JBS (JBSS3): Com lucro em expansão e novos dividendos bilionários, CEO ainda vê espaço para mais. É hora de comprar as ações?
Na visão de Gilberto Tomazoni, os resultados de 2024 confirmaram as perspectivas positivas para este ano e a proposta de dupla listagem das ações deve impulsionar a geração de valor aos acionistas
A JBS (JBSS3) surpreendeu o mercado na noite passada com a entrega de mais um balanço robusto no quarto trimestre de 2024 e o anúncio de novos dividendos bilionários aos acionistas.
Na visão do CEO global, Gilberto Tomazoni, os resultados de 2024 confirmaram as perspectivas positivas para este ano e a proposta de dupla listagem das ações no Brasil e nos Estados Unidos deve impulsionar a geração de valor.
“A proposta fortalecerá ainda mais a nossa governança, além de ter o potencial de atrair uma base mais ampla de investidores com alta capacidade financeira, o que deve gerar ainda mais valor para todos os acionistas”, disse, em teleconferência com analistas.
“Nós estamos muito satisfeitos com o que estamos entregando, que é valor, crescimento, investimentos em diferenciação que vai levar aumentos de margem. Estamos demonstrando nossa capacidade de entregar o que prometemos”, acrescentou o CEO.
- VEJA MAIS: Especialistas revelam os ativos mais promissores do mercado para investir ainda hoje; confira
Veja as principais linhas do resultado da JBS:
Do lado do resultado, a dona da Seara somou um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, uma disparada de 2820% na comparação com os R$ 207,9 milhões registrados no mesmo trimestre de 2023.
Em 2024, o lucro da companhia totalizou R$ 9,615 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,061 bilhão visto no ano anterior.
Leia Também
A última dança de Warren Buffett: 'Oráculo de Omaha' vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
- Receita líquida do 4T24: R$ 116,7 bilhões (+21,1% a/a);
- Receita líquida de 2024: R$ 416,9 bilhões (+14,6% a/a);
- Ebitda ajustado de 2024: R$ 39,039 bilhões (+127,7% a/a).
- Ebitda ajustado de 2024: R$ 39,039 bilhões (+127,7% a/a).
Junto ao balanço, a JBS também anunciou a descontinuação das projeções (guidance) de receita líquida e Ebitda (indicador usado para mensurar o potencial de geração de caixa de um negócio) ajustado.
Mesmo com o resultado acima das expectativas, as ações da JBS operam no vermelho nesta sessão.
Por volta das 15h15, os papéis caíam 3,85% e lideravam as quedas do Ibovespa, cotados a R$ 39,17. No acumulado de 12 meses, no entanto, o frigorífico marca valorização de quase 90% na B3.
Na avaliação de Hayson Silva, analista da Nova Futura Investimentos, os investidores ficaram preocupados com os riscos de flutuações cambiais e aumento dos custos de insumos, que podem pressionar as margens de lucro da JBS.
"As tensões comerciais internacionais e a incerteza no setor de carnes, dependente de exportações, junto com a volatilidade nos preços de produtos como o frango e os custos elevados no Brasil, geraram receio no mercado", disse o analista.
Já Victor Bueno, sócio e analista de ações da Nord Investimentos, avalia que as perdas de JBSS3 na B3 hoje são um movimento de realização de lucros, já que as ações se aproximaram das máximas históricas na bolsa.
Os destaques do balanço da JBS (JBSS3)
O BTG Pactual avalia que 2024 foi um ano estelar para a JBS (JBSS3), destacando a validação de uma "estratégia de longo prazo de crescimento e diversificação que claramente deu frutos", especialmente desde que a empresa equilibrou expansão com retorno aos acionistas e enxugamento do balanço.
Por sua vez, o Goldman Sachs considera que a JBS apresentou um dos conjuntos de resultados mais consistentes do segmento, o que poderá resultar em revisões de lucros nas próximas semanas.
"O Ebitda continua a se converter em sólidos fluxos de caixa livre, reduzindo a alavancagem para 2,2 vezes e fornecendo capacidade para propostas potenciais de dividendos adicionais", comentou o banco norte-americano, projetando uma geração consistente de Ebitda e fluxos de caixa livre nos próximos dois a três anos.
Os analistas também ressaltaram a robusta geração de fluxo de caixa livre no trimestre, que inclusive permitiu a proposta de uma nova distribuição bilionária de dividendos aos acionistas.
Dada a significativa posição de caixa e a baixa alavancagem, a administração propôs um pagamento adicional de R$ 4,4 bilhões em proventos.
A cifra equivale a R$ 2 por ação JBSS3, elevando o total de proventos para R$ 11 bilhões em apenas seis meses — um rendimento com dividendos (dividend yield) de dois dígitos.
O BB Investimentos destaca que o ponto alto do resultado foi o "ganho de rentabilidade operacional em quase todas as unidades de negócio na comparação anual".
Uma surpresa veio dos resultados da Pilgrim’s Pride (PPC), subsidiária da JBS nos EUA, que registrou um ano recorde.
Os analistas também enalteceram o desempenho da marca Seara e a margem de carne bovina nos EUA acima das expectativas.
"Essa expansão de margem é particularmente impressionante diante do cenário desafiador para a carne bovina nos EUA", avaliou o JP Morgan.
No Brasil, a divisão de carne bovina foi um grande sucesso em receita líquida, impulsionada por preços domésticos mais altos, forte demanda internacional e diversificação de portfólio.
Um ponto de preocupação foi o desempenho na Austrália, com queda sequencial de 3,2% das margens devido ao aumento de 47% nos custos com gado na comparação anual, representando um desafio significativo para a rentabilidade.
A XP Investimentos vê os resultados da JBS de forma positiva, o que deve sustentar a recente tendência de alta no preço das ações, embora as tarifas continuem sendo um ponto de preocupação.
No entanto, resultados mais fracos do que o esperado na Austrália e na JBS Brasil, refletindo preços mais altos do gado, podem levar a revisões negativas dos lucros para ambas.
Apesar dos fortes resultados, analistas observam que os números foram impactados por itens não recorrentes, como acordos antitruste e contabilizações intempestivas de litígios de R$ 1 bilhão.
O Itaú BBA destaca que as preocupações com os custos do milho e preços de exportação mais baixos aumentaram, mas o banco vê que, por enquanto, o ciclo global de frango permanece sólido.
- VEJA TAMBÉM: Mesmo com a Selic a 14,25% ao ano, esta carteira de 5 ações já rendeu 17,7% em 2025
A pergunta que fica é: é hora de comprar JBSS3?
O consenso no mercado é que a JBS (JBSS3) é uma boa adição para a carteira de ações em 2025, com todas as 11 recomendações compiladas pelo TradeMap sugerindo compra.
O BTG Pactual acredita que a JBS não repetirá os feitos de 2024, quando as ações JBSS3 escalaram 57% em meio a impressionantes revisões de lucros, mas deverá permanecer sólida em 2025.
Os analistas apontam que o valor patrimonial da JBS representa apenas metade do seu valor de empresa (EV), e que a escalada das ações desde o anúncio do acordo com o BNDES teve um incremento tímido ao múltiplo de valuation, que ainda marca apenas 5,5 vezes o EV/Ebitda, bem abaixo dos 8 vezes da rival Tyson Foods.
"O que está impulsionando as ações agora não é apenas o momentum dos lucros. É a perspectiva de uma listagem nos EUA, que poderia desencadear uma reavaliação significativa", disse o banco, que manteve a recomendação de compra para as ações JBSS3. "Em nossa visão, ainda há espaço para crescer."
O Itaú BBA também ressalta o significativo desconto da JBS em relação à PCC e Tyson, que deverá oferecer alguma proteção para o valuation da brasileira nos próximos meses.
O Goldman Sachs manteve a classificação de compra para as ações da JBS, centrando sua tese na abundante geração de fluxo de caixa livre da empresa.
Também com recomendação de compra, o BB Investimentos avalia que a estratégia de diversificação global da JBS permitirá que os resultados se mantenham resilientes ao longo de 2025.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
