A inflação vem aí: por que os investidores estão em alerta nos EUA e aqui — e o que a ata do Fed conta sobre o futuro dos juros
O principal documento da política monetária norte-americana foi divulgado nesta quarta-feira (11), mas as bolsas pouco reagiram. A expectativa é pelo CPI de amanhã; saiba o que pode vir por aí

A ata do Federal Reserve (Fed) desta quarta-feira (11) não provocou uma reação exagerada dos mercados aqui e lá fora ainda que os investidores estejam ávidos por sinais do que o banco central norte-americano vai fazer com os juros daqui até o final do ano — é o índice de inflação de quinta-feira (12) que deve influenciar as bolsas.
Por isso, quase passou batido uma expressão que aparece apenas duas vezes no documento, mas que pode indicar o que vai acontecer no encontro do Fed em novembro: cautela.
“Todos os participantes concordaram que o Comitê estava em condições de proceder com cautela e que as decisões políticas em cada reunião continuariam a basear-se na totalidade das informações recebidas e nas suas implicações para as perspectivas econômicas, bem como no equilíbrio dos riscos”, diz a ata.
A segunda vez que a expressão é usada também se refere à trajetória da política monetária daqui para frente.
“A grande maioria dos participantes continuou a considerar a trajetória futura da economia como altamente incerta. Muitos apontaram a volatilidade dos dados e as potenciais revisões dos dados, ou a dificuldade de estimar a taxa de juros neutra, como apoio ao procedimento cauteloso na determinação da extensão do reforço adicional da política que pode ser apropriado”, afirma o documento.
- Renda fixa “imune” à queda dos juros? Esses títulos premium estão pagando IPCA + 10% e gerando mais de 2% ao mês; acesse
Os juros e a cautela do Fed
Ao que tudo indica, o mercado entendeu a cautela do Fed mencionada na ata como uma pista de que a manutenção dos juros — atualmente na faixa entre 5,25% e 5,50% — virá no encontro de 1 de novembro e que um aumento da taxa ficará para dezembro, a última reunião do ano.
Leia Também
Minutos depois da divulgação do documento, as apostas de que a taxa básica permanecerá no nível atual subiram de 86,6% para 94,1%, de acordo com dados compilados pelo CME Group.
Segundo Andrew Hunter, economista da Capital Economics para os EUA, embora a ata tenha confirmado que “a maioria dos participantes considerou que seria provavelmente apropriado mais uma alta de juros em uma reunião futura”, essa está longe de ser uma opinião unânime dentro do Fed.
“Apesar da mensagem de que os juros devem permanecer elevados por mais tempo proveniente das projeções atualizadas do Fed no mês passado, a ata sugere que a confiança dos dirigentes nessas previsões é limitada, sendo as perspectivas ainda vistas como altamente incertas”, diz Hunter.
A Capital Economics acredita que o crescimento mais fraco e uma desaceleração da inflação resultarão em um corte de juros muito antes do que o Fed está atualmente sugerindo — e isso deve acontecer no início de 2024.
- ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? Analistas da Empiricus Research revelam suas principais recomendações para o mês em entrevista completa para o Youtube do Seu Dinheiro. Assista agora:
A inflação vem aí
Os investidores esperam mesmo pelos dados de inflação que serão divulgados amanhã pela manhã nos EUA.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) não é a métrica preferida do Fed para a inflação, mas deve trazer sinais mais sólidos do que pode acontecer nos últimos dois encontros do BC norte-americano de 2023.
Mais cedo, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) veio com uma alta de 0,5% em setembro, superando a estimativa da Dow Jones de um aumento de 0,3%. O número ainda representa uma desaceleração em relação ao avanço de 0,7% no mês anterior.
Ian Shepherdson, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, lembra que a ata de hoje mostrou que "a maioria dos participantes continuou a ver riscos ascendentes para a inflação", incluindo "o desequilíbrio da demanda e da oferta agregadas que persiste por mais tempo do que o esperado, bem como os riscos emanados dos mercados petrolíferos globais”.
“Essa visão, em boa parte é marcada pelo fiasco do entendimento anterior de que a inflação nos EUA era transitória, o que não se mostrou verdadeiro, então os membros do Fed não baixarão a guarda até que tenham visto uma sequência muito mais longa de dados melhores de inflação”, disse Shepherdson.
Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil
Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR
Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis