Um arquiteto fora do normal: morre Charlie Munger, o gênio dos investimentos e braço direito de Warren Buffett
Relembre a história do homem que teria completado 100 anos no dia de Ano Novo e que mudou a vida do Oráculo de Omaha para sempre
					“A Berkshire Hathaway não poderia ter chegado ao seu status atual sem a inspiração, sabedoria e participação de Charlie”. Foi assim que Warren Buffett descreveu seu amigo e braço direito dos investimentos, Charlie Munger, que morreu nesta terça-feira (28), aos 99 anos.
Quem contou a Buffett sobre o falecimento de um dos maiores gênios dos investimentos foi a própria família de Munger — indicando que ele morreu pacificamente esta manhã em um hospital da Califórnia. Ele teria completado 100 anos no dia de Ano Novo.
O reconhecimento de Buffett a Munger não veio só agora. Em uma entrevista à CNBC, em 2018, o Oráculo de Omaha se declarou: “Charlie me deu o melhor presente que uma pessoa pode dar a outra. Ele me tornou uma pessoa melhor do que eu seria de outra forma. ... Ele me deu muitos bons conselhos ao longo do tempo. ... Vivi uma vida melhor por causa de Charlie.”
- Leia também: O que Warren Buffett poderia comprar na B3 com os bilhões de dólares que a Berkshire Hathaway possui no caixa
 
Quem foi Charlie Munger
Antes de louvar a genialidade de Munger, vale a pena conhecer a origem do homem que se tornou o braço direito de Buffett.
Ele nasceu Charles Thomas Munger, em Omaha, no dia 1 de janeiro de 1924. Seu pai, Alfred, era advogado, e sua mãe, Florence “Toody”, era de uma família rica.
Tal como Warren, Munger trabalhou na mercearia do avô de Buffett quando jovem, mas os dois futuros parceiros só se conheceram anos mais tarde.
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Aos 17 anos, Munger trocou Omaha pela Universidade de Michigan. Dois anos depois, em 1943, ele se alistou no Army Air Corps, de acordo com a biografia de Janet Lowe de 2003, “Damn Right!”
Os militares o enviaram para o Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena, para estudar meteorologia.
Na Califórnia, ele se apaixonou pela colega de quarto de sua irmã no Scripps College, Nancy Huggins, e se casou com ela em 1945.
Embora nunca tenha concluído sua graduação, Munger se formou magna cum laude na Harvard Law School em 1948, e o casal voltou para Califórnia, onde exerceu a advocacia imobiliária.
Fundou o escritório de advocacia Munger, Tolles & Olson em 1962 e se concentrou na gestão de investimentos no fundo de hedge Wheeler, Munger & Co., que também fundou naquele ano.
Na Califórnia, fez parceria com Franklin Otis Booth, membro da família fundadora do Los Angeles Times, no setor imobiliário.
Um dos primeiros empreendimentos acabou sendo um lucrativo projeto de condomínio na propriedade do avô de Booth em Pasadena — Booth, que morreu em 2008, foi apresentado a Buffett por Munger em 1963 e tornou-se um dos maiores investidores da Berkshire.
Munger fechou o fundo de hedge em 1975. Três anos depois, tornou-se vice-presidente da Berkshire Hathaway, o conglomerado liderado por Buffett.
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A vida pessoal de Munger
Munger, que usava óculos grossos, perdeu o olho esquerdo após complicações de uma cirurgia de catarata em 1980.
Ele e sua esposa tiveram três filhos, as filhas Wendy e Molly, e o filho Teddy, que morreu de leucemia aos 9 anos. Os Munger se divorciaram em 1953.
Dois anos depois, ele se casou com Nancy Barry, que conheceu em um encontro às cegas em um restaurante de frango.
O casal teve quatro filhos, Charles Jr., Emilie, Barry e Philip. Ele também foi padrasto de seus outros dois filhos, William Harold Borthwick e David Borthwick.
Munger e Buffett: o grande encontro
Em 1959, aos 35 anos, Munger retornou a Omaha para encerrar o escritório de advocacia de seu falecido pai.
Foi quando ele foi apresentado a Buffett, então com 29 anos, por um dos clientes investidores do futuro megainvestidor — os dois se deram bem e mantiveram contato apesar de viverem a meio continente de distância um do outro.
A fusão das duas mentes brilhantes centrou-se no investimento em valor — uma marca da Berkshire.
O próprio Buffett atribuiu a Munger o alargamento da sua estratégia de investimento, passando de favorecer empresas em dificuldades a preços baixos, na esperança de obter lucro, para se concentrar em empresas de maior qualidade, mas subvalorizadas.
“Todo investimento inteligente é investimento em valor — adquirir mais do que você está pagando”, disse Munger certa vez. “Você deve avaliar o negócio para avaliar as ações”, acrescentou.
Bilionário e filantropo
No início de 2023, a fortuna de Munger foi estimada em US$ 2,3 bilhões — uma quantia impressionante para muitas pessoas, mas bem menor do que a fortuna insondável de Buffett, que é estimada em mais de US$ 100 bilhões.
Munger doou centenas de milhões de dólares a instituições educacionais, incluindo a Universidade de Michigan, a Universidade de Stanford e a Faculdade de Direito de Harvard.
Junto com sua segunda esposa, com quem esteve casado por 54 anos — ela faleceu em 2010 —, Munger contribuiu com US$ 43,5 milhões para a Universidade de Stanford para ajudar a construir a Munger Graduate Residence, que abriga 600 estudantes de direito e de pós-graduação.
As doações, no entanto, tinham uma condição, em sua maioria: a escola deveria aceitar seus projetos de construção, mesmo que ele não tivesse formação como arquiteto.
Na escola preparatória Harvard-Westlake, em Los Angeles, onde Munger foi membro do conselho durante décadas, ele garantiu que os banheiros das meninas fossem maiores do que os dos meninos durante a construção do centro de ciências na década de 1990.
“Sempre que você vai a um jogo de futebol ou a um evento, há uma fila enorme do lado de fora do banheiro feminino. Quem não sabe que eles fazem xixi de uma forma diferente dos homens?”, disse Munger ao The Wall Street Journal em 2019.
“Que tipo de idiota faria o banheiro masculino e o banheiro feminino do mesmo tamanho? A resposta é: um arquiteto normal!”
*Com informações da CNBC
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