Bitcoin tem a maior alta de outubro, enquanto Ibovespa registra a maior queda; veja o ranking dos melhores e piores investimentos do mês
Alta dos juros dos títulos do Tesouro americano prosseguiram e afetaram os mercados de risco, mas bitcoin subiu por fatores relativos ao mercado cripto

Marcado pela disparada dos retornos dos títulos do Tesouro americano (Treasurys) e do início de uma guerra no Oriente Médio entre Israel e Hamas, outubro termina com os ativos mais conservadores entre os melhores investimentos do mês, e os ativos de risco, na lona.
A exceção, que poderia ser surpreendente, é o bitcoin. À revelia da alta dos juros futuros americanos, algo que costuma ser negativo para as criptomoedas, o BTC cravou o primeiro lugar do ranking com folga, com uma alta de quase 30% em reais (a R$ 174.299,03) e em dólar (a US$ 34.605,80).
A marca é atingida no mesmo dia em que a maior criptomoeda do mundo completa 15 anos de fundação. O BTC é também o investimento com melhor desempenho em 2023, acumulando valorização de quase 100% no ano.
Ele é seguido, no pódio, pela cotação PTAX do dólar (que subiu 1% no mês, para R$ 5,06) e pelas aplicações financeiras indexadas à Selic e ao CDI, os investimentos mais conservadores da economia brasileira, que ainda se beneficiam da taxa básica elevada.
Já o pódio dos piores investimentos é liderado pelo Ibovespa, que fechou o mês em queda de 2,94%, aos 113.143 pontos; seguido do IFIX, o principal índice dos fundos imobiliários, que recuou 1,97%; e do ouro, que fechou em baixa de 0,99% em outubro. Veja a seguir o ranking completo:
Os melhores investimentos de outubro
Investimento | Rentabilidade no mês | Rentabilidade no ano |
Bitcoin | 28,12% | 99,46% |
Dólar PTAX | 1,01% | -3,06% |
Tesouro Selic 2026 | 0,99% | - |
CDI* | 0,95% | 10,97% |
Tesouro Selic 2029 | 0,89% | - |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033 | 0,78% | 15,79% |
Poupança nova** | 0,60% | 6,84% |
Poupança antiga** | 0,60% | 6,84% |
Índice de Debêntures Anbima Geral (IDA - Geral)* | 0,51% | 8,53% |
Tesouro Prefixado 2029 | 0,50% | 17,50% |
Tesouro IPCA+ 2045 | 0,33% | 14,19% |
Tesouro Prefixado 2026 | 0,29% | 14,73% |
Dólar à vista | 0,29% | -4,52% |
Tesouro IPCA+ 2035 | 0,07% | 11,61% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040 | -0,08% | 11,51% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 | -0,21% | 11,55% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032 | -0,26% | 10,76% |
Tesouro IPCA+ 2029 | -0,28% | - |
Índice de Debêntures Anbima - IPCA (IDA - IPCA)* | -0,56% | 6,05% |
Ouro | -0,99% | -2,25% |
IFIX | -1,97% | 10,06% |
Ibovespa | -2,94% | 3,11% |
Todos os desempenhos estão cotados em real. A rentabilidade dos títulos públicos considera o preço de compra na manhã da data inicial e o preço de venda na manhã da data final, conforme cálculo do Tesouro Direto.
Fontes: Banco Central, Anbima, Tesouro Direto, Broadcast e Coinbase, Inc..
Juros americanos em alta ainda afetam as bolsas
A continuidade da alta dos retornos dos Treasurys em outubro, com os dados fortes da economia americana, se manteve como um peso sobre os mercados de risco globais, inclusive a bolsa brasileira.
Leia Também
Os juros americanos funcionam como uma trava para as taxas no resto do mundo, principalmente em países emergentes como o Brasil, impedindo quedas maiores, como gostariam os investidores.
No cenário doméstico, as falas do presidente Lula sobre a impossibilidade de atingir a meta fiscal de déficit zero no ano que vem contribuíram para deixar o mercado ainda mais em alerta, o que resultou em uma alta adicional dos juros futuros por aqui e temores de que o Banco Central não consiga, afinal, levar a Selic a um patamar inferior a 10% ao ano no fim do atual ciclo de afrouxamento monetário.
Com isso, os títulos públicos e privados indexados à inflação recuaram um pouco mais, embora em menor intensidade que no mês passado, quando a disparada dos retornos dos Treasurys jogou os juros futuros locais lá para cima.
Este cenário também contribuiu para a queda das ações e dos fundos imobiliários, mas surpreendentemente não afetou o bitcoin, que embora muito sensível a juros, foi impulsionado neste mês por fatores referentes ao seu próprio mercado.
Na renda fixa, além dos investimentos indexados à Selic e ao CDI, que ainda se beneficiam da taxa básica de juros elevada, também se saíram razoavelmente bem os títulos prefixados, os queridinhos das recomendações dos analistas para outubro.
Melhores ações do Ibovespa em outubro
Empresa | Código | Desempenho |
Gol | GOLL4 | 29,95% |
JBS | JBSS3 | 10,97% |
Ultrapar | UGPA3 | 9,33% |
CVC | CVCB3 | 7,00% |
CSN Mineração | CMIN3 | 6,80% |
Telefônica Vivo | VIVT3 | 5,31% |
Santander | SANB11 | 4,75% |
BRF | BRFS3 | 4,71% |
Vibra | VBBR3 | 4,65% |
Pão de Açúcar | PCAR3 | 3,14% |
Piores ações do Ibovespa em outubro
Empresa | Código | Desempenho |
Magazine Luiza | MGLU3 | -36,79% |
Casas Bahia | BHIA3 | -28,57% |
Petz | PETZ3 | -24,58% |
EZTec | EZTC3 | -22,90% |
MRV | MRVE3 | -22,12% |
Braskem | BRKM5 | -21,88% |
Hapvida | HAPV3 | -21,49% |
Grupo Soma | SOMA3 | -20,45% |
Vamos | VAMO3 | -19,59% |
Hypera | HYPE3 | -18,42% |
Guerra entre Israel e Hamas trouxe volatilidade aos mercados de risco
Outro fator que aumentou a volatilidade dos mercados no último mês foi o início de uma guerra entre Israel e o Hamas, após um ataque terrorista do grupo contra o Estado judaico.
O maior temor do mercado é que o conflito acabe se espalhando pela região, afetando países que sejam grandes produtores de petróleo, o que fez a commodity e o ouro dispararem, num primeiro momento.
Porém, por ora, a percepção é de que os efeitos da guerra podem ser limitados no que diz respeito ao mercado financeiro, o que fez essas commodities de proteção devolverem os ganhos.
Contudo, o novo conflito vem a aumentar ainda mais o risco geopolítico no mundo, o que, no médio/longo prazo tende a afetar a dinâmica da economia global e os mercados de qualquer forma. Ou seja, é algo em que os investidores continuarão de olho.
ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIs, BDRs, CRIPTOMOEDAS - VEJA INDICAÇÕES GRATUITAS
Perspectiva de aprovação de ETF anima bitcoin e mercado cripto
A forte alta do bitcoin em outubro foi motivada por uma questão específica do mercado cripto: a perspectiva de que a aprovação de um ETF (fundo de índice) de bitcoin à vista (spot) nos Estados Unidos está próxima.
Uma fake news dando conta de que a Securities and Exchange Comission (SEC), a CVM dos EUA, havia aprovado o primeiro ETF do tipo chegou a impulsionar fortemente os preços da criptomoeda em meados de outubro.
O rumor foi desmentido, mas outros indícios foram aparecendo de que a aprovação de tal veículo de investimentos pode estar próximo, como o de que a BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, já iniciou os procedimentos burocráticos para listar seu ETF de bitcoin spot, e o de especulações de que uma reunião da SEC marcada para a próxima quinta-feira (02) deve debater o tema.
O repórter Renan Sousa explica com mais detalhes a questão nesta outra matéria.
O grande ponto é que os ETFs de bitcoin disponíveis hoje no mercado americano são todos de contratos futuros da criptomoeda.
A criação de um fundo capaz de seguir a cotação à vista do BTC seria uma grande evolução para o mercado cripto, capaz de atrair grandes investidores e fundos, impulsionando os preços.
E não foi só o bitcoin que se animou com a expectativa do novo produto financeiro. As altcoins, criptomoedas alternativas ao BTC, também avançaram em outubro, impulsionadas pelos rumores.
De olho na conta de luz: Aneel aprova orçamento bilionário da CDE para 2025 com alta de 32% — e cria novo encargo
Novo orçamento da agência regula impacto de R$ 49,2 bilhões no setor elétrico — quase tudo será pago pelos consumidores
Governo Trump apela até para a Rua 25 de março e o Pix na investigação contra o Brasil. Aqui estão as seis acusações dos EUA
O governo norte-americano anunciou, na noite da última terça-feira (15), investigações contra supostas práticas desleais do comércio brasileiro. Veja as seis alegações
Ganhador da Mega-Sena fatura prêmio de mais de R$ 45 milhões com aposta simples; Lotofácil também faz um novo milionário
Em uma verdadeira tacada de sorte, o ganhador foi o único a cravar todas as dezenas do concurso 2888 da Mega-Sena; confira os resultados das principais loterias da Caixa
Copom vai cortar juros ainda em 2025 para seguir o Fed, mas não vai conseguir controlar a inflação, diz Fabio Kanczuk, do ASA
O afrouxamento monetário deve começar devagar, em 25 pontos-base, mesmo diante da possível tarifação dos EUA
Lula tira do papel a Lei da Reciprocidade para enfrentar Trump, mas ainda aposta na diplomacia
Medida abre caminho para retaliação comercial, mas o governo brasileiro segue evitando o confronto direto com os Estados Unidos
Temporada de balanços 2T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências
A temporada de balanços do 2T25 começa ainda em julho e promete mostrar quem realmente entregou resultado entre as principais empresas da B3
Tarifas de Trump jogam balde de água fria nas expectativas para a economia brasileira; confira os impactos da guerra tarifária no país, segundo o Itaú BBA
O banco ressalta que o impacto final é incerto e que ainda há fatores que podem impulsionar a atividade econômica do país
Agenda econômica: Inflação, Livro Bege, G20 e PIB chinês; confira os indicadores mais importantes da semana
Com o mercado ainda digerindo as tarifas de Trump, dados econômicos movimentam a agenda local e internacional
É improvável que tarifa de 50% dos EUA às importações brasileiras se torne permanente, diz UBS WM
Para estrategistas do banco, é difícil justificar taxação anunciada por Trump, mas impacto na economia brasileira deve ser limitado
Bolsonaro é a razão da tarifa mais alta para o Brasil, admite membro do governo dos EUA — mas ele foge da pergunta sobre déficit comercial
Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, falou em “frustração” de Trump em relação à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro ante a Justiça brasileira, mas evitou responder sobre o fato de os EUA terem superávit comercial com o Brasil
Sem milionários, só Lotofácil fez ganhadores neste sábado (12); Mega-Sena acumula em R$ 46 milhões. Veja resultados das loterias
Lotofácil fez quatro ganhadores, que levaram R$ 475 mil cada um. Prêmio da +Milionária agora chega a R$ 128 milhões
Banco do Brasil (BBAS3), ataque hacker, FII do mês e tarifas de 50% de Trump: confira as notícias mais lidas da semana
Temas da semana anterior continuaram emplacando matérias entre as mais lidas da semana, ao lado do anúncio da tarifa de 50% dos EUA ao Brasil
Tarifas de Trump podem afastar investimentos estrangeiros em países emergentes, como o Brasil
Taxação pode ter impacto indireto na economia de emergentes ao afastar investidor gringo, mas esse risco também é limitado
Lula afirma que pode taxar EUA após tarifa de 50%; Trump diz que não falará com brasileiro ‘agora’
Presidente brasileiro disse novamente que pode acionar Lei de Reciprocidade Econômica para retaliar taxação norte-americana
Moody’s vê estatais como chave para impulsionar a economia com eleições no horizonte — e isso não será bom no longo prazo
A agência avalia que, no curto prazo, crédito das empresas continua sólida, embora a crescente intervenção política aumenta riscos de distorções
O UBS WM reforça que tarifas de Trump contra o Brasil terão impacto limitado — aqui estão os 4 motivos para o otimismo
Na última quarta-feira (9), o presidente dos EUA anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, que devem entrar em vigor em 1º de agosto
Governo vai abrir crédito de R$ 3 bilhões para ressarcir vítimas da fraude do INSS; confira como vai funcionar o reembolso
Entre os R$ 3 bilhões em crédito extraordinário, R$ 400 milhões vão servir para ressarcir as vítimas em situação de vulnerabilidade e que não tenham questionado os valores descontados
Trump é a maior fonte de imprevisibilidade geopolítica e econômica da atualidade — e quem diz isso pode surpreender
Gustavo Loyola, ex-presidente do BC, falou com exclusividade ao Seu Dinheiro sobre a imposição, por Donald Trump, da sobretaxa de 50% às exportações brasileiras para os EUA
De Galípolo para Haddad: a carta do presidente do BC ao ministro da Fazenda deixa alerta sobre inflação
Embora Galípolo tenha reforçado o compromisso com a convergência, foi o que ele não disse que chamou atenção
O Brasil pode escapar dos impactos das tarifas de Trump: economista-chefe da ARX revela estratégias — e diz por que a retaliação não é uma delas
Segundo Gabriel Barros, Lula teria uma série de opções estratégicas para mitigar os efeitos negativos dessa medida sobre a economia; confira a visão do especialista