IPO da Moove cancelado: o que esse episódio ensina para os investidores sobre a compra e a venda de ações?
Se tem uma lição que podemos aprender com a Cosan, controladora da Moove, é que este não é o momento de vender ativos

Se você gosta de IPOs (as famosas ofertas iniciais de ações), já devia estar contando as horas para ver a estreia da Moove nos Estados Unidos.
Infelizmente, a companhia optou por cancelar a operação na última hora, e o jejum de ofertas de companhias brasileiras continuará por mais algum tempo.
No entanto, isso não é tão ruim quanto parece.
O motivo da desistência
Segundo fontes próximas da companhia, a oferta de ações da Moove acabou perdendo interesse de grandes fundos na reta final por um motivo que todos nós já conhecemos muito bem: o receio fiscal.
O governo ainda não parece ter entendido a necessidade de equilibrar as contas, o que tem afugentado investidores. Isso fica claro ao olharmos para a alta recente do dólar…
Leia Também
Rodolfo Amstalden: A falácia da “falácia da narrativa”
… e também para a forte elevação da taxa do Tesouro IPCA+2029 – quanto maior a taxa, maior a percepção de risco dos investidores.
- Elétrica “mais barata entre os seus pares” é uma das recomendações da carteira de dividendos do analista Ruy Hungria; veja o portfólio completo gratuitamente
IPO nos Estados Unidos, para atrapalhar ainda mais
Para piorar as chances do IPO, a Moove tentou fazer sua oferta de ações na Bolsa de Nova York em busca de uma base acionária mais globalizada.
Agora, se os investidores brasileiros, que conhecem bem como as coisas funcionam por aqui, já não estão muito confortáveis, imagine o gringo?
Justamente por conta do aumento dos ruídos, os fundos de maior qualidade decidiram sair da operação, o que fez a Cosan (controladora da Moove) desistir do IPO, pelo menos por enquanto.
Mas afinal, por que isso é assim tão ruim?
Curto prazo difícil, mas bons sinais para o longo prazo
Nem preciso dizer que o sentimento não é dos melhores neste momento. Mas precisamos nos afastar um pouco para conseguir enxergar o quadro inteiro com maior clareza.
No Brasil, apesar dos receios fiscais, o Produto Interno Bruto (PIB) tem crescido bem, o mercado de trabalho continua forte e a inflação segue relativamente comportada.
Além disso, há um aspecto importantíssimo para a nossa Bolsa. Depois de alguns anos duríssimos, os resultados corporativos finalmente pararam de piorar, e várias empresas já começaram a ver lucros crescentes no 2T24.
Aliás, a expectativa é que os lucros aumentem tanto para as empresas do Ibovespa como para as do índice Small Cap.
Além disso, as eleições municipais deixaram um sinal importante para o mercado e, principalmente, para o governo.
A grande vitoriosa das urnas no último domingo foi a centro-direita, o que além de empurrar o governo atual para uma agenda menos populista, também começa a sinalizar que as chances de um candidato mais ao centro do espectro político ganhar as próximas eleições presidenciais aumentaram bastante, o que é boa notícia para o mercado (que não lida muito bem com extremos populistas).
Ações: a solução é voltar só em 2026?
O problema de ficar "de fora" até as coisas estarem melhores em 2026 é que elas podem melhorar muito antes.
Basta um ou dois acenos do governo em prol do ajuste das contas públicas e, pronto, a Bolsa voa. Basta uma pesquisa eleitoral com o candidato preferido do mercado liderando as intenções de voto para o Ibovespa subir 5% em um dia.
Infelizmente, não temos como saber nem quando, nem se essas coisas vão acontecer.
O que eu posso dizer é que a bolsa está muito barata nos patamares atuais – e o fato de ela não ter desabado, mesmo com toda a piora recente, é uma amostra de que muito pessimismo já está embutido no preço.
- Empiricus Research libera relatório gratuito com 5 ações para buscar dividendos. Clique aqui para receber em seu e-mail
Não é hora de vender as ações
Se tem uma lição que podemos aprender com a Cosan neste episódio é que este não é o momento de vender ativos, os preços estão muito baixos.
No futuro, quando as condições estiverem melhores, a companhia voltará ao mercado para tentar vender ações da Moove novamente, mas provavelmente, pedindo valores bem maiores também.
Acredite em mim, quando esse e muitos outros IPOs estiverem acontecendo ao mesmo tempo e os investidores estiverem desesperados para comprar qualquer porcaria que aparecer pela frente é que você precisará se preocupar com as suas ações.
Enquanto esse momento não chega, eu gosto da ideia de carregar algumas Vacas Leiteiras na carteira, que além de poderem se aproveitar de uma melhora do ambiente, também pagam ótimos dividendos para te ajudar a esperar pelo longo prazo.
Aliás, a Cosan é uma das empresas presentes na série e, se você quiser conferir todas as outras, deixo aqui o convite.
Um abraço e até a próxima semana
Ruy
A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic
O Itaú mostrou que não é preciso esperar que as crises cheguem para agir: empresas longevas têm em seu DNA uma capacidade de antecipação e adaptação que as diferenciam de empresas comuns
Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)
Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana
Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados
Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)
O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado
Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira