Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
Os sucessivos recordes do Ibovespa parece que ficaram no passado — pelo menos por enquanto. Minutos após a abertura das negociações nesta terça-feira (9), o principal índice da bolsa brasileira perdeu mais de 2 mil pontos com o cenário político no centro das atenções.
Por volta de 10h30 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava quase 2%, aos 155.187,81 pontos, na mínima intradia. Neste horário, apenas quatro ações das 82 que compõem a carteira teórica do índice operavam em alta. Perto do 12h, o Ibovespa reduzia um pouco das perdas, recuando 1,15%, aos 156.419,04 pontos, e oito ações operavam no azul.
Na contramão, o dólar à vista voltava a ganhar força. A moeda norte-americana, considerada um ativo de proteção em tempos de incerteza, subia 0,84%, cotada a R$ 5,4662. Na máxima do dia, chegou a encostar em R$ 5,50 (R$ 5,4958).
Segundo Nicolas Merola, analista da EQI Research, o movimento do mercado hoje não difere muito do que aconteceu na sexta-feira, quando o Ibovespa perdeu 8 mil pontos com a indicação de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à presidência.
"Isso começou na sexta e vai até as eleições do ano que vem. O cenário eleitoral começou a fazer mais preço no mercado local, coisa que a gente não viu acontecer ao longo do ano de 2025 até esse evento. Pelo contrário, muitas vezes tivemos eventos políticos impactantes que foram, por muitas vezes, ignorados justamente porque tínhamos outros fatores mais relevantes para a precificação dos ativos, dentre eles, fluxo de investidores estrangeiros e diversificação dos investidores globais", afirmou.
"Houve um movimento muito forte no mercado de juros e esses movimentos tendem a impactar o mercado de ações, então esse é o principal fator para a queda da bolsa hoje", disse Merola, acrescentando que os setores mais sensíveis aos juros estão caindo mais hoje, como os ligados ao consumo.
Leia Também
Na segunda-feira (8), em entrevista à Folha de S. Paulo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a sua candidatura à presidência é “irreversível”. A declaração foi reafirmada na manhã desta terça-feira (9).
As novas declarações contrastam com a sinalização de que ele poderia desistir da pré-candidatura ao Planalto em troca de apoio político à anistia dos envolvidos nos atos de janeiro de 2023, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Também ontem, o líder do PL no Senado, Rogério Marinho (RN), disse que a candidatura de Flávio “é para valer”, e que o PP e o União Brasil terão tempo para “maturar” a candidatura e decidir sobre um eventual apoio ao filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição do ano que vem.
Além disso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) — cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, até a semana passada — reafirmou sua “lealdade” ao ex-presidente e disse que apoiará Flávio na corrida ao Planalto.
“Eu sempre disse que eu ia ser leal ao Bolsonaro, que eu sou grato ao Bolsonaro e eu tenho essa lealdade, é inegociável”, disse Tarcísio a jornalistas em Diadema, acrescentando que esteve com o agora pré-candidato na sexta-feira.
Na avaliação do mercado, a escolha de Flávio cria uma divisão de forças na direita e “implode’ possíveis alianças entre partidos de direita e de centro nas próximas eleições. Logo, a maior preocupação dos investidores e analistas, por agora, é uma possível reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na pesquisa eleitoral mais recente, o petista venceria tanto Flávio quanto Tarcísio de Freitas em um eventual segundo turno.
Segundo o Datafolha divulgado no último sábado (6), Lula tem 51% das intenções de voto contra 36% de Flávio — vantagem de 15 pontos — e supera Tarcísio por 47% a 42% — diferença de 5 pontos.
O levantamento foi realizado entre 2 e 4 de dezembro, antes do anúncio da pré-candidatura de Flávio, e contou com a participação de 2.002 pessoas, em entrevistas presenciais em 147 municípios do País. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%.
Flávio e os mercados
Nesta terça, Flávio também afirmou que já começou a conversar com agentes do mercado financeiro para convencê-los de que sua candidatura é viável. O senador falou com jornalistas na porta da superintendência da Polícia Federal, onde seu pai cumpre pena por tentativa de golpe de Estado.
“Há a preocupação de mais quatro anos de Lula e eles estão cobertos de razão. Não tem possibilidade de o Brasil ficar vivo com mais um governo desse, desgastado, analógico, um governo que persegue oposição e só pensa em aumentar impostos”, disse Flávio.
Na área econômica, ele assegurou que dará continuidade ao que foi feito pelo ex-ministro Paulo Guedes.
Flávio ainda disse que seu pai mostrou-se animado com a repercussão de sua candidatura, após, na sexta, apontar o filho como o escolhido para concorrer — o que levou a uma forte reação negativa nos mercados financeiros.
Na data, o Ibovespa perdeu mais de 8 mil pontos, registrando a maior queda diária desde fevereiro de 2021. O dólar à vista disparou mais de 2% e fechou na casa de R$ 5,43.
Super Quarta em segundo plano
Amanhã (10), os Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos divulgam a última decisão de política monetária de 2025.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a Selic em 15% ao ano. O mercado, porém, espera alguma indicação de início do ciclo de afrouxamento monetário no primeiro trimestre do próximo ano, após dados mais fracos da economia na semana passada.
Na última atualização, com data de referência de última segunda-feira (8), o contrato de Opções de Copom da B3 apontava a chance de 55,9% de o Banco Central (BC) cortar os juros em janeiro — sendo a aposta majoritária em um corte de 0,25 ponto percentual (34,4%).
Já para março, a probabilidade é de 79% de o BC reduzir a Selic. O corte de 0,50 ponto percentual detém a aposta majoritária, com 42,1%.
Nos Estados Unidos, os investidores esperam um novo corte de 0,25 ponto percentual, sendo a terceira redução seguida. A expectativa também é de dissidência entre os diretores sobre a política monetária, assim como nas decisões anteriores.
Nesta manhã, a ferramenta FedWatch, do CME Group, mostra 89,4% de chance de o BC norte-americano reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. Ontem (8), a aposta era de 86,2%. Já a probabilidade de manutenção dos juros caiu de 13,8% para 10,6% hoje.
*Com informações do Money Times
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
Vai ter chuva de dividendos neste fim de ano? O que esperar das vacas leiteiras da bolsa diante da tributação dos proventos em 2026
Como o novo imposto deve impactar a distribuição de dividendos pelas empresas? O analista da Empiricus, Ruy Hungria, responde no episódio desta semana do Touros e Ursos
Previsão de chuva de proventos: ação favorita para dezembro tem dividendos extraordinários no radar; confira o ranking completo
Na avaliação do Santander, que indicou o papel, a companhia será beneficiada pelas necessidades de capacidade energética do país
Por que o BTG acha que RD Saúde (RADL3) é uma das maiores histórias de sucesso do varejo brasileiro em 20 anos — e o que esperar para 2026
Para os analistas, a RADL3 é o “compounder perfeito”; entenda como expansão, tecnologia e medicamentos GLP-1 devem fortalecer a empresa nos próximos anos
A virada dos fundos de ações e multimercados vem aí: Fitch projeta retomada do apetite por renda variável no próximo ano
Após anos de volatilidade e resgates, a agência de risco projeta retomada gradual, impulsionada por juros mais favorável e ajustes regulatórios
As 10 melhores small caps para investir ainda em 2025, segundo o BTG
Enquanto o Ibovespa disparou 32% no ano até novembro, o índice Small Caps (SMLL) saltou 35,5% no mesmo período
XP vê bolsa ir mais longe em 2026 e projeta Ibovespa aos 185 mil pontos — e cinco ações são escolhidas para navegar essa onda
Em meio à expectativa de queda da Selic e revisão de múltiplos das empresas, a corretora espera aumento do fluxo de investidores estrangeiros e locais
A fome do TRXF11 ataca novamente: FII abocanha dois shoppings em BH por mais de R$ 257 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo a gestora TRX, os imóveis estão localizados em polos consolidados da capital mineira, além de reunirem características fundamentais para o portfólio do FII
Veja para onde vai a mordida do Leão, qual a perspectiva da Kinea para 2026 e o que mais move o mercado hoje
Profissionais liberais e empresários de pequenas e médias empresas que ganham dividendos podem pagar mais IR a partir do ano que vem; confira análise completa do mercado hoje
O “ano de Troia” dos mercados: por que 2026 pode redefinir investimentos no Brasil e nos EUA
De cortes de juros a risco fiscal, passando pela eleição brasileira: Kinea Investimentos revela os fatores que podem transformar o mercado no ano que vem
Ibovespa dispara 6% em novembro e se encaminha para fechar o ano com retorno 10% maior do que a melhor renda fixa
Novos recordes de preço foram registrados no mês, com as ações brasileiras na mira dos investidores estrangeiros