Nubank deixa PicPay e Inter comendo poeira e se torna o banco digital “queridinho” da América Latina — mas saturação está próxima, segundo o BofA
Na visão do BofA as perspectivas para o setor de “neobancos” são mornas, e a indústria deve passar por uma estagnação
Há quem diga que modas são passageiras, mas, no caso dos “bancos que não existem”, como o Nubank e o PicPay, a popularidade veio para ficar. Acontece que o sucesso do mercado de bancos digitais foi tamanho que o setor está próximo de atingir a saturação — e quem diz isso é o Bank of America.
Desde 2012, os aplicativos das fintechs conquistaram 1 bilhão de downloads na América Latina. Só nos últimos cinco anos, o número de usuários ativos cresceu três vezes, para cerca de 180 milhões — equivalente a quase 80% da população —, segundo o relatório do BofA.
A indústria de “neobanks” também se consolidou ao longo dos últimos anos, com os 5 principais players representando 70% da base de usuários.
Para ter uma dimensão, só o Nubank é responsável por aproximadamente um terço de todos os usuários ativos, com um total de 58 milhões.
Na visão do BofA, porém, as perspectivas daqui para frente são mornas: a indústria deve passar por uma estagnação — e, se analisarmos o desempenho passado, apenas um banco digital parece dar sinais de ser o vencedor no futuro.
“A indústria começa a dar sinais de saturação, com os downloads em desaceleração e a base de utilizadores se mantendo relativamente estável ao longo dos últimos dois anos.”
Leia Também
- Leia também: Santander (SANB11) reage e “empata” com a XP em captação de recursos de investidores em 2023
A briga dos bancos digitais por usuários
Nos últimos anos, o setor de fintechs enfrentou três principais desafios, segundo o Bank of America. O primeiro deles foi o efeito das mudanças regulatórias, que passaram a exigir maior capital e impactar negativamente as receitas dos bancos digitais.
O aumento das taxas ainda pressionou os custos de financiamento das instituições, enquanto a concorrência mais forte resultou na consolidação de players maiores.
Com isso, desde 2021, o número de downloads de aplicativos de bancos digitais mostrou uma queda constante, saindo de um pico de cerca de 250 milhões há três anos para cerca de 160 milhões em 2023.
As corretoras também foram afetadas pelas taxas mais altas nos últimos anos. A base de usuários ativos de corretoras digitais atingiu um pico de 6,3 milhões em 2021 e caiu para 5,7 milhões em 2023.
Para o BofA, o número também foi impactado pela fraqueza em aplicativos focados em negociação, como a Clear.
Marcas como XP e BTG, que possuem uma oferta de produtos mais ampla, “foram mais resilientes”, segundo os analistas. “Os downloads estão 50% abaixo do pico de 2021, mas apresentaram sinais de melhoria em 2023.”
Mas uma fintech foi na contramão desse movimento e parece ter fundamentos para seguir como campeão do mercado de bancos digitais: o Nubank.
- ONDE INVESTIR EM FEVEREIRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS, BDRS E CRIPTOMOEDAS - MELHORES INVESTIMENTOS
Nubank é o queridinho entre os bancos digitais?
Enquanto a maioria das fintechs passou por uma redução na base de clientes ativos — com uma queda de 12 milhões só no ano passado —, o Nubank tem adicionado cerca de 10 milhões de usuários ativos mensais todos os anos desde 2019.
“O crescimento do Nu é apoiado pelo fato de que ele tem liderado em número de downloads nos últimos 3 anos”, destacam os analistas.
O banco do cartão roxo ainda conta com a maior base de usuários ativos entre todos os neobancos e mantém vantagem de quase 2,5 vezes em relação ao segundo colocado na lista de maiores players do mercado de fintechs — o PicPay, com 23,7 milhões de usuários.
Veja a base de usuários mensais dos cinco maiores bancos digitais:
| Banco digital | Usuários Ativos | Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | % Variação Anual | % Variação Outubro-Dezembro |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Nubank | 55.918 | 58.183 | 58.170 | 58.379 | 22% | 21% | 20% |
| PicPay | 24.249 | 24.197 | 23.753 | 23.166 | -10% | -10% | -11% |
| Mercado Pago | 17.024 | 17.578 | 19.068 | 19.212 | 20% | 24% | 24% |
| Inter | 18.105 | 18.351 | 18.164 | 17.987 | 7% | 4% | 2% |
| Banco C6 | 13.703 | 13.560 | 13.735 | 13.181 | -6% | -7% | -9% |
O Nubank também manteve os mais altos níveis de envolvimento do cliente — apoiados pelo negócio de cartão de crédito.
O Inter ocupa o segundo lugar no ranking, ajudado pelo elevado número de produtos disponíveis, na visão do BofA.
“É importante ressaltar que tanto o Nu quanto o Inter construíram com sucesso bases de depósitos sólidas, validando um elevado número de contas que são as principais dos seus clientes”, afirma o Bank of America.
Segundo o BofA, a tendência daqui para frente permanece em um aumento da competição e uma maior concentração no setor financeiro.
Os analistas projetam que o foco dos bancos digitais passe a ser a busca por se tornar o banco principal dos clientes, considerado a chave para a monetização dos negócios, o que provavelmente levará a uma maior consolidação e a uma concorrência mais acirrada.
Azul (AZUL4) dá sinal verde para aporte de American e United, enquanto balanço do 3T25 mostra prejuízo mais de 1100% maior
Em meio ao que equivale a uma recuperação judicial nos EUA, a Azul dá sinal verde para acordo com as norte-americanas, enquanto balanço do terceiro trimestre mostra prejuízo ajustado de R$ 1,5 bilhão
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano
11.11: Mercado Livre, Shopee, Amazon e KaBuM! reportam salto nas vendas
Plataformas tem pico de vendas e mostram que o 11.11 já faz parte do calendário promocional brasileiro
Na maratona dos bancos, só o Itaú chegou inteiro ao fim da temporada do 3T25 — veja quem ficou pelo caminho
A temporada de balanços mostrou uma disputa desigual entre os grandes bancos — com um campeão absoluto, dois competidores intermediários e um corredor em apuros
Log (LOGG3) avalia freio nos dividendos e pode reduzir percentual distribuído de 50% para 25%; ajuste estratégico ou erro de cálculo?
Desenvolvedora de galpões logísticos aderiu à “moda” de elevar payout de proventos, mas teve que voltar atrás apenas um ano depois; em entrevista ao SD, o CFO, Rafael Saliba, explica o porquê
Natura (NATU3) só deve se recuperar em 2026, e ainda assim com preço-alvo menor, diz BB-BI
A combinação de crédito caro, consumo enfraquecido e sinergias atrasadas mantém a empresa de cosméticos em compasso de espera na bolsa
Hapvida (HAPV3) atinge o menor valor de mercado da história e amplia programa de recompra de ações
O desempenho da companhia no terceiro trimestre decepcionou o mercado e levou a uma onda de reclassificação os papéis pelos grandes bancos
Nubank (ROXO34) tem lucro líquido quase 40% maior no 3T25, enquanto rentabilidade atinge recorde de 31%
O Nubank (ROXO34) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um lucro líquido de US$ 782,7 milhões; veja os destaques
Quem tem medo da IA? Sete em cada 10 pequenos e médios empreendedores desconfiam da tecnologia e não a usam no negócio
Pesquisa do PayPal revela que 99% das PMEs já estão digitalizadas, mas medo de errar e experiências ruins com sistemas travam avanço tecnológico
Com ‘caixa cheio’ e trimestre robusto, Direcional (DIRR3) vai antecipar dividendos para fugir da taxação? Saiba o que diz o CEO
A Direcional divulgou mais um trimestre de resultados sólidos e novos recordes em algumas linhas. O Seu Dinheiro conversou com o CEO Ricardo Gontijo para entender o que impulsionou os resultados, o que esperar e principalmente: vem dividendo aí?
Banco do Brasil (BBAS3) não saiu do “olho do furacão” do agronegócio: provisões ainda podem aumentar no 4T25, diz diretor
Após tombo do lucro e rentabilidade, o BB ainda enfrenta ventos contrários do agronegócio; executivos admitem que novas pressões podem aparecer no balanço do 4º trimestre
Allos (ALOS3) entrega balanço morno, mas promete triplicar dividendos e ações sobem forte. Dá tempo de surfar essa onda?
Até então, a empresa vinha distribuindo proventos de R$ 50 milhões, ou R$ 0,10 por ação. Com a publicação dos resultados, a companhia anunciou pagamentos mensais de R$ 0,28 a R$ 0,30
Na contramão da Black Friday, Apple lança ‘bolsinha’ a preço de celular novo; veja alternativas bem mais em conta que o iPhone Pocket
Apple lança bolsinha para iPhone em parceria com a Issey Miyake com preços acima de R$ 1,2 mil
Todo mundo odeia o presencial? Nubank enfrenta dores de cabeça após anunciar fim do home office, e 14 pessoas são demitidas
Em um comunicado interno, o CTO do banco digital afirmou que foram tomadas ações rápidas para evitar que a trama fosse concluída
Família Diniz vende fatia no Carrefour da França após parceria de 10 anos; veja quem são os magnatas que viraram os principais acionistas da rede
No lugar da família Diniz no Carrefour, entrou a família Saadé, que passa a ser a nova acionista principal da companhia. Família franco-libanesa é dona de líder global de logística marítima
Itaú vs. Mercado Pago: quem entrega mais vantagens na Black Friday 2025?
Com descontos de até 60%, cashback e parcelamento ampliado, Itaú e Mercado Pago intensificam a disputa pelo consumidor na Black Friday 2025
Casas Bahia (BHIA3) amplia prejuízo para R$ 496 milhões no terceiro trimestre, mas vendas sobem 8,5%
O e-commerce cresceu 12,7% entre julho e setembro deste ano, consolidando o quarto trimestre consecutivo de alta
O pior ainda não passou para a Americanas (AMER3)? Lucro cai 96,4% e vendas digitais desabam 75% no 3T25
A administração da varejista destacou que o terceiro trimestre marca o início de uma nova fase, com o processo de reestruturação ficando para trás
Acionistas do Banco do Brasil (BBAS3) não passarão fome de proventos: banco vai pagar JCP mesmo com lucro 60% menor no 3T25
Apesar do lucro menor no trimestre, o BB anunciou mais uma distribuição de proventos; veja o valor que cairá na conta dos acionistas
Lucro do Banco do Brasil (BBAS3) tomba 60% e rentabilidade chega a 8% no 3T25; veja os destaques
O BB registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,78 bilhões entre julho e setembro; veja os destaques do balanço
