Milei bebeu do próprio veneno: Argentina corta tarifa que o próprio governo aumentou na tentativa de brecar os preços
O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou nesta quarta-feira (28) que a alíquota foi reduzida de 17,5% para 7,5%
Dizem que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose — e o presidente da Argentina, Javier Milei, é a prova de que o ditado popular tem sentido.
Quando assumiu o governo, em 10 de dezembro, Milei aumentou o imposto de importação — a ideia era elevar a receita federal e reduzir o déficit fiscal. Só que a tarifa mais elevada acabou também aumentando os preços das importações na Argentina.
Por isso, o governo argentino foi obrigado a dosar melhor o remédio para colocar a economia nos eixos e o ministro da Economia do país, Luis Caputo, teve que ir a público anunciar a redução da tarifa de importação de mercadorias e frete.
A alíquota do chamado Imposto para uma Argentina Inclusiva e Solidária (PAIS, em espanhol) foi reduzida de 17,5% para 7,5%.
A medida, divulgada na plataforma X, se tornará efetiva a partir do dia 2 de setembro.
“Importante! A partir de segunda-feira, 2 de setembro, a alíquota do Imposto Pais para importação de mercadorias e frete será reduzida de 17,5% para 7,5%. Prometemos e cumprimos!”, escreveu Caputo no X.
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Um pequeno passo para a Argentina…
A inflação na Argentina em 12 meses passa dos 200% embora já tenha desacelerado desde que Milei tomou posse.
Por isso, o corte do PAIS é um pequeno passo nos esforços do governo para normalizar a economia.
Até julho, o governo tinha arrecadado 4,3 trilhões de pesos (US$ 4,5 bilhões) em receitas provenientes da tarifa, o que representa cerca de 6% do total das receitas fiscais, segundo dados do governo. O imposto incide sobre uma série de transações que vão além da importação.
Mesmo assim, Milei e Argentina ainda têm um longo caminho a percorrer. Por exemplo, o imposto PAIS é aplicado em um nível diferente quando os argentinos trocam pesos por dólares nos bancos.
Essa taxa não mudará por enquanto, nem o limite de US$ 200 por mês que os argentinos podem alterar desde que Milei mantenha o controle cambial.
*Com informações da Bloomberg
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