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Camille Lima

Camille Lima

Repórter de empresas no Seu Dinheiro. Formada em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

APÓS DOIS ANOS DE ESPERA

JBS (JBSS3) de malas prontas para Nova York: Com BNDES ‘fora’ da jogada, frigorífico avança em planos de dupla listagem

A controladora J&F Investimentos e a BNDESPar firmaram acordo que elimina o principal risco para a aprovação da dupla listagem do frigorífico nos Estados Unidos

Camille Lima
Camille Lima
18 de março de 2025
9:46 - atualizado às 11:29
Montagem com um gráfico de ações ao fundo, em tons azuis e verdes, e o logo da JBS em fundo branco e letras azuis do lado superior esquerdo
Imagem: Canvas/ Montagem: Seu Dinheiro

Após mais de dois anos de espera, a JBS (JBSS3) agora está oficialmente de malas prontas para desembarcar em Wall Street. 

A dona da Seara informou nesta segunda-feira (17) que foi informada de que a J&F Investimentos, sua acionista controladora, e a BNDESPar firmaram acordo para a dupla listagem das ações da companhia no Brasil e nos Estados Unidos.

Com a dupla listagem, os papéis da empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista serão negociados tanto na B3 quanto na bolsa de valores de Nova York (NYSE).

Nos termos do acordo, a chegada das ações da JBS à terra do Tio Sam deverá acontecer até o fim de 2026.

“A proposta fortalecerá a governança da companhia e tem potencial de destravar o valor da ação e de atrair uma base mais ampla de investidores, com maior capacidade de investimento”, afirmou a companhia.

As ações da JBS (JBSS3) operam nas alturas nesta terça-feira (18), liderando os ganhos do Ibovespa nas primeiras horas da sessão. Por volta das 11h15, os papéis do frigorífico saltavam 14,11%, negociados a R$ 37,37.

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JBS (JBSS3) prepara dupla listagem nos EUA após dois de espera

A JBS (JBSS3) havia anunciado a migração da estrutura acionária para o exterior pela primeira vez em 2023. No entanto, somente neste ano a gigante de alimentos parece ter resolvido os entraves para tirar os planos do papel.

Analistas de mercado avaliam que a incerteza sobre como o BNDES poderia votar sobre a dupla listagem foi a principal razão por trás do atraso na operação, formalmente anunciada há um ano e meio. 

A própria controladora da JBS afirma que o contrato para a dupla listagem foi alcançado por conta de a BNDESPAR ser a maior acionista minoritária do frigorífico, detentora de 20,8% do capital social do frigorífico.

Essa posição “lhe garante representatividade diferenciada na governança da companhia”, afirmou a empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários.

O entrave com o BNDES 

Segundo o mercado, o acordo elimina o principal risco para a aprovação da dupla listagem da JBS nos Estados Unidos.

Isso porque, pelo contrato, a BNDESPar se absterá de votar na assembleia de acionistas que vai decidir sobre a operação de dupla listagem da JBS, para que os demais minoritários possam tomar a decisão final.

Em troca, a J&F se comprometeu com um mecanismo de compensação: se a dupla listagem for aprovada pelos acionistas e as ações da JBS não atingirem um certo preço até dezembro de 2026, o BNDES receberá até R$ 500 milhões como compensação.

Considerando o preço de fechamento anterior, o BNDES possui uma participação estimada em R$ 15,3 bilhões na JBS. Isso significa que o acordo de R$ 500 milhões efetivamente garante um retorno mínimo de 3% para a BNDESPar em troca da abstenção do voto. 

Segundo o JP Morgan, o acordo entre a J&F e o BNDES permite à JBS “superar o principal obstáculo para a tão aguardada listagem nos EUA”, garantindo que o banco público não votará contra a operação, especialmente após bloquear a última tentativa da empresa, em 2016. 

“Acreditamos que a empresa não deverá ter grandes problemas para aprovar a listagem, com o BNDES fora da votação”, avaliaram os analistas. 

Para o banco norte-americano, o mecanismo deve garantir que a listagem seja rentável para o BNDES — que já obteve retornos substanciais com os investimentos na JBS — e também para a dona da Seara, já que o montante deve ser pago pela J&F, e não pela própria JBS.

O que esperar da dupla listagem da JBS (JBSS3)?

Para o BTG Pactual, o acordo da J&F com o BNDES sinaliza uma confiança crescente de que a tão esperada listagem da JBS nos Estados Unidos está finalmente se aproximando da linha de chegada — e trata-se de um evento importante de redução de riscos para a operação.

“Isso é crítico, porque a J&F não pode votar em uma decisão de deslistagem, tornando o BNDES o voto decisivo, com sua participação representando 41% do total de ações da JBS em circulação”, destacou o banco. 

Os analistas avaliam que deixar a decisão inteiramente na mão dos minoritários aumenta significativamente a probabilidade de aprovação da transação. 

O mercado enxerga que a listagem nos EUA poderia ajudar a impulsionar o valuation da JBS, além de potencialmente reduzir alguns dos riscos de governança corporativa associados ao Brasil e ampliar sua base de investidores.

Apesar de ser uma empresa maior e mais diversificada, a JBS (JBSS3) há muito negocia com desconto em relação a seus pares globais, especialmente a Tyson Foods.

Na visão do JP Morgan, a potencial listagem dupla poderá aumentar significativamente o valuation da brasileira, equiparando-a à Tyson Foods, que negocia com um múltiplo de 15 vezes o preço/lucro estimado para 2026, contra apenas 8 vezes da JBS, segundo o consenso Bloomberg

Por outro lado, o BTG afirma que, ainda que a JBS possa experimentar alguma expansão de múltiplos após a listagem, uma reavaliação mais significativa e duradoura demandaria o crescimento da presença da empresa em alimentos preparados. 

Analistas também apostam que a listagem dupla também pode aumentar a probabilidade de inclusão da JBS nos principais índices de ações dos EUA, impulsionando ainda mais sua presença de mercado. 

“Vemos isso como uma notícia positiva chave para a empresa, pois garante a remoção de um grande entrave ao nome. Embora as ações parecessem saturadas entre os investidores, acreditamos que ainda há espaço para um aumento nas posições táticas e esperamos que essa notícia traga mais fluxos estrangeiros também”, disse o JP Morgan.

No entanto, há ainda incertezas no radar, como qual seria o nível esperado de valorização das ações da JBS (JBSS3) acordado entre a J&F e a BNDESPar.

O mercado também questiona-se sobre o que aconteceria caso, por algum motivo, a listagem dupla não ocorra até 26 de dezembro.

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