🔴 IPCA-15 DE ABRIL DESACELERA – VEM AÍ SELIC A 10,50% OU 10,25? SAIBA ONDE INVESTIR

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Crédito privado

9 títulos de renda fixa isentos de imposto de renda para investir em novembro, segundo o Itaú BBA

Banco recomenda oito debêntures incentivadas e um CRI para superar o Tesouro Direto no médio/longo prazo

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
1 de novembro de 2023
12:21 - atualizado às 11:35
Trem da Rumo Logística
Trem da Rumo Logística. - Imagem: Rumo/Divulgação

O Itaú BBA divulgou, nesta quarta-feira (1º) sua carteira recomendada de títulos de renda fixa privada isentos de imposto de renda para os investidores pessoas físicas, os chamados papéis incentivados.

São cinco recomendações de debêntures de infraestrutura para o público geral, acessíveis a qualquer investidor; e quatro indicações para os investidores qualificados, aqueles com mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras, sendo três debêntures incentivadas e um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI).

Lembrando que debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas, e CRIs são títulos utilizados para captar recursos para financiar o mercado imobiliário.

Além de levar em conta critérios de qualidade do crédito e liquidez dos títulos, o Itaú BBA foca a sua análise naqueles papéis cuja remuneração, para quem os adquirir hoje e levá-los ao vencimento, seja capaz de superar o título público Tesouro IPCA+ de prazo equivalente, uma vez que a rentabilidade dos papéis recomendados também costuma ser indexada à inflação.

Veja as recomendações de renda fixa privada isenta de IR para novembro:

Carteira recomendada para o investidor em geral

Para os investidores em geral, foram mantidas as mesmas empresas emissoras da carteira recomendada para outubro e praticamente os mesmos papéis. Houve mudanças apenas na indicação de uma das debêntures da Rota das Bandeiras e no papel da Rumo.

TítuloCódigoData de vencimentoClassificação de risco (rating)Taxa indicativa de retorno
Debênture CARTCART1215/12/2024brAA+ (S&P)8,4% + IPCA
Debênture RumoRUMOA215/02/2029brAAA (S&P) / AAA(bra) (Fitch)6,8% + IPCA
Debênture Rota das BandeirasCBAN5215/07/2034br.AAA (Moody's) / AAA(bra) (Fitch)7,3% + IPCA
Debênture Rota das BandeirasCBAN1215/07/2034br.AAA (Moody's) / AAA(bra) (Fitch)7,4% + IPCA
Debênture CSN MineraçãoCMIN2215/07/2037brAAA (S&P) / AAA(bra) (Fitch)7,0% + IPCA

Carteira recomendada para investidores qualificados

Já para a carteira de qualificados, foram mantidas, em relação ao mês passado, as debêntures da Manaus Ambiental e da CSN Mineração, além do CRI do Grupo Mateus. O CRI da Hypera e o CRA da Vamos foram substituídos pela debênture da Holding do Araguaia.

TítuloCódigoData de vencimentoClassificação de risco (rating)Taxa indicativa de retorno
Debênture Manaus AmbientalMNAU1315/06/2025AA-.br (Moody's)7,5% + IPCA
Holding do AraguaiaHARG1115/10/2036brAAA (S&P)7,1% + IPCA
CRI Grupo Mateus22C136214117/07/2034AAA(bra) (Fitch)7,1% + IPCA
Debênture CSN MineraçãoCMIN2115/07/2036brAAA (S&P) / AAA(bra) (Fitch)7,5% + IPCA

Onde investir em novembro: ações, dividendos, FIIs, BDRs, criptomoedas - Veja indicações gratuitas

Sobre as empresas e as razões para as recomendações

  • CART: a Concessionária Auto Raposo Tavares (CART) é responsável pela administração e exploração do corredor rodoviário Raposo Tavares, que totaliza 834 quilômetros entre Bauru e Presidente Epitácio, no estado de São Paulo. A concessão assinada com o Governo do Estado de São Paulo tem vencimento em 2039. Para o Itaú, as características do segmento de concessões rodoviárias possibilitam alta previsibilidade para a geração de caixa da empresa, que também tem planos de investimentos moderados, destinados sobretudo a revitalizações.
  • Rumo: é a maior operadora ferroviária do Brasil, com concessões tanto em malhas ferroviárias como terminais portuários e de contêineres. Historicamente, a companhia tem mantido métricas de crédito conservadoras, apesar dos altos investimentos realizados, o que os analistas do Itaú esperam que continue ocorrendo no futuro próximo.
  • Rota das Bandeiras: é a concessionária responsável pela administração do Corredor Dom Pedro, que liga o Vale do Paraíba com a Região Metropolitana de Campinas (RMC) e o Circuito das Frutas. A concessão foi firmada com o Estado de São Paulo em abril de 2009 e tem validade por 30 anos. A receita da companhia está fortemente ligada ao ciclo econômico, mas os reajustes tarifários atrelados à inflação e sua localização numa região com PIB per capita elevado lhe conferem forte resiliência aos choques de demanda. A companhia espera concluir a maior parte dos seus investimentos em 2023, o que deve contribuir para uma gradual redução da sua alavancagem líquida nos próximos anos.
  • CSN Mineração: a mineradora controlada pela CSN atua na produção e venda de minério de ferro. Como segunda maior exportadora da commodity do Brasil, tem exposição a moedas fortes, com as exportações representando a maior parte da receita. Tem sido beneficiada pelo preço elevado do minério de ferro e recentemente anunciou um pacote de investimentos para expansão de R$ 31,3 bilhões para os próximos 12 anos. Para o Itaú, sua forte estrutura de capital deve sustentar o plano de investimentos e permitir que a alavancagem se mantenha em níveis adequados.
  • Manaus Ambiental: a concessionária é responsável pelos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto na capital do Estado do Amazonas desde julho de 2000. Para o Itaú, as características do setor contribuem para a estabilidade dos fluxos de caixa, por se tratar de setor regulado e serviço essencial. A companhia possui um extensivo plano de investimentos, o que pode pressionar sua liquidez, mas os analistas acreditam que conseguirá manter métricas de crédito adequadas, devido à sua capacidade de geração de caixa.
  • Grupo Mateus: a rede de supermercados é a terceira maior do varejo alimentar brasileiro, além de líder nas regiões Norte e Nordeste. Possui um forte plano de expansão, focado sobretudo na abertura de lojas de atacarejo. Também iniciou sua incursão n Apesar disso, tem baixa alavancagem e uma posição de caixa robusta, capaz de tolerar o ambiente de juros altos. Também atua na venda de produtos de primeira necessidade, gerando demanda estável. A redução da inflação tem sido benéfica para o negócio.
  • Holding do Araguaia: é uma subsidiária da Ecorodovias, uma das maiores operadoras de rodovias do Brasil, com mais de 4,7 mil quilômetros sob administração por meio de 11 concessões, além de um ativo portuário. A Ecorodovias tem compensado o vencimento de suas concessões maduras com extensões e novas concessões. Para os analistas, investimentos devem pressionar a alavancagem da companhia no curto prazo, mas a geração de caixa dos ativos deve contribuir para a gradual recuperação das métricas de crédito.

Alguns pontos de atenção sobre os títulos de renda fixa privada

Vale lembrar que, embora sejam recomendações mensais, as carteiras de títulos de renda fixa de crédito privado funcionam de maneira um pouco diferente das carteiras recomendadas de ações.

Trata-se das recomendações que apresentam bom risco-retorno para compra naquele momento, e o objetivo costuma ser que o investidor fique com o papel até o vencimento.

Assim, alterações na carteira de um mês para outro não necessariamente representam uma recomendação de venda dos títulos retirados da seleção.

Além disso, cada instituição financeira recomenda os ativos disponíveis para os seus próprios clientes na sua plataforma. É possível que um título oferecido por uma não seja encontrado em outras, por exemplo. E, caso seja possível encontrar um mesmo título em diferentes instituições financeiras, as condições de remuneração também podem variar de uma para outra.

Finalmente, não se esqueça de que, ao investir em títulos de renda fixa de crédito privado, você está exposto ao risco de crédito das empresas emissoras, isto é, à sua saúde financeira, que depende da sua capacidade de gerar caixa e do seu endividamento.

Esses papéis não contam com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), como CDBs, LCIs e LCAs, e são tipicamente mais arriscados que os títulos do Tesouro Direto.

Compartilhe

Renda fixa incentivada

Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+

24 de abril de 2024 - 17:15

Itaú BBA recomenda nove títulos de renda fixa, entre debêntures, CRIs e CRAs, acessíveis para investidores em geral e isentos de IR

Em busca da liquidez perdida

Ficou mais difícil investir em LCI e LCA após mudanças nas regras? Veja que outras opções você encontra no mercado

22 de abril de 2024 - 6:45

Prazo de carência de LCIs e LCAs aumentou de três para 12 ou nove meses, respectivamente; além disso, emissões caíram e taxas baixaram. Para onde correr?

ALTERNATIVA AO PRO SOLUTO

Meu CRI, Minha Vida: em operação inédita, Opea capta R$ 125 milhões para financiar imóvel popular de clientes da MRV

16 de abril de 2024 - 17:27

A Opea Securitizadora e a fintech EmCash acabam de anunciar a emissão do primeiro CRI voltado ao financiamento de unidades lançadas pela MRV dentro do programa habitacional do governo federal

Para onde ir?

Onde investir na renda fixa após tantas mudanças de regras e expectativas? Veja as recomendações das corretoras e bancos

16 de abril de 2024 - 13:03

Mercado agora espera que corte de juro seja menos intenso, e mudanças nos títulos isentos ocasionou alta da demanda por debêntures incentivadas, com queda nas taxas; para onde a renda fixa deve ir, então?

Mordida do Leão

O risco do Tesouro Direto que não te contaram (spoiler: tem a ver com inflação e imposto de renda)

15 de abril de 2024 - 6:04

Mordida do Leão sobre o Tesouro IPCA+ ocorre não só sobre o retorno real do título, mas também sobre a variação da inflação; e isso tem implicações para o investidor

O BRILHO DAS ISENTAS DE IR

A vez da renda fixa: Debêntures impulsionam mercado de capitais no 1T24 após “fim da farra” das LCIs e LCAs 

11 de abril de 2024 - 18:46

A captação do mercado de capitais chegou ao recorde de R$ 130,9 bilhões entre janeiro e março deste ano, impulsionada pelas ofertas de renda fixa

Mudança nas regras

Está faltando papel? Emissões de LCIs e LCAs caíram pela metade depois de aumento do prazo de carência

5 de abril de 2024 - 14:35

Levantamento do JP Morgan mostra queda anual de 40% nas novas emissões de LCIs e LCAs e baixas de 50% a 60% desde aprovação das novas regras; estudo da XP também mostra impacto das medidas na emissão de CRIs e CRAs

Em busca da isenção perdida

Debêntures incentivadas viraram o porto seguro da isenção de IR, mas ainda valem a pena?

4 de abril de 2024 - 6:36

Títulos de dívida emitidos por empresas estão entre os melhores investimentos do ano, com alta de mais de 3,50%; em 12 meses, ganhos ultrapassam 18,50%. Mas depois de toda essa valorização, taxas continuam atrativas?

Oportunidade

Mesmo com a Selic em queda, taxas do Tesouro Direto subiram e voltaram aos níveis de outubro de 2023; vale a pena investir agora?

21 de março de 2024 - 6:00

Títulos públicos mais longos acumulam queda neste início de ano; no caso do Tesouro IPCA+ remuneração voltou a se aproximar dos 6% ao ano mais inflação

Rumo a um dígito

Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, no Tesouro Direto e em CDB com a Selic em 10,75%?

20 de março de 2024 - 19:30

Banco Central cortou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta; veja como a rentabilidade dos investimentos conservadores deve reagir

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar