Por que as ações do Banco do Brasil (BBAS3) caem na B3 mesmo após o lucro de R$ 9,6 bilhões no 4T24?
Para agentes do mercado, trata-se parcialmente de um movimento de realização de lucros — mas a correção não é o único fator que pressiona os papéis do BB hoje
Parece contraditório que as ações do Banco do Brasil (BBAS3) protagonizem uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quinta-feira (20), horas após a instituição financeira anunciar um lucro líquido de R$ 9,6 bilhões no quarto trimestre de 2024, valor acima do esperado pelo mercado
Por volta das 12h05, os papéis do BB recuavam 2,70%, negociados a R$ 28,08.
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Na visão do mercado, parte dos motivos por trás do desempenho negativo desta é explicada por um movimento de realização de lucros, após a forte valorização de 15% de BBAS3 no acumulado do ano.
Contudo, há outro fator que impacta negativamente a performance das ações hoje, o qual se origina justamente do resultado financeiro do BB.
O mercado não aprovou o balanço do Banco do Brasil (BBAS3)?
Um dos fatores de insatisfação do mercado com o balanço do Banco do Brasil (BBAS3) veio da linha da lucratividade.
Confira os destaques do balanço do 4T24:
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- Lucro líquido ajustado: R$ 9,6 bilhões (+1,5% a/a);
- Retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE): 21,4%;
- Inadimplência acima de 90 dias: 3,32% (+0,4 ponto porcentual a/a);
- Provisões: R$ 9,3 bilhões (-7,2% a/a);
- Margem financeira: R$ 26,8 bilhões (+4% a/a);
- Carteira de crédito ampliada: R$ 1,3 trilhão (+15,3% a/a).
Na avaliação do JP Morgan, os lucros foram auxiliados por um consumo adicional de provisões antes dos impostos, já que a empresa reverteu cerca de R$ 2,6 bilhões em provisões suplementares para empréstimos.
De acordo com os cálculos do banco norte-americano, houve um incremento no lucro líquido de R$ 1,4 bilhão (considerando 45% de imposto de renda), o que implicaria ganhos de apenas R$ 8,15 bilhões para este trimestre, 13% abaixo do estimado pelos analistas.
Apesar da impressão negativa sobre o balanço, o JP Morgan mantém uma visão positiva para o Banco do Brasil (BBAS3).
A tese construtiva é baseada por uma tríade de fatores:
- A expectativa de normalização do ciclo do agronegócio neste ano;
- A Selic mais alta é positiva e a projeção da margem financeira aponta para um crescimento de 7% a 11% em 2025;
- O banco possui um grande desconto na B3, negociado a cerca de 4 vezes o preço/lucro, com um rendimento de dividendos (dividend yield) de cerca de 10%.
O que dizem os demais analistas
A visão do BTG Pactual é mais otimista: os números do BB surpreenderam no quarto trimestre, especialmente pela manutenção do lucro líquido em patamares elevados após um impacto severo do agronegócio no trimestre anterior.
“O quarto trimestre foi definitivamente melhor do que o temido, e isso por si só deve ser bem recebido”, avaliaram os analistas.
No entanto, o guidance estipulado pelo Banco do Brasil para 2025 aparece como outro ponto de pressão para as ações hoje.
O BTG avalia que a mensagem da gestão para este ano foi um pouco mais conservadora e aquém do esperado, especialmente para uma ação que subiu cerca de 15% desde o início do ano.
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Apesar do guidance mais suave, os analistas mantiveram recomendação de compra para as ações BBAS3 pelo quarto ano consecutivo. “Mesmo com um payout de 40%, no ponto médio do guidance do BB, o dividend yield permanece atraente, em 9,5%.”
O Itaú BBA, por sua vez, destaca que o caminho para chegar ao patamar de lucro que entregou no 4T24 “teve seus prós e contras”, o que resultou em um trimestre com resultados mistos e um desempenho final em linha com as expectativas.
De acordo com os analistas, as projeções do Banco do Brasil para este ano decepcionaram os investidores otimistas devido ao crescimento mais lento da margem financeira e às maiores provisões.
O Itaú BBA tem recomendação “market perform”, equivalente a neutro, para as ações do BB.
O Bank of America (BofA) também decidiu manter recomendação neutra para o Banco do Brasil após o balanço do quarto trimestre de 2024. “Embora o valuation seja atrativo, acreditamos que o crescimento suave da margem financeira em 2025 deve limitar o desempenho.”
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