Um movimento no mínimo curioso está acontecendo nos EUA desde o início do ano passado: milionários estão ficando mais pobres e a classe mais baixa está mais rica.
Segundo o economista Aaron Soujourner, usando a base de dados do Federal Reserve (Fed), a camada mais rica dos EUA, que corresponde a 1% da população, perdeu 12% da riqueza entre o primeiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre do mesmo ano.
Esmiuçando os dados, os 0,1% mais ricos dos EUA viram 5% de sua fortuna desaparecer no período, enquanto os 0,9% restantes foram ainda mais afetados, perdendo cerca de 7% da sua riqueza.
Na base dessa pirâmide, os 50% mais pobres dos EUA viram a renda aumentar 17% entre o primeiro e o quarto trimestres de 2022.
Por que os ricos perderam fortunas?
Se tem um responsável por essa mudança é o Fed e sua política monetária agressiva.
Desde março do ano passado, o banco central norte-americano vem elevando a taxa de juros para tentar conter uma inflação sem controle nos EUA.
Esse movimento vem provocando a desvalorização de ativos no mercado financeiro, imobiliário e das criptomoedas.
Com um juro mais alto, o custo financeiro das empresas aumenta, reduzindo assim expectativas futuras de ganhos e o valor de mercado dessas companhias.
Mais que isso: a alta do juro colaborou para a desaceleração da inflação, trazendo um alívio para o bolso da camada mais baixa da população norte-americana.
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Quanto os milionários já perderam?
Soujourner, que é ex-economista sênior do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, usa dados que mostram ainda que 0,01% de milionários nos EUA possuem um patrimônio médio de US$660 milhões.
Já os 50% mais pobres têm US$ 668 em patrimônio líquido (ativos menos dívidas) apontando que, na prática, a metade mais rica continua sujeita a variações de preços no mercado e em produtos como combustíveis, o que explicaria um ganho significativo na medida em que estes bens e serviços se tornam mais baratos.
Soujourner diz que uma mudança no mercado de trabalho, bastante aquecido nos EUA, poderia reverter a situação, com os mais pobres voltando a perder o poder de compra.