Festa na bolsa? O que explica o recorde intradiário do S&P 500 e o dólar abaixo de R$ 4,90 após o forte dado de emprego dos EUA
O índice mais amplo da bolsa de Nova York atingiu o maior nível desde março de 2022 mesmo depois que o relatório mostrou uma abertura de vagas robusta e aumento dos salários, o que significa mais inflação à frente — entenda por que os mercados reagiram assim
O dado de emprego dos EUA de dezembro, mais uma vez, estava sendo muito aguardado — e a reação da bolsa também. Os números divulgados nesta sexta-feira (5) vieram fortes: a economia norte-americana criou 216 mil vagas, bem acima do projetado, e a taxa de desemprego se manteve em 3,7%.
Olhando só para esses dados do famoso payroll, tudo indicava que as bolsas de Nova York abririam em baixa, com a possibilidade de um aperto monetário ainda vivo sobre a mesma. Mas não foi o que aconteceu.
Wall Street até abriu próximo da estabilidade, mas não demorou muito para que o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq se firmassem em campo positivo. Agora, o Dow é o que mais oscila entre perdas e ganhos.
Por aqui, a reação foi parecida: o Ibovespa caiu na hora da divulgação do dado e renovou a mínima aos 130.578 pontos, enquanto o dólar foi à máxima de R$ 4,9391.
Mas essa reação não durou muito e o principal índice de ações da bolsa brasileira já voltou a subir, enquanto o dólar está abaixo de R$ 4,90. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.
Começando pelos salários
Um dado forte de emprego não é ruim, já que mostra a força da economia na geração de vagas — e mais: de renda.
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Só que no contexto atual da economia norte-americana, um mercado de trabalho robusto pode problema e tanto — pelo menos para o banco central.
Para entender melhor essa lógica, precisamos dar uma olhada nos dados sobre salários.
O payroll mostrou que as pressões inflacionárias, apesar de terem diminuído em alguns setores, ainda prevalecem no mercado de trabalho norte-americano.
Em dezembro, o ganho médio por hora aumentou 0,4% no mês e 4,1% em relação ao ano anterior — ambos acima das respectivas estimativas de 0,3% e 3,9%.
Um salário mais alto pode se traduzir em aceleração da inflação e a aceleração da inflação pode trazer de volta o aperto monetário nos EUA.
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Então por que as bolsas renovaram recorde nos EUA?
Assim que os dados de emprego dos EUA saíram, os investidores passaram a ver chances menores de um corte de juros na reunião de março do Federal Reserve (Fed), para cerca de 56%, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
No encontro de dezembro do Fed, as projeções dos membros do comitê de política monetária indicavam três cortes da taxa e o mercado passou a apostar com mais firmeza de que o primeiro deles viria em março deste ano.
O payroll esfriou parte dessa expectativa. Então por que as bolsas sobem? A resposta está nos relatórios de emprego anteriores a dezembro.
Ainda que o payroll tenha vindo acima do esperado para criação de vagas e salários, o documento de hoje reviu em baixa as aberturas de vagas dos meses anteriores — dessa forma:
- Outubro de 2023: de 150 mil vagas abertas para 105 mil
- Novembro de 2023: de 199 mil vagas abertas para 173 mil
Com essas revisões, a criação de postos de trabalho em outubro e novembro combinados é 71 mil abaixo do relatado anteriormente.
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Os especialistas explicam a bolsa e os juros
Andrew Hencic, economista sênior da TD Economics, diz que os números do mercado de trabalho dos EUA foram uma surpresa pelo fato de a criação de vagas em dezembro superar as projeções para o mês, mas ele explica a euforia das bolsas com o payroll neste momento.
“A surpresa ascendente de dezembro deve pesar contra as 71 mil revisões descendentes dos dois meses anteriores, mas a tendência ainda é amiga do Fed, uma vez que o ritmo de contratações continua a abrandar, especialmente no setor privado”, diz.
Para Hencic, o quadro geral é de uma política monetária restritiva que continua a funcionar através da economia e de uma procura de trabalho reduzida.
Já para Francisco Nobre, estrategista global macro da XP Investimentos, diz que os dados são consistentes com o apelo de que o ciclo de flexibilização começará em maio e que o Fed reduzirá os juros um total de 150 pontos base ao longo de 2024.
“Embora as pressões sobre os preços pareçam estar diminuindo consideravelmente, a atividade econômica permanece robusta, o que significa que o Fed pode se permitir ser mais paciente”, diz Nobre.
Já William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, diz que os dados de emprego de dezembro reforçaram a visão de que a economia norte-americana segue resiliente e, com isso, abre-se espaço para correções do movimento observado nos últimos 60 dias, ou seja, da queda dos yields (rendimento) dos títulos de dívida norte-americanos.
“Tal dado reforça a visão de que as apostas mais agressivas em cortes de juros logo no início do ano (reuniões de janeiro e março) podem não fazer sentido em um cenário no qual os salários crescem acima da inflação e a criação de postos de trabalho segue robusta”, afirma Alves.
O Goldman Sachs cita, além das revisões em baixa dos meses anteriores, a queda da participação da força de trabalho, a baixa no agregado familiar e o aumento da taxa de subemprego em dezembro.
"Continuamos a esperar três cortes consecutivos de 25 pontos base de juros em março, maio e junho, devido à inflação menor, seguidos de cortes trimestrais para uma taxa terminal de 3,25-3,5%", diz o Goldman em nota.
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