de atividade de DCM (mercado de capitais de dívida) até o final do ano. 

Porém, se a alíquota for elevada para 25%, o impacto será claramente negativo, na leitura do JP Morgan.

Fim dos investimentos isentos: quem sai ganhando?

A proposta do governo também inclui uma taxa de 5% sobre instrumentos então isentos de imposto de renda, como debêntures de infraestrutura, LCIs, LCAs, CRIs e CRAs

Embora essa mudança afete principalmente os investidores pessoa física, ela também deve impactar os custos de financiamento dos bancos, conforme apontado pelo JP Morgan.

Mas, no caso de players como a XP, o fim das isenções pode até ser positivo. 

A expectativa é que isso impulsione novas emissões e maior atividade de negociação, já que a mudança tributária só entrará em vigor em janeiro de 2026, permitindo algum tempo para que as empresas se ajustem.

Além disso, o fim das isenções de impostos também pode abrir caminho para a XP competir de maneira mais equilibrada com os bancos, uma vez que, historicamente, a oferta mais limitada de alguns dos instrumentos isentos representava um obstáculo para a empresa.

Previdência privada para as empresas

Além disso, a reforma de impostos também atinge os planos de previdência privada do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre)

Nas novas regras, para aportes feitos até o final de 2025, os investimentos em VGBL até R$ 300 mil continuam isentos de IOF. A partir de 2026, esse limite será ampliado para R$ 600 mil, somando todos os planos em todas as seguradoras.

Quando os valores aportados em VGBL ultrapassarem esses limites, incidirá uma alíquota de IOF no valor de 5% apenas sobre o que exceder cada limite de isenção definido.

Essa mudança pode ser favorável para XP e BTG, que oferecem esses produtos para clientes mais ricos, já que ela reduz os obstáculos e pode estimular a captação líquida — ou net new money, no jargão financeiro.

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