Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações

Com ações sob pressão alta na bolsa brasileira, a RD Saúde (RADL3) vivencia um mal estar generalizado nesta quarta-feira (7) após a divulgação de um conjunto fraco de resultados no primeiro trimestre de 2025, com menor lucratividade e queima de caixa.
O lucro líquido da dona das redes DrogaRaia e Drogasil encolheu 17% entre janeiro e março em relação ao ano anterior, para R$ 177,1 milhões.
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Além disso, a rede de farmácias teve um fluxo de caixa livre negativo de R$ 123,8 milhões e um consumo total de R$ 162,6 milhões no 1T25.
Veja outros destaques da RD Saúde no 1T25:
- Receita bruta: R$ 10,8 bilhões (+10,8% a/a);
- Ebitda ajustado: R$ 644 milhões (-5,2% a/a);
- Participação de mercado: 16,6% de participação nacional (+0,4 ponto percentual a/a), com ganhos em todas as regiões;
- Farmácias: 3.301 unidades em operação, com 75 aberturas e 4 encerramentos.
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações da empresa neste pregão.
Os papéis RADL3 encerraram a sessão em queda de 14,76%, cotados a R$ 16,58. Desde o início do ano, a queda acumulada chega a 23%.
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Os indicadores da RD Saúde que frustraram o mercado no 1T25
Para o Goldman Sachs, um dos pontos negativos do resultado da RD Saúde foi o Ebitda ajustado — indicador usado para medir a geração de caixa operacional —, que ficou muito abaixo do esperado, impactado pela pressão sobre a margem bruta e pelo aumento das despesas de vendas.
Outro fator negativo foi o desempenho das vendas mesmas lojas (SSS), que desaceleraram drasticamente no período.
As vendas sofreram com uma combinação de efeitos sazonais (já que 2024 foi ano bissexto), menor número de casos de dengue e desempenho abaixo do esperado nas categorias de higiene, perfumaria e cosméticos.
Para a XP Investimentos, o desempenho mais fraco deve gerar preocupações entre os investidores, especialmente com a expectativa de um ciclo de reajustes mais moderados nos preços de medicamentos (CMED) a partir do próximo trimestre.
O Itaú BBA também avalia o balanço da RD Saúde como negativo, com lucro bem abaixo das expectativas, em razão do crescimento lento das vendas e das pressões de margem mais intensas do que o previsto.
O banco observa que as despesas gerais e administrativas, que representaram 2,8% da receita trimestral, foram o único ponto positivo do resultado, já que a empresa implementou uma série de medidas para otimizar custos.
No entanto, a performance positiva não foi suficiente para compensar todos os desafios à rentabilidade.
“No geral, foi um trimestre difícil, do início ao fim, e esperamos novas revisões de lucros para baixo”, escreveram os analistas Rodrigo Gastim, Vinicius Pretto, Victor Rogatis e Kelvin Dechen, que assinam o relatório.
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Para o banco, o crescimento mais modesto dos lucros deve frustrar as estimativas de curto prazo. Aumentos na concorrência, tanto no mercado online quanto no varejo físico, continuam sendo a principal preocupação dos analistas para as revisões de lucros futuras.
“Acreditamos que a RD continuará a ganhar participação marginal no mercado, mas o ritmo, a magnitude e a margem bruta subjacente podem frustrar as estimativas de crescimento mais rápido”, observaram os analistas.
O BTG Pactual também vê o primeiro trimestre como um “ponto baixo” para a RD Saúde, com números operacionais abaixo das expectativas, pressionados por vendas abaixo do esperado e uma surpresa negativa na margem bruta.
No entanto, isso não significa que a empresa tenha perdido seu brilho para os analistas do banco.
O que fazer com as ações RADL3 agora
Os analistas do BTG destacam que a RD Saúde ainda tem grande potencial no setor de varejo. Porém, não há pressa para comprar as ações RADL3 no curto prazo.
“Após resultados mais fracos do que o esperado no trimestre, e apesar de a RD ser uma das ações de nossa cobertura com performances mais fracas, não vemos pressa em comprar as ações, dado seu espaço limitado para alavancagem operacional no curto prazo”, disseram os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.
Apesar de preverem que as ações continuarão sob pressão no curto prazo, dado o valuation mais exigente e a falta de impulso operacional, os analistas seguem com recomendação de compra para os papéis.
O banco ressalta que a empresa tomou uma série de iniciativas para mitigar o impacto de uma menor inflação nos preços dos medicamentos em 2025, o que pode melhorar gradualmente a rentabilidade nos próximos trimestres, enquanto os ganhos de participação de mercado reforçam sua resiliência no setor de varejo farmacêutico.
“A execução superior (produtividade de loja muito maior do que a dos pares), o plano de crescimento ainda sólido (guidance de abertura de 330 a 350 lojas em 2025) e os planos de investimentos para a plataforma digital (e omnichannel) reforçam a visão estrutural positiva sobre as ações.”
Por sua vez, o Itaú BBA tem recomendação neutra para as ações RADL3, com preço-alvo de R$ 19,00 para o fim de 2025, uma leve desvalorização potencial de 2,3%.
Enquanto isso, apesar do balanço fraco no 1T24, o Goldman Sachs manteve recomendação de compra para as ações da RD Saúde.
Os analistas fixaram um preço-alvo de R$ 25,00 para os próximos 12 meses, o que implica uma valorização potencial de 28,5% em relação ao fechamento anterior.
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