🔴 ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? MELHORES AÇÕES, FIIS E DIVIDENDOS – CONFIRA AQUI

A inteligência artificial está “sugando” recursos das bolsas — inclusive do nosso Ibovespa

No início dos anos 2000, se entendia que os mercados emergentes, de alguma forma, se aproximariam dos desenvolvidos

2 de abril de 2024
6:58 - atualizado às 8:26

O começo do ano foi desafiador para os investimentos no Brasil. O Ibovespa teve um recuo de 4,5% nos primeiros três meses, contrastando com o avanço dos índices americanos, que bateram recordes graças ao impulso de gigantes tecnológicas como Microsoft e Nvidia.

É curioso perceber que, no passado, o apelo dos mercados emergentes residia na promessa de crescimento acelerado, acima de mercados maduros, e oportunidades inéditas de negócios.

Atualmente, porém, o epicentro desse dinamismo é a terra do Tio Sam, lar das "Magnificent 7" – Nvidia, Apple, Microsoft, Amazon, Meta, Alphabet e Tesla –, que redefine as fronteiras da inovação, especialmente em inteligência artificial.

Em outras palavras, com a IA e outras tecnologias revolucionárias concentradas nas mãos de potências desenvolvidas, surge o questionamento sobre o real valor de aportar em mercados emergentes.

Mercados emergentes X Bolsas tradicionais

O sucesso das empresas americanas, como a Nvidia, e as expectativas de crescimento contínuo atraíram investidores de todo o mundo, fazendo com que a valorização dos emergentes parecesse ínfima frente ao S&P 500.

De fato, as ações dos mercados emergentes sofreram uma queda de 23% nos últimos três anos, em contraste com o aumento de 15% observado no índice MSCI ACWI, evidenciando um deslocamento de investimentos que também afetou o Brasil.

Leia Também

Após um final de ano animador, com a entrada de capital estrangeiro, os primeiros meses deste ano marcaram uma reversão dessa tendência, com a retirada líquida de mais de R$ 20 bilhões por parte dos investidores internacionais.

Embora o saldo dos últimos 12 meses ainda seja positivo, graças aos últimos dois meses de 2023, a continuidade dessa dinâmica é incerta, especialmente porque o investidor local não tem demonstrado força para impulsionar o mercado.

E o Ibovespa nessa história

O investidor de varejo brasileiro, desgastado após anos de baixa performance, e os institucionais, limitados por orçamentos restritos, refletem um cenário onde novas injeções de capital se tornam cada vez mais escassas.

Fonte: Itaú BBA.

Realmente, os EUA têm sido um dos principais catalisadores para o desânimo no mercado brasileiro recentemente, por motivos técnicos que levaram a uma alta nas taxas de juros, sugando a liquidez global.

A economia americana está forte, e a inflação teimosamente elevada, aliada aos preços altos do petróleo, levanta a possibilidade de que o Fed mantenha as taxas de juros elevadas por mais tempo. Essa possibilidade afeta negativamente os emergentes.

  • LEIA TAMBÉM: Casa de análise libera carteira gratuita de ações americanas pra você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.

De volta ao passado

No início dos anos 2000, se entendia que os mercados emergentes, de alguma forma, se aproximariam dos desenvolvidos, com uma população em crescimento e maior produtividade do capital.

Esse conceito não estava distante da noção de “decoupling” dos mercados emergentes, que propunha um descolamento destes em relação às economias desenvolvidas, permitindo um desempenho positivo mesmo diante de uma desaceleração nos países avançados – uma expectativa que, no fim das contas, não se concretizou.

A teoria de “catch-up” é, em essência, o que atrai investidores para os mercados emergentes, pela perspectiva de maior risco, mas também de maior potencial de crescimento e valorização. No entanto, não existem garantias de que esse processo de convergência aconteça de forma concreta.

Realmente, quando olhamos para os motores de crescimento futuros, parece que estamos nos direcionando para um acentuado domínio dos Estados Unidos e um cenário corporativo onde prevalece a lógica do “vencedor leva tudo”.

Apesar dos Estados Unidos enfrentarem desafios significativos, como questões fiscais alarmantes, uma sociedade profundamente dividida e a falta de lideranças unificadoras, ainda mantêm uma vantagem considerável em relação aos demais.

O princípio de que o “vencedor leva tudo” é particularmente intenso neste contexto.

Onde a IA se encaixa nisso?

A tecnologia, intrinsecamente escalável e desafiadora de limites geográficos, deixa para trás aqueles que não conseguem inovar com rapidez ou manter a qualidade.

Tomemos como exemplo as placas de vídeo da Nvidia, atualmente sem paralelo em qualidade, destacando a companhia como uma força excepcional no mercado.

À medida que adentramos a era da inteligência artificial, que exige grandes investimentos, acesso abundante a dados, e extenso treinamento de algoritmos de aprendizado de máquina, as gigantes tecnológicas desfrutam de vantagens significativas e estruturais.

A escalada da Nasdaq é, por certo, impressionante.

No presente ano, o índice de tecnologia americano já acumula uma alta aproximada de 10%, e nos últimos 12 meses, a valorização ronda os 35%, atingindo seus picos históricos mesmo diante de altas taxas de juros.

Frequentemente, surgem comparações com bolhas do passado, como a “bolha pontocom” dos anos 1999 e 2000.

Contudo, não vejo uma analogia convincente entre os períodos.

Até agora, tudo bem

Embora possamos reconhecer que a revolução da inteligência artificial, em termos de seu potencial para impulsionar ganhos de produtividade, seja comparável ao impacto inicial da internet, a justificativa para os atuais valuations das ações é substancialmente mais sólida hoje em dia.

Embora as empresas estejam operando com múltiplos acima de suas médias históricas, elas ainda se distanciam dos extremos vistos em outros picos de mercado. 

Importante notar que elas se mantêm dentro de parâmetros razoáveis de lucratividade e geração de fluxo de caixa, mesmo com os juros em níveis mais elevados do que o comum.

Existe o risco palpável de que as corporações tecnológicas dos Estados Unidos absorvam uma parcela significativa da liquidez global, ao menos até que o Federal Reserve dê início ao processo de redução das taxas de juro.

De volta ao Ibovespa

Enquanto observamos a retirada de capital estrangeiro do Brasil, a Nasdaq alcança novos recordes e o bitcoin (BTC) experimenta uma valorização superior a 40% em um único mês.

O impacto dessa absorção de liquidez é crucial e não pode ser subestimado. Isso, porém, não significa o abandono da perspectiva positiva para os ativos brasileiros, mas talvez um adiamento para quando começar o ciclo de redução de juros nos EUA.

Durante essa espera, pode ser prudente manter uma parte do capital em grandes tecnológicas americanas e até em criptomoedas, que, apesar de serem consideradas voláteis, podem funcionar como proteção contra determinados riscos.

Mercado local: 2024 será um bom ano para o Ibovespa?

Quanto às ações brasileiras, especialmente após a correção no início de 2024, apresentam-se com preços bastante atrativos, negociando abaixo de seus valores usuais em termos de preço sobre lucro.

Há boas expectativas de crescimento de lucros, seja pela queda dos juros, seja por um aumento mais vigoroso do PIB, com previsões apontando para um crescimento em torno de 2% para este ano.

Mantemos a perspectiva de que 2024 será um ano favorável para os ativos de risco brasileiros, embora precisemos lidar com o desafio representado pela absorção de liquidez pelo sucesso das big techs e pela fascinação com a inteligência artificial.

As ações dos mercados emergentes deverão ganhar ímpeto quando houver maior clareza sobre o início do ciclo de redução de juros pelo Federal Reserve.

A paciência, mais uma vez, tende a ser recompensada.

VEJA TAMBÉM - A Nvidia é a culpada pelo fracasso do Ibovespa em 2024? Thiago Salomão responde

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
VISAO 360

Como nasceu a ideia de R$ 60 milhões que mudou a história do Seu Dinheiro — e quais as próximas apostas

19 de outubro de 2025 - 8:00

Em 2016, quando o Seu Dinheiro ainda nem existia, vi um gráfico em uma palestra que mudou minha carreira e a história do SD

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A Eletrobras se livrou de uma… os benefícios da venda da Eletronuclear, os temores de crise de crédito nos EUA e mais

17 de outubro de 2025 - 7:55

O colunista Ruy Hungria está otimista com Eletrobras; mercados internacionais operam no vermelho após fraudes reveladas por bancos regionais dos EUA. Veja o que mexe com seu bolso hoje

SEXTOU COM O RUY

Venda da Eletronuclear é motivo de alegria — e mais dividendos — para os acionistas da Eletrobras (ELET6)

17 de outubro de 2025 - 6:07

Em um único movimento a companhia liberou bilhões para investir em outros segmentos que têm se mostrado bem mais rentáveis e menos problemáticos, além de melhorar o potencial de pagamento de dividendos neste e nos próximos anos

VONTADE DOS CÔNJUGES

Projeto aprovado na Câmara permite divórcio após a morte de um dos cônjuges, com mudança na divisão da herança

16 de outubro de 2025 - 15:22

Processos iniciados antes do falecimento poderão ter prosseguimento a pedido dos herdeiros, deixando cônjuge sobrevivente de fora da herança

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A solidez de um tiozão de Olympikus: a estratégia vencedora da Vulcabras (VULC3) e o que mexe com os mercados hoje

16 de outubro de 2025 - 8:09

Conversamos com o CFO da Vulcabras, dona das marcas Olympikus e Mizuno, que se tornou uma queridinha entre analistas e gestores e paga dividendos mensais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O que o Nobel nos ensina sobre decisões de capex?

15 de outubro de 2025 - 19:57

Bebendo do alicerce teórico de Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt se destacaram por estudar o papel das inovações tecnológicas nas economias modernas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A fome de aquisições de um FII que superou a crise da Americanas e tudo que mexe com o seu bolso nesta quarta (15)

15 de outubro de 2025 - 7:47

A história e a estratégia de expansão do GGRC11, prestes a se tornar um dos cinco maiores FIIs da bolsa, são os destaques do dia; nos mercados, atenção para a guerra comercial, o Livro Bege e balanços nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um atalho para a bolsa: os riscos dos IPOs reversos, da imprevisibilidade de Trump e do que mexe com o seu bolso hoje

14 de outubro de 2025 - 8:08

Reportagem especial explora o caminho encontrado por algumas empresas para chegarem à bolsa com a janela de IPOs fechada; colunista Matheus Spiess explora o que está em jogo com a nova tarifa à China anunciada por Trump

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

100% de tarifa, 0% de previsibilidade: Trump reacende risco global com novo round da guerra comercial com a China

14 de outubro de 2025 - 7:48

O republicano voltou a impor tarifas de 100% aos produtos chineses. A decisão foi uma resposta direta ao endurecimento da postura de Pequim

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Perdidos no espaço-tempo

13 de outubro de 2025 - 19:58

Toda a Ordem Mundial dos últimos anos dá lugar a uma nova orientação, ao menos, por enquanto, marcada pela Desordem

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?

13 de outubro de 2025 - 7:40

Reportagem especial do Seu Dinheiro aborda disparada da varejista na bolsa. Confira ainda a agenda da semana e a mais nova guerra tarifária do presidente norte-americano

TRILHAS DE CARREIRA

ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho

12 de outubro de 2025 - 7:04

Uma colab entre mim e a inteligência artificial para refletir sobre três temas quentes de carreira — coffee badging, micro-shifting e as demissões por falta de produtividade no home office

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)

10 de outubro de 2025 - 7:59

No Brasil, investidores avaliam embate após a queda da MP 1.303 e anúncio de novos recursos para a construção civil; nos EUA, todos de olho nos índices de inflação

SEXTOU COM O RUY

Esta ação subiu mais de 50% em menos de um mês – e tem espaço para ir bem mais longe

10 de outubro de 2025 - 6:03

Por que a aquisição da Desktop (DESK3) pela Claro faz sentido para a compradora e até onde pode ir a Microcap

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Menos leão no IR e mais peru no Natal, e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (9)

9 de outubro de 2025 - 8:06

No cenário local, investidores aguardam inflação de setembro e repercutem derrota do governo no Congresso; nos EUA, foco no discurso de Powell

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: No news is bad news

8 de outubro de 2025 - 19:59

Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)

8 de outubro de 2025 - 8:10

No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje

7 de outubro de 2025 - 8:26

No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso

7 de outubro de 2025 - 7:37

Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard

6 de outubro de 2025 - 20:00

O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar