IPO da Moove cancelado: o que esse episódio ensina para os investidores sobre a compra e a venda de ações?
Se tem uma lição que podemos aprender com a Cosan, controladora da Moove, é que este não é o momento de vender ativos
Se você gosta de IPOs (as famosas ofertas iniciais de ações), já devia estar contando as horas para ver a estreia da Moove nos Estados Unidos.
Infelizmente, a companhia optou por cancelar a operação na última hora, e o jejum de ofertas de companhias brasileiras continuará por mais algum tempo.
No entanto, isso não é tão ruim quanto parece.
O motivo da desistência
Segundo fontes próximas da companhia, a oferta de ações da Moove acabou perdendo interesse de grandes fundos na reta final por um motivo que todos nós já conhecemos muito bem: o receio fiscal.
O governo ainda não parece ter entendido a necessidade de equilibrar as contas, o que tem afugentado investidores. Isso fica claro ao olharmos para a alta recente do dólar…
Leia Também
Empreendedora já impactou 15 milhões de pessoas, mercado aguarda dados de emprego, e Trump ameaça Powell novamente
Felipe Miranda: 10 surpresas para 2026
… e também para a forte elevação da taxa do Tesouro IPCA+2029 – quanto maior a taxa, maior a percepção de risco dos investidores.
- Elétrica “mais barata entre os seus pares” é uma das recomendações da carteira de dividendos do analista Ruy Hungria; veja o portfólio completo gratuitamente
IPO nos Estados Unidos, para atrapalhar ainda mais
Para piorar as chances do IPO, a Moove tentou fazer sua oferta de ações na Bolsa de Nova York em busca de uma base acionária mais globalizada.
Agora, se os investidores brasileiros, que conhecem bem como as coisas funcionam por aqui, já não estão muito confortáveis, imagine o gringo?
Justamente por conta do aumento dos ruídos, os fundos de maior qualidade decidiram sair da operação, o que fez a Cosan (controladora da Moove) desistir do IPO, pelo menos por enquanto.
Mas afinal, por que isso é assim tão ruim?
Curto prazo difícil, mas bons sinais para o longo prazo
Nem preciso dizer que o sentimento não é dos melhores neste momento. Mas precisamos nos afastar um pouco para conseguir enxergar o quadro inteiro com maior clareza.
No Brasil, apesar dos receios fiscais, o Produto Interno Bruto (PIB) tem crescido bem, o mercado de trabalho continua forte e a inflação segue relativamente comportada.
Além disso, há um aspecto importantíssimo para a nossa Bolsa. Depois de alguns anos duríssimos, os resultados corporativos finalmente pararam de piorar, e várias empresas já começaram a ver lucros crescentes no 2T24.
Aliás, a expectativa é que os lucros aumentem tanto para as empresas do Ibovespa como para as do índice Small Cap.
Além disso, as eleições municipais deixaram um sinal importante para o mercado e, principalmente, para o governo.
A grande vitoriosa das urnas no último domingo foi a centro-direita, o que além de empurrar o governo atual para uma agenda menos populista, também começa a sinalizar que as chances de um candidato mais ao centro do espectro político ganhar as próximas eleições presidenciais aumentaram bastante, o que é boa notícia para o mercado (que não lida muito bem com extremos populistas).
Ações: a solução é voltar só em 2026?
O problema de ficar "de fora" até as coisas estarem melhores em 2026 é que elas podem melhorar muito antes.
Basta um ou dois acenos do governo em prol do ajuste das contas públicas e, pronto, a Bolsa voa. Basta uma pesquisa eleitoral com o candidato preferido do mercado liderando as intenções de voto para o Ibovespa subir 5% em um dia.
Infelizmente, não temos como saber nem quando, nem se essas coisas vão acontecer.
O que eu posso dizer é que a bolsa está muito barata nos patamares atuais – e o fato de ela não ter desabado, mesmo com toda a piora recente, é uma amostra de que muito pessimismo já está embutido no preço.
- Empiricus Research libera relatório gratuito com 5 ações para buscar dividendos. Clique aqui para receber em seu e-mail
Não é hora de vender as ações
Se tem uma lição que podemos aprender com a Cosan neste episódio é que este não é o momento de vender ativos, os preços estão muito baixos.
No futuro, quando as condições estiverem melhores, a companhia voltará ao mercado para tentar vender ações da Moove novamente, mas provavelmente, pedindo valores bem maiores também.
Acredite em mim, quando esse e muitos outros IPOs estiverem acontecendo ao mesmo tempo e os investidores estiverem desesperados para comprar qualquer porcaria que aparecer pela frente é que você precisará se preocupar com as suas ações.
Enquanto esse momento não chega, eu gosto da ideia de carregar algumas Vacas Leiteiras na carteira, que além de poderem se aproveitar de uma melhora do ambiente, também pagam ótimos dividendos para te ajudar a esperar pelo longo prazo.
Aliás, a Cosan é uma das empresas presentes na série e, se você quiser conferir todas as outras, deixo aqui o convite.
Um abraço e até a próxima semana
Ruy
De Volta para o Futuro 2026: previsões, apostas e prováveis surpresas na economia, na bolsa e no dólar
Como fazer previsões é tão inevitável quanto o próprio futuro, vale a pena saber o que os principais nomes do mercado esperam para 2026
Tony Volpon: Uma economia global de opostos
De Trump ao dólar em queda, passando pela bolha da IA: veja como o ano de 2025 mexeu com os mercados e o que esperar de 2026
Esquenta dos mercados: Investidores ajustam posições antes do Natal; saiba o que esperar da semana na bolsa
A movimentação das bolsas na semana do Natal, uma reportagem especial sobre como pagar menos imposto com a previdência privada e mais
O dado que pode fazer a Vale (VALE3) brilhar nos próximos dez anos, eleições no Brasil e o que mais move seu bolso hoje
O mercado não está olhando para a exaustão das minas de minério de ferro — esse dado pode impulsionar o preço da commodity e os ganhos da mineradora
A Vale brilhou em 2025, mas se o alerta dessas mineradoras estiver certo, VALE3 pode ser um dos destaques da década
Se as projeções da Rio Tinto estiverem corretas, a virada da década pode começar a mostrar uma mudança estrutural no balanço entre oferta e demanda, e os preços do minério já parecem ter começado a precificar isso
As vantagens da holding familiar para organizar a herança, a inflação nos EUA e o que mais afeta os mercados hoje
Pagar menos impostos e dividir os bens ainda em vida são algumas vantagens de organizar o patrimônio em uma holding. E não é só para os ricaços: veja os custos, as diferenças e se faz sentido para você
Rodolfo Amstalden: De Flávio Day a Flávio Daily…
Mesmo com a rejeição elevada, muito maior que a dos pares eventuais, a candidatura de Flávio Bolsonaro tem chance concreta de seguir em frente; nem todas as candidaturas são feitas para ganhar as eleições
Veja quanto o seu banco paga de imposto, que indicadores vão mexer com a bolsa e o que mais você precisa saber hoje
Assim como as pessoas físicas, os grandes bancos também têm mecanismos para diminuir a mordida do Leão. Confira na matéria
As lições do Chile para o Brasil, ata do Copom, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Chile, assim como a Argentina, vive mudanças políticas que podem servir de sinal para o que está por vir no Brasil. Mercado aguarda ata do Banco Central e dados de emprego nos EUA
Chile vira a página — o Brasil vai ler ou rasgar o livro?
Não por acaso, ganha força a leitura de que o Chile de 2025 antecipa, em diversos aspectos, o Brasil de 2026
Felipe Miranda: Uma visão de Brasil, por Daniel Goldberg
O fundador da Lumina Capital participou de um dos episódios de ‘Hello, Brasil!’ e faz um diagnóstico da realidade brasileira
Dividendos em 2026, empresas encrencadas e agenda da semana: veja tudo que mexe com seu bolso hoje
O Seu Dinheiro traz um levantamento do enorme volume de dividendos pagos pelas empresas neste ano e diz o que esperar para os proventos em 2026
Como enterrar um projeto: você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Talvez você ou sua empresa já tenham sua lista de metas para 2026. Mas você já fez a lista do que vai abandonar em 2025?
Flávio Day: veja dicas para proteger seu patrimônio com contratos de opções e escolhas de boas ações
Veja como proteger seu patrimônio com contratos de opções e com escolhas de boas empresas
Flávio Day nos lembra a importância de ter proteção e investir em boas empresas
O evento mostra que ainda não chegou a hora de colocar qualquer ação na carteira. Por enquanto, vamos apenas com aquelas empresas boas, segundo a definição de André Esteves: que vão bem em qualquer cenário
A busca pelo rendimento alto sem risco, os juros no Brasil, e o que mais move os mercados hoje
A janela para buscar retornos de 1% ao mês na renda fixa está acabando; mercado vai reagir à manutenção da Selic e à falta de indicações do Copom sobre cortes futuros de juros
Rodolfo Amstalden: E olha que ele nem estava lá, imagina se estivesse…
Entre choques externos e incertezas eleitorais, o pregão de 5 de dezembro revelou que os preços já carregavam mais política do que os investidores admitiam — e que a Bolsa pode reagir tanto a fatores invisíveis quanto a surpresas ainda por vir
A mensagem do Copom para a Selic, juros nos EUA, eleições no Brasil e o que mexe com seu bolso hoje
Investidores e analistas vão avaliar cada vírgula do comunicado do Banco Central para buscar pistas sobre o caminho da taxa básica de juros no ano que vem
Os testes da família Bolsonaro, o sonho de consumo do Magalu (MGLU3), e o que move a bolsa hoje
Veja por que a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência derrubou os mercados; Magazine Luiza inaugura megaloja para turbinar suas receitas
O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?
Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade