Petróleo a US$ 130 e Petrobras (PETR4) nas alturas? Como a guerra entre Israel e Irã após o ataque histórico dos EUA mexe com seu bolso
Casas de análise e especialistas dão pistas do que pode acontecer com os mercados a partir desta segunda-feira (23), quando as negociações são retomadas; confira os detalhes

A diferença entre o remédio e o veneno é a dose. No mercado financeiro, a diferença entre o risco e a oportunidade também — neste caso, uma boa dose de coragem e uma análise cautelosa fazem parte da receita para sobreviver à escalada da guerra entre Israel e Irã, que promete sacudir as bolsas mundo afora.
Na linha de frente desse combate está o petróleo. A commodity saiu da casa dos US$ 60 para os US$ 75 o barril desde que os ataques entre os dois países começaram, em 13 de junho. Agora que os EUA se envolveram no conflito, atacando três instalações nucleares iranianas no sábado (21), a tendência é de que os preços disparem.
E o gatilho para esse salto vem de uma região entre o Irã e Omã: o famoso Estreito de Ormuz — uma importante rota marítima pela qual passam pelo menos 20% do petróleo negociado no mercado internacional.
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Neste domingo (22), o parlamento iraniano aprovou o fechamento da passagem como resposta aos ataques dos EUA no dia anterior. A decisão final, no entanto, cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional, e até a publicação dessa matéria não havia sido tomada. Não há prazo para que isso aconteça.
Mas os estragos da medida sem precedentes já foram sido calculados. Na semana passada, o JP Morgan estimou que o petróleo pode atingir US$ 130 o barril em cenários de escalada do conflito no Oriente Médio, especialmente se houver interrupção no Estreito de Ormuz.
Na ocasião, o banco norte-americano manteve a previsão base para 2025 de preços do barril em uma faixa entre US$ 60 e US$ 70.
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A SEB Research afirmou em nota que qualquer fechamento do estreito ou transbordamento para outros produtores regionais "aumentaria significativamente" os preços do petróleo, mas indicou que via esse cenário como um risco de cauda, e não como um cenário base, dada a dependência da China do petróleo bruto do Golfo.
A Eurasia, por sua vez, vê apenas 20% de chance de que o Irã responda ao ataque dos EUA com o fechamento do Estreito de Ormuz. Em relatório, a consultoria explica que os norte-americanos mantêm forte presença militar na região e uma ofensiva persa ameaçaria deflagrar uma resposta ainda mais significativa.
Petrobras (PETR4) pode se dar bem nessa
Desde que os ataques entre Israel e Irã começaram, a Petrobras (PETR4) se destacou na bolsa — não é muito difícil de imaginar que preços mais altos do petróleo são positivos para a estatal, já que implica no aumento das receitas.
Mas o analista da Empiricus Research, Ruy Hungria, chama atenção para um outro detalhe importante nesse movimento de preços: os dividendos.
“Essa alta do petróleo é mais do que uma simples valorização; ela afasta riscos um pouco mais sérios relacionados à geração de caixa e dividendos”, diz Hungria em sua última coluna publicada no Seu Dinheiro e que você pode conferir aqui.
Segundo ele, mesmo com todos os receios envolvendo tarifas, desaceleração dos EUA e da China e aumento de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o petróleo conseguiu se manter acima dos US$ 60 o barril, portanto, o conflito aumenta a convicção de que esse suporte será respeitado, e que petroleiras como Petrobras e Prio (PRIO3) continuarão gerando caixa e pagando dividendos interessantes.
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Israel x Irã: para as bolsas, a história é outra
Para as bolsas, a narrativa da escalada da guerra entre Israel e Irã é outra: a tendência é de que os investidores fujam dos ativos de risco e busquem abrigo em ativos considerados porto seguro como ouro e dólar. E o Ibovespa não deve escapar desse movimento.
Um sinal do que pode acontecer a partir desta segunda-feira (23) veio das criptomoedas, que despencaram neste domingo (22).
O bitcoin (BTC), por exemplo, perdeu a marca dos US$ 100 mil, enquanto o ethereum (ETH) acumulava queda de 15% no início da tarde de hoje.
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Mohamed El-Erian, um dos economistas mais renomados do mundo, comentou mais cedo sobre o que pode acontecer nas bolsas globais depois que os EUA realizaram um ataque histórico contra três instalações nucleares iranianas.
“Muito pode acontecer nas próximas 24 horas, assim como aconteceram nas últimas 24 horas. Se os mercados estivessem abertos agora, provavelmente veríamos um salto nos preços do petróleo, ações em queda e ouro em alta”, disse El-Erian em seu perfil no X.
De acordo com ele, a perspectiva para os yields (rendimentos) dos títulos de dívida do governo dos EUA é menos clara — uma mudança notável para observadores do mercado.
Vale lembrar que, desde que Donald Trump assumiu a Casa Branca e anunciou medidas controversas como as tarifas comerciais, o fim do excepcionalismo norte-americano passou a ser cogitado por muitos especialistas. Nessa onda, os Treasurys não têm sido mais um porto seguro para os investidores como já foi no passado.
O Jefferies acredita que o pior do conflito entre Israel e Irã já foi precificado pelo mercado e que parte das más notícias já foi incorporada aos preços das ações, especialmente das small caps. Além disso, avalia que o cenário para as cíclicas segue promissor, com destaque para os setores de energia e industrial.
"É difícil determinar o que vai acontecer nos próximos dias, semanas ou meses após o ataque ao Irã, mas algumas coisas são claras: a volatilidade deve subir, o que não é bom para as small caps", diz o estrategista Steven DeSanctis em relatório publicado neste domingo (22).
"Também devemos ver uma alta no petróleo, que historicamente pouco influencia as small caps, mas favorece nossa aposta nas cíclicas", acrescenta ele.
O Jefferies prevê a possibilidade de o preço do petróleo ficar entre US$ 90 e US$ 100 por barril por um período prolongado, o que aumenta o risco de desaceleração econômica nos EUA.
"Estamos prevendo um crescimento de lucro de 4%, abaixo da média histórica. Quando a economia dos EUA cresce menos de 2%, as small caps tendem a ter performance acima da média, superando as grandes empresas", afirma DeSanctis.
A razão para isso, segundo o ele, é a maior probabilidade de o Federal Reserve (Fed) cortar juros, um movimento que tradicionalmente favorece as ações de empresas menores. Na última quarta-feira (18), o banco central norte-americano manteve os juros inalterados na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Vale lembrar, no entanto, que preços mais elevados do petróleo alimentam a inflação e, consequentemente, favorece o aperto monetário.
O presidente do Fed, Jerome Powell, fala ao Congresso nesta semana em depoimentos semestrais e pode dar pistas de como o banco central dos EUA pode se posicionar em caso de novos desdobramentos no conflitos entre Israel e Irã.
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