Botão vermelho ao alcance do dedo: Rússia está pronta para a guerra nuclear — por que Putin disse isso agora?
O chefe do Kremlin traças as linhas que precisam ser cruzadas para que ele coloque um dos maiores arsenais do mundo em campo — também chama atenção o momento no qual ele deu essa demonstração de força

A Rússia tem o maior estoque mundial de ogivas nucleares. O presidente Vladimir Putin controla cerca de 5.580 delas, segundo a Federação de Cientistas Americanos (FAS, na sigla em inglês) — desse total, 1.710 são estratégicas e já estão implantadas. Nesta quarta-feira (13), o chefe do Kremlin disse que está pronto para colocar todo esse arsenal para jogo e escalar a guerra.
“Do ponto de vista técnico-militar, estamos prontos [para uma guerra nuclear”, disse Putin.
A declaração não foi dada à toa. O presidente russo foi questionado sobre se tinha recursos para uma guerra nuclear, por isso, ele fez questão de reforçar que a Rússia não se precipitará em apertar o botão primeiro.
No entanto, chama atenção o fato da declaração ser dada poucos dias antes das eleições de 15 e 17 de março. Não há dúvidas — e nem adversários — de que Putin vai confirmar mais seis anos no Kremlin.
De qualquer forma, a indicação de que a Rússia está pronta para uma guerra nuclear é uma demonstração pública e clara de força dentro e fora do país.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
O que precisa para Putin apertar o botão da guerra nuclear
Desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Kiev tem recebido apoio da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e de aliados. Já a Rússia foi sendo isolada pelas sanções do Ocidente — e, por se sentir acuado, Putin já alertou diversas vezes sobre o risco de uma guerra nuclear.
Leia Também
Embora o chefe do Kremlin tenha o botão vermelho ao alcance das mãos, ele não vai apertar sem que antes algumas linhas sejam cruzadas pelos inimigos.
Putin disse hoje que entre as circunstâncias para dar início a uma guerra nuclear é preciso acontecer suas coisas:
- A Rússia ser atacada primeiro com armas nucleares ou armas de destruição em massa;
- A existência da Rússia ser ameaçada com o uso de armas convencionais.
- Leia também: Putin ‘FDP’, Biden ‘caubói’ e uma guerra nas estrelas: o que sabemos sobre a mais nova treta entre EUA e Rússia
O arsenal russo em números
As armas nucleares que a Rússia tem hoje foram herdadas da União Soviética. Das 5.580 ogivas que Putin controla hoje, 1.200 estão “aposentadas” — mas, em grande parte, intactas.
As 4.380 restantes estão armazenadas para uso em lançadores estratégicos de longo alcance e forças nucleares táticas de curto alcance, segundo a FAS.
Do total armazenado, 1.710 são ogivas estratégicas já implantadas: 870 mísseis balísticos terrestres, 640 mísseis balísticos lançados por submarinos e 200 em bases de bombardeiros pesados, ainda de acordo com dados da FAS.
- LEIA MAIS: Investimento em BDRs permite buscar lucros dolarizados com ações gringas, sem sair da bolsa brasileira – veja os 10 melhores papéis para comprar agora
“Drogas psicotrópicas”: Putin quer guerra ou paz?
O homem que ordenou a invasão da Ucrânia há dois anos já disse que está pronto para encerrar as hostilidades em direção à paz.
“A Rússia está pronta para negociações sobre a Ucrânia”, disse Putin, frisando que as conversas “devem se basear na realidade e não em desejos depois do uso de drogas psicotrópicas”.
O presidente russo disse que Moscou não ficará satisfeita com uma pausa para que o inimigo possa se reabastecer com armamento.
“Agora, negociar só porque eles estão ficando sem munição é um tanto ridículo”, afirmou Putin.
*Com informações da Reuters e da BBC
Depois de Vladimir Putin, Xi Jinping: Lula desafia Trump e vai à China em meio a guerra comercial
O petista encerrou na manhã de sábado (10) a viagem para a Rússia e partiu para Pequim, onde começa a agenda na segunda-feira (12)
Dedo na cara: a nova crítica de Lula a Trump após viagem à Rússia e encontro com Putin
O presidente brasileiro deixou Moscou neste sábado (10) rumo a outro destino que deve desagravar bastante o republicano: a China
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Putin não aguentou a pressão? Rússia diz que pode negociar a paz direto com a Ucrânia — mas mantém condições
Presidente russo sinaliza na direção do fim do conflito, mas não retira condições para o fim da guerra no leste da Europa
Não teve easter egg, mas tem prazo: Trump espera acordo entre Rússia e Ucrânia nesta semana
Presidente norte-americano não forneceu detalhes, mas disse que os dois lados envolvidos na guerra no leste da Europa devem anunciar avanços em breve
Mirou no que viu e acertou no que não viu: como as tarifas de Trump aceleram o plano do Putin de uma nova ordem mundial
A Rússia não está na lista de países que foram alvo das tarifas recíprocas de governo norte-americano e, embora não passe ilesa pela efeitos da guerra comercial, pode se dar bem com ela
Felipe Miranda: A arte da negociação — ou da guerra?
Podemos decidir como as operações militares começam, mas nunca será possível antecipar como elas terminam. Vale para a questão militar estrito senso, mas também se aplica à guerra tarifária
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Trump mira na paz e acerta no ódio: o dia que Zelensky disse que Putin ia morrer
Em entrevista à uma emissora francesa, o presidente da Ucrânia fala algumas vezes na morte de Vladimir Putin — coragem ou desespero?
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
O que é bom dura pouco: Putin responde Trump com um novo ataque
Um dia depois de conversar com o presidente norte-americano sobre um cessar-fogo na Ucrânia, Rússia usa drones e atinge áreas civis e um hospital
De volta à Terra: Ibovespa tenta manter boa sequência na Super Quarta dos bancos centrais
Em momentos diferentes, Copom e Fed decidem hoje os rumos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos
O canto da sereia (de Trump) é irresistível até para Putin
O russo conversou com o republicano por telefone e deu o primeiro passo na direção de um cessar-fogo na Ucrânia, mas fez um alerta
Não é um pássaro (nem um avião): Ibovespa tenta manter bom momento enquanto investidores se preparam para a Super Quarta
Investidores tentam antecipar os próximos passos dos bancos centrais enquanto Lula assina projeto sobre isenção de imposto de renda
Amigos & rivais: a ligação de Trump para Putin e a visita de Xi Jinping a Washington
Se a vida imita a arte, o republicano é a prova disso: está tentando manter os amigos perto e os inimigos ainda mais próximos
As múltiplas frentes de batalha de Donald Trump
Disputas comerciais, batalha contra os serviços públicos, participação indireta em conflitos no Oriente Médio e tentativa de paz pela força na Ucrânia fazem parte das várias guerras nas quais o republicano se meteu
A terceira grande guerra bate à porta: Trump vai abrir?
Presidente norte-americano discursa no Departamento de Justiça dos EUA e fala que uma guerra global agora não teria precedentes porque seria patrocinada por armas nucleares
Trump golpeia, Otan se esquiva — mas até quando?
Mark Rutte, chefe da aliança transatlântica, esteve na Casa Branca nesta quinta-feira (13) para tentar convencer os EUA a se manterem na linha de frente da luta pela Europa
Tony Volpon: As três surpresas de Donald Trump
Quem estudou seu primeiro governo ou analisou seu discurso de campanha não foi muito eficiente em prever o que ele faria no cargo, em pelo menos três dimensões relevantes